Capítulo Único

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Se alguém a parasse na rua para lhe contar que algum dia em sua vida ela estaria presa na cidade de Bucareste na Transilvânia, mesmo depois de dizer diversas vezes que voltaria a seu país natal, ela provavelmente não acreditaria. E acreditaria ainda menos se alguém lhe contasse que ela estaria sendo bolsa de sangue de um vampiro, criatura a qual até dois meses atrás ela não acreditava na existência.
A garota se olhou pelo pequeno espelho pendurado em seu quarto, os cabelos estavam agora cortados na altura dos ombros, a maior parte do tempo os fios ficavam presos em um rabo de cavalo, mas agora eram necessários para tentar cobrir suas orelhas do frio que começava a chegar, sua pele parecia intacta a não ser pelos furinhos em seu pescoço, um pouco vermelhos e arroxeados, marcas estas que quase nunca sumiam e ela já não se importava mais, sorria todas as vezes que passava os dedos por ali.
Ela mal se lembrava como aquela história tinha começado, todas as suas memórias resumiam-se em encontros não planejados com o garoto, parecia que ele sempre estava no lugar certo e no momento certo, e desde o primeiro momento que o viu, sentiu como se seu corpo fosse um ímã que a atraía, tentou por diversas vezes deixar o sentimento de lado, ignorá-lo, mas foi impossível, principalmente quando o garoto a convidou para tomar um café.
Ele era completamente charmoso, seu sorriso era encantador e a forma que ele falava, sempre muito calmo e contido a traziam um sentimento de segurança, até mesmo a aura dele lhe confortava e a cada segundo ela sentia mais vontade de ficar próxima a ele, mesmo que não entendesse ao certo qual era o motivo.
- Você não vem? - o coreano abriu a porta do quarto, mantendo seu sorriso ameno de sempre. - Nós já estamos quase atrasados...
- Já estou indo. - ela concordou dando as costas para o espelho, suas mãos correram pela lateral de seu vestido longo e formal, em nenhum momento de sua vida se imaginou fazendo parte da alta sociedade romena, mas ali estava.
- Você está linda, não tem porque se preocupar. - Jaemin caminhou até a mais nova, deixando a ponta de seus dedos gélidos escorregarem pelos braços dela. - Maravilhosa, eu diria... - ele tirou os fios de cabelo do pescoço da garota e sorriu ao encostar nos furinhos feitos por ele mesmo. - Dói?
Ela discordou com a cabeça sorrindo, não dóia mais, agora seu corpo estava acostumado a perda de sangue e aos pequenos furinhos espalhados pela pele, ela não fazia aquilo de maneira forçada, então não se importava mais com o pequeno desconforto que sentia cada vez que os caninos do garoto se afundavam nela.
- Podemos ir? - o coreano perguntou a olhando profundamente, ele amava observar os olhos da garota e como eles sempre estavam brilhantes e cheios de vida, diferente dos dele, sempre escuros e sem vida, sem vida a quase 100 anos.
- O que foi? - ela juntou as sobrancelhas preocupada pelo silêncio repentino. - Você está bem?
Ele apenas concordou e sorriu ameno lhe dando o braço para que ela pudesse acompanhá-lo até o carro que os esperava na frente da mansão. Durante todo o caminho Jaemin sorria a encarando, ele tinha vontade de tê-la para sempre, serem amantes por toda a eternidade, mas sabia que aquilo não era bom e nem mesmo desejável.
Viver preso naquela vida, para sempre, vendo as pessoas nascerem e morrerem, o mundo passar por guerras e desavenças e ver doenças se espalhar pelos países. Por mais rico que pudesse ser, como sempre o dinheiro não compensava tudo, era reconfortante sim, mas viver como um morto-vivo tinha suas restrições e se ele pudesse manter a amada viva e com o coração pulsando, manteria.
- Sério Jaemin, há algo que você está me escondendo? - a menor ajeitou os cabelos enquanto descia do carro sem ajuda.
- Você está linda, apenas isso. - ele sorriu mais uma vez a encarando, amava cada pedaço do rosto da mais nova, estava apaixonado e se tivesse um coração vivo, ele estaria pulando animado agora.
