Dia complicado

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Tanjirou queria entender por qual motivo estava passando por aquilo tudo, seria ele algum parente de Judas ou algo do gênero? Céus, ele não tinha mais cabeça muito menos forças físicas para aguentar toda aquela situação. Maldita hora que ele resolvera se mudar e morar sozinho parar ficar ainda mais próximo de seu emprego e faculdade. O jovem universitário de 23 anos só queria paz e uma vida tranquila, mas claro que nem tudo podemos ter em nossas pacatas vidas mortais. O problema de Kamado era algo bem '' simples'' seu vizinho. Só que não era qualquer vizinho, mas sim AQUELE vizinho em específico.

Inosuke Hashibira era o garoto mais selvagem e barulhento que já conhecera na face da terra. O garoto estava no último ano do ensino médio ─ pelo menos achava isso ─ só que os gritos ou simplesmente as brigas não eram um incomodo para Tanjirou. Seu quarto era a prova de sons então o garoto violento podia fazer a maior festa daquele bairro que provavelmente ele só escutaria alguns ruídos. Motivos para tal quarto? Tanjirou adorava locais silenciosos ─ ao extremo ─ para estudar o que explicava suas notas anormais dignas de um E.T. Não era do tipo que evitava sair ou algo do gênero por conta de barulhos só que quando o assunto era estudar ele preferia a paz.

Era irônico dizer que mesmo ele gostando de locais silenciosos para estudar ele desejava trabalhar na área hospitalar principalmente aquela que tratava mais os pacientes com câncer, tudo isso devido ao fato de ter perdido sua amada irmã para a doença e desde então prometera a si mesmo que estudaria até o fim de seus dias para que pessoas tivessem mais esperanças para sobreviver ─ mesmo que por alguns anos ─ o que ajudava tanto os pacientes quanto os pais.

Fazer uma faculdade de medicina não era uma tarefa fácil ainda mais por ele morar sozinho e trabalhar. Cozinhar e cuidar da casa nunca fora um problema já que morou em uma casa com vários irmãos o problema era que seus pais achavam ruim ele trabalhar e estudar algo que precisava de muito esforço só que Tanjirou ─ bondoso como era ─ não queria receber dinheiro dos seus pais, eles já tinham muitas despesas pelos irmãos. Tinha conseguido um estagio em um hospital onde teria que retirar medicamentos e leva-los ao local instruído algo bem fácil e que não o deixava cansado e acima de tudo ele podia ver como era o dia a dia do hospital para que um dia soubesse melhor como agir diante de certos casos de emergência.

Mas voltando ao assunto, isso já estava quase sendo ignorado. A pergunta é, por qual motivo Inosuke atrapalhava ─ pelo menos isso que Tanjirou dizia ─ a vida do nosso pequeno protagonista? Simples, o jovem de cabelos pretos e com pontas azuladas era COMPLETAMENTE apaixonado ─ da maneira dele ─ por Tanjirou. Chegava a ser algo estranho ver aquele garoto todo briguento e que vivia xingando dando em cima de um rapaz mais velho, sem contas as frases maliciosas e nem um pouco inocentes onde ele gostava de dizer ─ com todas as letras ─ como queria ser fudido por Tanjirou.

O pior de tudo era que Kamado era um rapaz tímido, não que ele fosse um virgem que não estava ingerindo muito bem aquele tipo de informação, mas sim uma pessoa normal que não estava habituada a escutar aquele tipo de palavreado tão chulo. Os sorrisos maliciosos e as caras e bocas que Inosuke fazia deixava o jovem universitário chocado com tantas investidas, ele nem ao menos sabia como respondê-las se forma adequada.

Se perguntava todos os dias se aquilo era uma brincadeira de mal gosto do rapaz, mas sempre que se perguntava isso via o brilho selvagem nos olhos verdes a maneira que ele o encarava desejando seu corpo. Bem, ele não sabia ao certo se Inosuke só queria seu corpo nu ou também de alguma forma seus sentimentos, era estranho, ele não entendia aquele garoto.

─ Tanjirou, ABRE ESSA PORRA DE PORTA! ─ batidas altas começaram a soar pela casa. Fazendo com que o rapaz apenas suspirasse cansado estava na cozinha se estivesse em seu quarto nem estaria escutando aquela gritaria toda. Onde estava os responsáveis pelo garoto a uma hora dessas? Não era normal deixar o filho sair batendo em portas alheias muito menos dar em cima de homens mais velhos ─ claro que ele não era lá muito velho, mas deu pra entender ─ achava que o garoto devia viver sozinho era a única explicação. ─ SE VOCÊ NÃO ABRIR, EU JURO..., EU JURO! QUE COMEÇO A GEMER SEU NOME AQUI FORA!

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