[🌷]

367 32 28
                                    

ZeYu, como toda manhã, se dirigiu até a tal cafeteria. Era como sua segunda casa. Talvez até melhor que sua casa. O lugar era calmo, acolhedor e o cheiro de café no ar, lhe dava sempre satisfação.

Sentou-se na mesma mesa de sempre, pegou o cardápio –por mais que não precisasse, porque já sabia o que ia pedir–, e chamou o garçom, já bem conhecido por ele.

–Bom dia, ZeYu. – o garoto de aparentemente 16 anos, sorria acolhedor para o mais novo, como todas as manhãs.

–Bom dia, HanYu. Como foi na prova? –era bom sempre conversar com HanYu, e por mais que também fosse adolescente, era bem maduro.

–Fui bem, obrigada. Vai pedir o mesmo de sempre? – o moreno nem mesmo escrevia o pedido no caderninho que carregava pra' lá e pra' cá.

–Sim, o de sempre. – ZeYu sorriu e esperou HanYu sair. Yu admitia, a cafeteria era o melhor lugar da terra, mas só se tornou melhor ainda depois de ver a imagem do menino tocando violão na calçada do estabelecimento.

A melodia era linda, a voz mais ainda. Pela vidraçaria, ZeYu só via suas costas, mas só de ouvir a voz e o toque do violão, já era maravilhoso.

E pela primeira vez desde que frequentava a cafeteria, o garoto pegou o café e foi para a calçada ouvir a voz calma e doce do menino.

Avistou um banco há poucos metros do garoto que cantava e sentou-se lá. Depois de ficar um pouco mais perto do menino, pode perceber seus traços e detalhes. Seus olhos eram brilhantes, mas sempre os fechava enquanto cantava. Seus cabelos voavam junto com a brisa leve da manhã. A camisa escolar larga ficava extremamente fofa nele. Seu sorriso era lindo, e sempre que sentia a música mais fundo dentro de si, sorria mais um pouco.

Depois de 3 músicas, ele parou e só então ZeYu pode acordar do transe que era aquele menino. O garoto pôs o violão do seu lado e tirou o celular do bolso. Mesmo longe, era possível ouvir a voz baixinha do garoto ao telefone.

–Okay, Xin... Não, não se preocupe, eu não vou me atrasar hoje, já estou indo. – o garoto pôs novamente o celular no bolso da calça cinza, se levantou e claro, pegou o violão junto.

Poderia acabar por aí. O menino se levantava e ia embora, mas pelo azar –ou sorte– de ZeYu, o garoto se vira para Yu e sorri. Ele não teve reação, estava paralisado, seu corpo não lhe correspondia, o que era estranho, pois tomou um copo todo de café.

Seus olhos se encontravam e mais do que devia, olhavam um para o outro.

Depois de longos segundos, o garoto enfim atravessou a rua e tomou seu caminho. E pela primeira vez, alguém conseguiu tirar ZeYu da rotina monótona

cooffe, voice and youOnde histórias criam vida. Descubra agora