Eles tomaram rumo a pequena festa, que podia ser considerado mais um jantar entre as ricas famílias da cidade, a música não estava muito alta, as pessoas muito bem vestidas e sustentando seus sorrisos perfeitos, parecia que nada conseguia sair do planejamento, quase como se fosse um sonho. Mas era apenas a sociedade de vampiros de Bucareste.
Jaemin apresentou a garota para todos que lhe importavam, ele a segurava pela cintura e mantinha seu sorriso calmo, sempre respondendo o que lhe era perguntado de forma calma e resumida, o garoto costumava ser reservado com os de sua espécie, os conhecia bem o suficiente para saber que nunca podia confiar neles cem por cento, fazê-lo era quase como entregar suas poucas seguranças nas mãos dos inimigos.
- Eu não sabia que vampiros podiam ser mais entediantes que os seres humanos... - a mais nova sorriu enquanto os dois se serviam de alguma bebida avermelhada do buffet, irônico, pensou. - Hollywood estava completamente errada.
- Hollywood costuma nos representar como seres simples e de forma rasa, ignorando completamente nossas verdadeiras regras e dando atenção à futilidades que não nos representa de maneira correta. - Jaemin olhou ao redor.
- Eles não tem muito com o que trabalhar, você sabe, para checar se as informações estão certas... Então recorrem à imaginação.
- Nós estamos mais espalhados pelo mundo do que você pensa bae... - o coreano a encarou, desta vez seus olhos estavam vermelhos, um vermelho vivo e penetrante, o que indicava que ele estava começando a necessitar de sangue.
- Com certeza estão, mas não são o suficiente para convencer um bando de produtores que vampiros não morrem com uma estaca no coração porque vocês não tem um coração pulsante. - ela deu um passo a frente, deixando seus dedos afastarem alguns fios de cabelo do rosto do maior. - Nós já podemos ir embora? Acho que as pessoas já se meteram o suficiente em nossas vidas, não?
Ele sorriu, um quase riso e concordou apenas balançando a cabeça, de fato aquele jantar estava um verdadeiro tédio e as pessoas não estavam ajudando nem um pouco.
[...]
- Jaemin... - ela suspirou ao sentir as mãos do maior lhe apertando nas coxas, era o primeiro aviso que ele dava antes de lhe furar em alguma veia.
- Relaxa... - o coreano apertou seus dedos novamente na pele abaixo de si, ele conseguia sentir que a mais nova estava tensa e isso tornava as coisas mais dolorosas do que ele queria. - Você sabe que não vai doer e se quiser que eu pare é só me pedir. - os lábios do mais velho encostaram perto da barra da calcinha da garota, ela fechou os olhos e sentiu as peças de roupa escorregarem por suas pernas sem pressa, afinal o vestido já tinha sido descartado desde que chegaram. - Você sabe que deve me avisar se ficar insuportável certo? - o dedo indicador do garoto encostou na intimidade alheia e sorriu com a lubrificação natural que ela apresentava.
A mais nova concordou respirando fundo enquanto tentava relaxar os músculos, não sabia o porque estava tão tensa, estava acostumada a ter seu sangue sugado, talvez fosse porque fazia um tempo desde que não tinha seu corpo furado, mal se lembrava do desconforto de sentir seu sangue correndo para tentar suprir a falta em suas veias.
Ela fechou os olhos assim que sentiu sua intimidade ser preenchida por um dos dedos do coreano e logo depois sua pele foi rasgada pelos caninos dele, foi uma mistura de prazer e dor, o que a fez morder os lábios e apenas suspirar, ele mal lhe deu tempo de se acostumar com as sensações e logo a mais nova mal conseguia conter seus gemidos.
Involuntariamente ela soltou um alto gemido de dor, Jaemin se afastou por um breve segundo de suas pernas, um filete de sangue lhe escapava dos lábios, traçando todo o seu caminho até a camisa que ele ainda usava.
- Tudo bem? - o coreano juntou as sobrancelhas preocupado e ela apenas concordou deixando uma de suas mãos irem até os fios de cabelo escuros dele. - Tem certeza? - a garota apenas concordou novamente com a cabeça, mas sabia que ele queria que ela verbalizasse, apenas para que ele tivesse certeza.
- Tudo bem... De verdade. - Jaemin moveu seu dedo novamente dentro dela e logo depois levou seu polegar até o clitóris da mesma, fazendo-a morder os lábios e mal sentir quando teve seu sangue novamente sugado.
