Unforgivable Murderers

Capítulo 1 - Memórias Compartilhadas

  "Ela estava em meus braços, toda coberta de sangue, sem nem um pingo de vida sequer. Eu havia o arruinado. Tentei consertar tudo do pior jeito possível, e resultou na morte dela. E por algum motivo, mesmo que todos nós viemos à viver nossa última vida, ela nunca mais ressuscitou. Depois do que passei, resolvi tentar me redimir. Acompanhei meu pai e meus companheiros em nossa última luta e assim descansaríamos em paz, seríamos substituídos por mais uma linha de Sátures. Meu pai, o principal, seria o primeiro à ultrapassar o limite de sua energia para derrotar o bicho que deu início à maioria da miséria que existia no nosso mundo, o Whisperer. Chegamos ao local final, onde todos nós morremos com honra em nossos corações, com meu pai derrotando-o... bem, nem todos nós morremos, como deveríamos. O que seria supostamente por algum motivo, eu sobrevivi, mas parei de acreditar que havia alguma importância para minha sobrevivência, então planejei continuar viver o resto de vida que eu possuía dentro de mim mesmo em paz. Mas infelizmente não foi assim".

  - Caralho, que puta dor de cabeça! - Reclamou Jack, acordando no banco de trás de seu carro, um Impala Coupé 1965 preto, seu favorito. - Ugh... o que eu estava fazendo mesmo...? Ah, é... não, pera... - Pegou um papelzinho guardado em seu bolso secreto do lado esquerdo de seu peitoral e leu:

  "Senhor Jack, o seu objetivo escolhido para o momento é o simples de sempre. O nosso sáture principal detectou uma entidade com energia maior que o comum à norte de Miser, um lísceno. Ele julgou ser uma tarefa para você, esse lísceno mostrou sinais de ser um dos poderosos e, obviamente, por que não escolher o homem cujo poder é o implacável herdado de seu pai? Sim, é desse tamanho poder no qual estamos lidando, talvez até um sáture companheiro perdido por lá. O sáture principal requer a presença desse lísceno em nossos laboratórios, poderá ser uma adição incrível para seu poder. Ele diz estar quase completo, e essa será sua última adição. Importante, não é? Bom, como ele quer ter certeza que não o perderá, você foi escolhido para esta missão."

  Boa sorte, Zealood.

  - Ai, lísceno isso, sáture aquilo... e poder do meu pai? Eles se esqueceram que eu mal consigo controlar essa coisa? Bem, não parecem ligar caso eu morra tentando usar isso. Enfim, vamos acabar com isso.

  Jack guardou o papelzinho novamente em seu bolso e se levantou do banco traseiro, batendo sua cabeça no teto do carro, abriu a porta para sair da parte traseira de seu carro, deixando uma tempestade furiosa de neve bater em seu rosto, se esforçou para agarrar a porta frontal e voltou ao volante, pensando para si mesmo: "eu não deveria ter acordado tão tarde...". Prosseguiu para ligar o motor e pilotar seu carro de volta à estrada durante a enorme tempestade, em direção à cidade Miser, onde está seu objetivo que, para alguém como Jack concordar em fazê-lo, é muito importante.

  Após passar pelo deserto nevoso, escutando à "A Horse With No Name" e outras músicas no rádio, Jack chega em Miser já de noite. Parou especificamente em uma estrada rodeada por prédios pequenos e prosseguiu para entrar no bar onde estaria a entidade poderosa, sendo guiado pelas instruções que Zealood o deu. 

  Abrindo a porta dupla do bar, se deparou com uma festa escandalosa no lugar, parecia ser uma celebração de um certo evento recente. Logo, Jack se lembrou de ser ano novo, e suspirou após perceber que isso dificultaria a busca devido à concentração de pessoas num local só, além de mais um ano trabalhando para o mesmo lugar. Tentando ignorar todo o barulho e gritos, ele caminhou até um assento no balcão e sentou-se. Assim que o barman o notou, ele fez suas perguntas.

  - Você viu alguém que se parecia... "anormal" ou algo do tipo? - perguntou Jack, cobrindo seu rosto. 

  - Anormal é algo bem normal aqui, vai ter que ser mais específico, meu filho. - Respondeu o barman. Mas após ver que Jack não conseguia explicar, tentou ajudá-lo. - Se ajuda, alguém que parecia ter perdido a vontade de viver acabou de sair pelos fundos com uns caras. A garota se parecia um fantasma, e não me parecia que queria passar o tempo com eles, provavelmente tá sendo aproveitada.