31 de outubro.

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Jeongguk conseguiu pedir uma semana de folga. Já não tinha isso há um bom tempo, o que causava algumas briguinhas com Jimin.

O ômega arrumava as malas sentindo um certo cansaço, juntou tudo o necessário e deixou algumas malas vazias para fazer algumas compras no meio do caminho.

Tinha comido bem pouco e isso explicava a sua fome desesperada, porém, estava evitando comer exageradamente já que a sua barriga tinha crescido rápido demais no último mês, até pensou em ir na academia, mas, sempre estava cansado e não tinha tempo para procurar uma.

[***]

Quando saiu de casa, viu algumas mensagens de Jimin perguntando se estava bem. Sabia que o marido sempre se preocupava consigo, até mesmo quando brigavam, para no final da discussão, Jeongguk chegar todo manhoso pedindo desculpas e receber um sorriso caloroso e um beijo de tirar o fôlego como perdão.

Se lembrava que  na última briga Jimin não lhe recebeu com aquele sorriso lindo que ele carregava, e nem com o beijo gostoso que o mesmo tinha, foi apenas o pedido de divórcio e as malas do alfa do lado do sofá. Naquele momento, o Park mais novo tinha ficado em choque e até mesmo esqueceu-se de pedir para Jimin não o deixar. Sua ficha caiu apenas quando o mais velho já tinha entrado em seu carro deixando o ômega, que tinha uma cara de choro, ali na porta.

Nunca tinha chorado tanto em sua vida em apenas um dia, até faltou ao trabalho mentindo que estava com uma febre muito alta, sendo aceito pelo seu chefe a desculpa.

Tentou tirar os pensamentos da cabeça e foi direto para o seu carro e focado em ir para a casa de sua tia.

Seria uma longa viagem.

[***]

Demorou três horas para poder chegar na fazenda aconchegante da Jeon. Apesar de ser um lar totalmente moderno e chique, sentia que ali era um lugar relaxante para poder desestressar e pensar melhor sobre o seu casamento.

Conseguia ver os empregados da fazenda espalhados realizando várias atividades, enquanto sua tia conversava com o seu primo na varanda, que logo tiveram a atenção para o carro do Park.  Os berros de alegria da Jeon ecoava por toda a casa.

Assim que parou o carro e saiu do mesmo, quase foi derrubado ao ver sentir a sua tia pular em si e encher seu rosto de beijos.

— Como você cresceu, meu bebê. — riu sentindo a mesma dar pequenos puxões de orelha em si — Por que não veio me visitar mês passado, moleque ingrato?

— Desculpa, mãe, eu tive problemas com o Jimin. — disse ouviu um suspiro da mesma sabendo que teria que abrir o jogo quando estivessem sozinhos.

— Mãe, deixa o meu irmão em paz. — ouviu seu primo dizer enquanto abria os braços para receber o ômega, esse que riu e sentiu o cheiro ruim de porco no Jeon.

— Você fede! — se afastou rapidamente sentindo o estômago embrulhar — Estava mexendo com os porcos?

— Estava. — riu recebendo um tapa de sua mãe que o chamou de seboso. — Eu vou tomar banho.

— Garoto podre. — sua tia disse fazendo Jeongguk rir. — Então, o que veio fazer aqui depois de tanto tempo? Soube da festa de Halloween que vou fazer por isso resolveu aparecer?

— Mãe, eu estou me divorciando. — disse vendo a expressão da ômega ficar séria — Mas Jimin me pediu perdão e só aumentou a minha vontade de não assinar.

— Vem, vamos para dentro e você me conta melhor essa história. — concordou pegando na mão da ômega e entrando, viu que a decoração da casa tinha mudado.

[***]

Após contar todo o ocorrido à sua tia, recebeu grandes conselhos da mesma, até alguns puxões de orelhas, mas já tinha tomado a sua decisão. Logo iria ligar para Jimin e dizer tudo de uma vez, esperando que o mesmo concordasse com o final da história deles.

Resolveu sair um pouco e explorar a região, estava com saudades daquele lugar, principalmente da cachoeira que tinha há uns metros dali. O lugar tinha um pequeno campo de flores cercado de árvores de cerejeira deixando o lugar extremamente lindo e romântico.

