Prólogo

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BUUUUUUM!

Foi o barulho que marcou a vida de todos naquela noite estrelada...

 Os campos verdejantes estavam sem vida por causa das cinzas que caíam do céu, os animais não mais perto do lago estavam, e as pessoas gritavam de pavor de suas respectivas casas

Aquele lugar parecia ser tão lindo durante o dia…

 No meio de tudo aquilo ainda conseguia sentir o cheiro de orvalho e o frescor do campo. Sob meus pés, o chão tremia em consequência ao vulcão recém ativo e com isso, algumas casas, feitas de barro e madeira de carvalho negro, começavam a desmoronar. E então, de longe eu conseguia ouvir alguns gritos cessarem. E isso não era nada bom. 

Uma grande torre de tijolos brancos se estendia no alto da colina que ficava ao lado da aldeia mais próxima a mim. E de longe, eu conseguia ver uma figura feminina. Quase angelical com uma camisola branca e cabelos pretos e cacheados caindo em cascata pelas suas costas. A pele negra brilhava com a luz das chamas espalhadas por todo o lugar ressaltando toda a sua beleza, seu esplendor e ao mesmo tempo, sua força.

Relâmpagos acendiam todo o céu, trovões assustavam os animais e retumbavam no meu peito. Eu olhei para o alto rotineiramente e vi o momento exato em que a luz do relâmpago mostra de relance um rosto nas nuvens escuras: o causador de todo aquele caos. E ele parecia se divertir.

As chamas ficavam mais intensas conforme os trovões aumentavam. E a garota observava tudo atentamente, até que gritou para o céu:

-- Isso é tudo que pode fazer? -- Gritou com ódio na voz. 

Então os relâmpagos mostraram novamente o sorriso do monstro nas nuvens e estava pior que antes. As nuvens se dissiparam instantaneamente, o que mostrou o céu estrelado. O vulcão parou de expelir lava e fumaça e o chão parou de tremer. E foi aí que tudo piorou…

O tremor voltou muito mais forte. O céu foi tomado de uma cor avermelhada. E dessa vez, até os animais fizeram sons de pavor. 

A garota entrou na torre e alguns segundos depois voltou vestida numa armadura cor de cobre. Das suas costas algo branco e volumoso tremulava. Ao primeiro instante eu achava que era uma capa, até acostumar com a idéia de que eram asas, que inclusive a fizeram levantar vôo naquele instante. Ela estava muito alto. Mas de alguma forma ainda conseguia a ouvir claramente.

-- Vamos acabar com isso! -- Gritou ela. Dessa vez mais calma e concentrada. 

E então, não muito depois disso, uma das estrelas começou a se movimentar no céu numa velocidade absurda. Parecia uma estrela cadente, mas ao invés de desvanecer, ela ia ficando cada vez maior. Segundos depois, já era possível sentir a energia se aproximar. Como se eu estivesse ligado a atmosfera da terra e sentisse a aproximação do que quer que fosse aquilo.

3…

2…

1…

Adentrou.

O fogo se extinguiu, as plantas morreram, árvores começaram a apodrecer e a água começou a evaporar e quando me dei conta, o que eu pensava ser um meteoro, era uma massa de energia GIGANTE e sólida e vinha se aproximando cada vez mais rápido. 

Uma voz grossa e retumbante como um trovão surgiu dos céus.

-- Humanos, -- Disse o monstro das nuvens. -- eu vos deixo o desespero da minha chegada! 

Era possível sentir o quanto ele se deleitava com aquela situação. E era a palavra certa o que ele causava: DESESPERO. Os animais, os habitantes do lugar e a natureza podiam te descrever isso.

-- Humanos, -- Entoou a moça de armadura numa voz firme. -- Eu vos deixo a esperança de que precisam e o meu legado!

E então ela voou em direção a grande massa. E continuou subindo até onde eu não conseguia mais a enxergar.

De repente a explosão aconteceu! 

BUUUUUUUM!

-- Cuidem do que vos deixei. -- disse ela numa voz fraca. A grande massa sólida explodiu em milhares de pedaços que logo se transformaram em uma chuva de pedras enormes. Mas que estranhamente não caiam em uma só direção. Pareciam se dividir e ir em várias direções opostas antes de atingirem o chão. 

Foi a última coisa que pude ver ou sentir antes do impacto da explosão ter me lançado ao chão e por fim, ter me apagado.

Nunca me esquecerei disso...

Nunca!

Afinal, não tem como. Tenho tido esse mesmo sonho desde que tinha uns 15 anos de idade. E nessa noite não foi diferente. Até o sol me acordar  para mais um dia de realidade…

...

Oi, meu nome é Victor Zomo, e essa é a história de como eu e meus amigos salvamos o mundo. Ou de como pioramos tudo. Bom… É tudo uma questão de perspectiva!

Reino Esfênio: O Caminho SafiraOnde histórias criam vida. Descubra agora