『 𝐏𝐫𝐨𝐦𝐢𝐬𝐞𝐝 𝐭𝐨 𝐀𝐥𝐩𝐡𝐚 』

CAPÍTULO X:

  Trezentos anos atrás, um alfa se apaixonou por um meio-humano.

    Isso desencadeou então o primeiro pacto demoníaco e a primeira intervenção divina em todo o mundo. Duzentos anos mais tarde, os humanos, imbuídos em seu próprio orgulho decidiram declarar guerra, mas, nem um pouco subestimados, deram início ao segundo pacto que se tem notícia; a família real e todos os seus próximos descendentes teriam, aleatoriamente uma porcentagem de sangue demoníaco, criando assim uma raça híbrida entre humanos e demônios. A condição que o príncipe das trevas impôs, era que a família real estabelecida nunca desvirtuaria seus caminhos, seja abandonando o trono ou seus ideais, e assim iniciou-se um longo e impetuoso conflito. Com tantas colônias e soldados, pensaram que poderiam ganhar contra toda aquela diversidade de raças, mas a partir do momento que estabeleceram aquele acordo, estavam fadados à ruína. Como anjos e arcanjos não viram nem detectaram injustiça naquele tratado, dessa vez não houve intervenção divina e os humanos condenaram-se a viver confinados no centro, com uma realeza meio-humana, meio-demônio que, mesmo contra suas próprias vontades, eram forçados a manter a lei de hereditariedade.

     Apenas quando perderam aquela guerra e foram rebaixados à vermes, que entenderam o quanto haviam sido tolos. A partir daquele momento, e para sempre, os demônios tinham parte na liderança dos humanos, e isso em hipótese alguma poderia mudar, e se fosse o caso, prometeram extinguir toda a raça ainda restante.

   Shoto Todoroki então, havia sido o primeiro membro da realeza, em cem anos, a desvirtuar de seu caminho, e isso despertou — o que não, não estava dormente mas apenas esperando uma brecha — a fúria do submundo contra o mundo exterior. Diferentemente do que Katsuki pensava que aconteceria, eles estavam devorando todas as outras raças, não só os humanos, e isso provavelmente levaria a extinção global de toda a forma de vida que habitava a superfície terrestre, e o objetivo? Deter a imortalidade do monstro que eles mesmos criaram.

    Depois que o alfa explicou rapidamente o que estava acontecendo, foi dado um comunicado urgente e imediato para todos aqueles que viviam no vilarejo, então, sem delongas, começaram todos a fugir daquela aldeia. Milhares e milhares de lúpus correndo em direção a capital, com a ordem de lutar ao lado de seus rivais, para conter aquela ameaça iminente. Kirishima foi na frente, voando alto com o pessoal em suas costas, levando aquela notícia para a capital, que se desesperou completamente. A única forma de conter aquela fúria, seria executando toda a família real e lutando juntos para proteger o último lugar que sobraria no mundo. As duas últimas raças que sobrariam, uma no topo, e a outra na mais baixa posição, agora tinham que enfrentar aquele desafio, juntos.

    Katsuki já possuía o seu próprio plano de expansão, e prometeu a si mesmo que nem mesmo o rei dos demônios seria capaz de detê-lo, nem em mil anos.

    Os soldados mais fortes, tanto lúpus quanto humanos, ficariam responsáveis por proteger alguns quilômetros à frente, antes que os demônios pudessem chegar até perto das muralhas da capital.

   Os aldeões, artesãos e mercadores foram instruídos a ficar dentro de suas casas e abrigar consigo o máximo de pessoas possíveis.

    Os aventureiros e lúpus que sabiam o básico para sobreviver, ficariam responsáveis por conter qualquer tipo de invasão, protegendo os outros.

    Katsuki dava essas ordens de forma clara, e todos pareciam compreender e acatar. No fim das contas, sabiam que ele era destinado a governar, mais do que qualquer outro.

   Não demorou nada para que pudessem ver aquela nuvem negra se aproximar ao longe, cercando a capital por todos os lados. Alguns lobos invadiram o palácio buscando pela família real, que penaram para encontrar. O rei havia fugido para alguma das torres, enquanto a rainha e seus outros filhos se renderam, eles sabiam que não podiam correr ou escapar da morte, mas antes que pudessem ser sentenciados e mortos, uma humana correu pelos corpos daqueles lobos prontos para cumprir sua missão. Ela tinha um cajado nas mãos, o cabelo castanho e um chapéu pontudo sobre a cabeça. Se tratava de uma alquimista que vivia pelos vilarejos próximos, seu nome era Ochaco Uraraka e ela se dispôs a cuidar daquilo de maneira indolor.