Quando pisou sobre o campo, sorriu lembrando que Jimin adorava aquele lugar, até foi ali onde celebram o casamento dos dois, e já tiveram tantas noites de amor que faziam seu corpo se arrepiar ao lembrar do quão bom era ter o alfa grudado ao seu corpo. Respirou fundo e foi tirando a roupa para se jogar na água gelada da cachoeira e livrar-se dos pensamentos e lembranças que só o faziam sentir mais saudade ainda do Park.

[***]

31 de outubro.

A casa estava lotada de pessoas levando a decoração a cada lado e ouvindo a sua tia desesperada falando com o pessoal do buffet ao telefone enquanto o ômega ficava olhando toda aquela confusão, sentia que ainda teria muito caos naquela noite.

Saiu dali e foi até a varanda vendo o caminhão de flores negras parar na frente da casa, conseguiu ver seu primo todo alegre com a namorada ao seu lado  já vestidos de vampiros. Jeongguk não estava no clima para tudo aquilo, se sentia cansado demais e com um pouco de saudades do marido, que o ligava toda noite perguntando se estava a se alimentar bem, fazendo seu coração acelerar só de imaginar Jimin chegando em casa e lhe dando uma bronca para depois beijar seus lábios de forma carinhosa... Um suspiro de saudades, essa foi a reação do Park mais novo. 

— Jeongguk, eu acabei ligando para o Jimin e ele vai vir. — ouviu sua tia dizer passando do seu lado deixando um ômega chocado e sem palavras para responder.

Tentou respirar calmamente e foi se sentar, porém sentiu uma tontura e teve que se apoiar na parede ouvindo a voz da Jeon um pouco longe. Tentou ficar de olhos abertos, mas a última coisa que viu foi um empregado correndo até si.

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— Ele está bem? — ouviu a voz de sua tia todo preocupada e nervosa partindo o seu coração em pedacinhos. Odiava deixar a mais velha preocupada. — É algo muito grave?

— Não, senhora Jeon, é só um sintoma comum na situação dele. — ouviu a voz de um estranho se pronunciar. Situação?

— Como assim? Meu filho tem câncer? — com certeza a sua mãe iria desmaiar se a resposta fosse sim — Acho que está caindo a minha pressão.

— Não, senhora. — ouviu o suposto médico rir — O seu filho está grávido.

— Como? Eu vou ser avó? — falou toda alegre e passou a mão no cabelos negro do ômega, foi nesse momento que Jeongguk abriu os olhos e viu a sua tia sorrindo.

— Quem vai ser avó? — falou recebendo um tapa na cabeça e uma risada do médico — Por que isso, mãe?

— Quando iria me dizer sobre o bebê? — olhou a ômega confuso e viu no olhar da sua "mãe" um certo choque. — Você não sabia?

— Não, eu deveria? — falou vendo o médico sorrir pequeno e ir até si se sentando ao seu lado.

— Senhor Jeon- — Jeongguk corrigiu para Park interrompendo o médico — Senhor Park, você está grávido.

— Mas como? — perguntou um pouco chocado sem ainda se tocar que poderia ter um mini brotinho crescendo em si. — Faz um tempo que dormi com o meu marido… uns quatro meses.

— Bem, o seu cio está atrasado e me parece que você está em no meio do quarto mês pelo tamanho da sua barriga. — disse vendo Jeongguk começar a lacrimejar.

— Então… — sussurrou sentindo a garganta  arder, porém quando foi dizer algo, ouviu a voz do marido se aproximando irritado do quarto abrindo a porta de forma bruta assustando o ômega — Jimin!?

— Está tudo bem? Eu disse para você se cuidar, por que você nunca me ouve? É pressão baixa? Falta de alimento? Você está tão pálido. — falou desesperado se aproximando do marido enquanto lhe examinava.

— É só pressão baixa. — mentiu fazendo todos lhe olharem interrogativo.

Afinal, por que Jeongguk mentiria principalmente para o pai do seu filho que estava crescendo rapidamente dentro de si sendo que o maior sonho de Jimin era saber que iria ser pai?

Sempre no Halloween▪Jikook Onde histórias criam vida. Descubra agora