Era uma noite que aos olhos dela era resultado de um dia horrível. Não gostava nem um pouco de calor, então o fato de estar de short às sete horas da noite e não sentir frio incomodava. "Inverno e um calor insuportável ... É, fim dos tempos" ela pensou. Mas isso futuramente não seria mais motivo pra reclamações perto do que estava pra acontecer.
Ela esperava o ônibus para casa. Foi resolver algumas coisas junto com a amiga dela, andou tanto que agora só queria sua confortável cama para descansar. Como era final de semana, os ônibus demoravam mais, mas não tinha outra opção além dessa então, esperar né ? Escutava suas música até que seu celular descarregou, seguiu a esperar ouvindo os sons da cidade durante a noite. Escutou apenas 3 carros por perto, nenhuma movimentação, grilos e assobios de vento, foi o que ela mais ouviu. Até que um barulho fez parte da sinfonia quieta da noite, passos. Quando seus olhos seguiram a direção do som, um homem de grande porte e boa aparência caminhava para o ponto. Os olhos do rapaz até então caídos ao olhar para a menina, ficam enormes. Ela faz pouco caso e volta a escutar os sons anteriores e esperar o ônibus.
- Noite calma né ? - Ele tenta puxar assunto
- É - Ela responde de maneira curta pois não socializava nem um pouco com estranhosE ele tentou muitas vezes ter uma conversa, mas todas elas era cortadas pelas resposta curtas da garota. Até que não aguentou mais.
- Não tá afim ? - Perguntou ele apertando os olhos
A menina surpresa vira de imediato para ele com espanto. Não tinha percebido que o cara ficou interessado nela. "Meu Deus, que perigo" E realmente ... perigoso
- Desculpe, mas não sou desse tipo - Responde ela tentando fazer com que ele fosse embora
- E qual o problema ?Em seguida o homem se aproxima com ar extremamente malicioso. O bairro estava vazio, a rua era meio escondida, fácil né ? Ela não teve reação. Nunca imaginou passar por uma situação dessas, ela era um tanto quanto frágil, não tinha forças. Ele apenas tirou o cinto de sua calça, abaixou suas cuecas, e ao ver o rosto espantado da garota, fez com que ele não fosse o único a ter suas genitálias a mostra. Ele se aproveitou do corpo da jovem garota, como se fosse uma criança comendo doce pela primeira vez, uma sede infinita. Até que parou, subiu suas calças, e andou de volta por onde havia chegado.
Sua face paralisada, com lágrimas descendo pelos olhos mas sem nenhuma expressão, despida no meio da rua. Apenas vestiu seus shorts e ficou sentada olhando para o nada, sem mover um músculo, apenas seus cabelos se mexiam conforme a direção do vento. Seu ônibus passou, não teve coragem de levantar, ficou sentada ali, a madrugada inteira, sem reação.
A manhã chegou, e com ela pessoas também chegaram, alguns foram pegar seus ônibus, seguiram suas rotinas agitadas. Um jovem foi comprar pão para seu café da manhã, se deparou com uma garota sentada no ponto paralisada, até que reconheceu, ela estudava em sua escola, fazia parte de vários projetos.
- Oi ! Você tá bem ? - Perguntou o menino curioso
-Que...Quero ir pra casa - respondeu ela com olhos ainda fixados para o nada.Um táxi é pedido, o jovem ajuda a garota a entrar dentro do carro, ele entra também e pergunta qual é p endereço, e ela passa. Ao chegar na casa da garota ajuda ela a descer e explica a mãe como achou ela.
- Quero minha cama - Ela repetia sem olhar nos olhos de ninguém
A mãe agradeceu a ajuda do garoto que em seguida deu um sorriso e foi embora. A mãe queria explicações, queria saber se ela estava bem, por que ela não tinha ido pra casa, mas tudo que a menina dizia era que queria sua cama. Deixou a menina subir para seu quarto enquanto sentava aliviada com a presença da garota na casa.
Ela deitou, seu corpo direcionado para o céu, seus olhos vidrados no nada agora se fecham, um choro agora com som é liberado, seu corpo se encolhe. Ela sentia nojo, muito nojo, depois de chorar por alguns longos segundos, ela põe sua cabeça para fora da cama e vomita, vomita litros e litros de alguma substância que ela nem quis identificar. Apenas queria que aquela agonia passasse. E então dormiu.
Os próximos meses foram complicados, sua mãe a levou a médicos para fazer exames, a psicólogos e psiquiatras que não conseguiam ajudar pois ela não se abria com ninguém. Desesperador eu diria. Sua mãe orava todas as noites para que Deus ajudasse. Ela passou a se vestir com roupas escuras e de frio. Não socializava com ninguém e nem gostava que tocassem nela. Uma garota amável e alegre, não existia mais.
Sua mente que até então só seguia a rotina e mais nada, teve a brilhante ideia de vingança, agora era rotina e vingança, mais nada. Passou a falar mais com sua mãe, passou a sair mais. Até que, na escuridão da noite, espiava o local de sua morte interior. Aguardava sem piscar os olhos a aparição de alguém, dito e feito, o seu pesadelo havia aparecido, bocejava como se estivesse extremamente cansado. Ela o seguiu com muita cautela. Ele foi para seu local de descanso, morava sozinho, ele não temia invasões então para ela foi fácil de entrar na casa. Ela observou escondida seus passos dentro da casa, teve muita paciência, aguardou ele ir dormir para se movimentar. Foi para cozinha e procurou uma faca grande. Se dirigiu para o quarto, uma adrenalina enorme tomava seu corpo, abriu a porta, ele dormia calmamente. Ela encostou na parede próximo a cama do rapaz, até que o cutucou, ele abriu os olhos e viu uma garota com um sorriso malicioso e ouviu "Qual o problema ?".
Os vizinhos se assustaram com um grito pavoroso no meio da noite e ligaram para a polícia. Quando os policiais chegaram ao local, arrombaram o portão e entraram dentro da casa, foram com muito cuidado em cada cômodo, até que um deles entra no quarto e encontra um corpo na cama com apenas metade do corpo coberto, uma mancha de sangue no travesseiro onde estaria a cabeça do rapaz com uma faca na testa. E ao lado do corpo uma jovem sentada olhando sorridente para a cena pavorosa, e que diz : " Noite calma né ?"
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Reações
Short StoryEra muito simples. Apenas sair para resolver situações do dia a dia e voltar para casa. Esperar no ponto de ônibus, pegar o mesmo e voltar para sua residência. Mas quem diria que uma noite calma lhe proporcionaria uma experiência traumatizante.