A garota jogou a cabeça contra o colchão e se perdeu em seus próprios sons obscenos, sentia seu corpo se arrepiar e sua visão se tornar levemente turva, tinha certeza que aquilo era culpa da perda de sangue, mas mal se importava, o nó em seu estômago não a deixava pensar corretamente.
Ela sentiu o mais velho inserir mais um de seus dedos dentro de si e arqueou as costas, os movimentos dele não eram apressados e isso tornava o orgasmo lento, torturando-a de maneira deliciosa, Jaemin achava que seus gemidos eram músicas para seus ouvidos, ele só queria se saciar o mais rápido possível para que pudesse senti-la em seus lábios, sabia que aquilo a levaria para outro nível de prazer, isso sempre acontecia e ele amava vê-la a sua mercê.
O sangue da garota corria em sua garganta, ele parecia um animal faminto e talvez essa fosse a melhor definição naquele momento, o coreano nunca havia encontrado um sangue tão viciante, todos os outros humanos tinham o mesmo gosto sem graça e comum, mas o da brasileira era simplesmente diferente e no fundo de sua mente ele sabia o porque.
A mais nova gemeu quase manhosa, apertando os cabelos entre seus dedos enquanto tentava mover seu quadril em busca de maior contato com sua intimidade, mas o movimento era levemente desconfortável por conta dos caninos em sua veia, Jaemin sorriu e mais uma vez se afastou, desta vez limpando os lábios com a língua enquanto diminuía ainda mais o movimento de sua mão.
Os dois se encaram por breves segundos, a tensão era palpável e eles adoravam aquilo, a menor podia ver os olhos do coreano voltando a seu tom castanho de sempre, mesmo ainda sujo de sangue ele estava maravilhoso, aquela beleza incontestável e que ela amava. O maior se abaixou novamente, sem quebrar o olhar por nem um segundo, deixou sua língua encostar na intimidade alheia de forma leve, quase imperceptível, mas pela superestimulação, foi o suficiente para arrancar um gemido arrastado da outra.
Jaemin sorriu e em poucos segundos deixou a paciência e lerdeza de lado, sua mão trabalhava no mesmo ritmo de sua língua no clitóris da garota, esta que arqueava as costas e agarrava seus dedos nos lençóis abaixo de si, seus lábios já haviam sido judiados o suficiente, sentia que eles estavam inchados e doloridos, mas ainda assim os mordia tentando conter os sons presos em sua garganta.
Seu corpo inteiro tremia e se arrepiava, o nó em seu estômago se apertava cada vez mais, suas pernas aos poucos perdiam sua força e ela sentia cada parte de seu corpo pegando fogo enquanto o coreano continuava estimulando-a sentindo seus dedos serem engolidos pelas paredes internas da mesma.
Ela jogou a cabeça para trás mais uma vez e moveu o quadril sentindo uma onda de prazer percorrer todo o seu corpo, tornando-a uma bagunça de gemidos e suspiros, o garoto se afastou levando seus dedos até seus lábios enquanto via a amada tentando recuperar suas respiração.
Novamente eles ficaram parados se encarando por alguns segundos, ela tinha a respiração pesada e falhada, enquanto o coreano começava a se mexer pelo quarto a procura de algo para limpar o sangue em seu rosto.
- Você acha que vai sentir fome logo? - a menor perguntou escorregando os dedos pelas marquinhas em sua coxa.
- Você sabe que o sangue de um soulmate nos alimenta mais que os normais... - ele deu de ombros passando uma toalha pelo queixo. - Você é minha soulmate... Então eu diria em uns quatro ou cinco dias.
- Que pena... - ela passou a mão pelos lençóis enquanto se deitava de lado.
Jaemin sorriu e caminhou até a cama, sentou-se ao lado do corpo da mais nova e a beijou de forma leve, sentindo os lábios inchados da mesma.
- Você sabe que nós podemos transar sem eu precisar do seu sangue certo? - ela concordou e tirou alguns fios de cabelo de seu rosto.
- Só é mais divertido... Você sabe, uma sensação diferente.
- Uma quase morte? Não sei o que há de bom nisso. - a menor sorriu e sentou-se segurando as mãos do coreano enquanto o encarava.
- Eu te amo.

My Soulmate - Na JaeminOnde histórias criam vida. Descubra agora