Perca o Controle (Livro Concluído - em revisão)

Capitulo 87

                                            Eva

Cerca de 45 dias se passaram depois do ocorrido naquele galpão... sinto-me aliviada por ter conseguido resistir à tantas coisas. O medo ainda me persegue, ao saber que Elisa está fora do alcance das autoridades locais, mas ao mesmo tempo, quero pensar positivo, quero imaginar que ela esteja bem longe de todos nós. Ainda estou na mansão Cross, Alarick fez questão que eu ficasse lá, até o último dia de repouso, que não por mera coincidência, é hoje. Estou nesse exato momento esperando os últimos exames que fiz sair. Desde que tudo aconteceu, as coisas mudaram de rumo, Rick fica mais em casa, tenta fazer o máximo possível de trabalho sem estar presente na empresa, tenho feito minha parte de casa também, na medida do possível.

Acabei de receber meus exames e está tudo em perfeita ordem. Pela primeira vez, Cross não me acompanhou a uma consulta, teve que ir na empresa. Reconheço toda sua dedicação, tenho visto um lado dele que jamais poderia imaginar que pudesse existir. Amanhã retornarei para meu apartamento e isso faz com um frio se espalhe em minha barriga, aquela casa virou meu lar depois que tudo aconteceu...

- Tudo bem, senhorita Stuart? - pergunta Simon quando percebe que estou no mundo da lua no caminho de volta para a mansão

- Sabe que pode tirar o senhorita da frase, não é?! - digo olhando ele que apenas dar de ombros com um sorriso no canto dos lábios. - Você apaixonado pela Lici! - digo de repente, fazendo com que o mesmo freie bruscamente próximo a uma lombada. Gargalho de sua reação

- Poderia não falar essas coisas...louca enquanto eu estou dirigindo, por favor? - fala completamente assustado e na defensiva

- Você sabe que é meu chefe de segurança e que me tiraria de um tiroteio facilmente, mas se assusta quando falo em paixão, não é?! Porque tem que saber como isso soa ridículo! - conclui e recebo um olhar reprovador dele

- Você tá parecendo a Camille! - afirma e abro um sorriso amplo

- Não me importo, amor minha melhor amiga! - digo e ele refira os olhos. Nesse meio tempo, eu e Simon nos tornamos ainda mais próximos, e hoje o considero como o irmão mais velho que nunca tive - Fala pra mim, vocês devem ter um história, a tensão é palpável! - digo empolgada pulando no banco do carro

- Pode parar, que você não pode fazer esforço - me repreende e eu o ignoro

- Ou você fala, ou eu e Cami iremos atrás da história juntas! - ameaço e ele arfa de raiva

- Não tem muito bem o que contar... - diz e repara em meu olhar irônico - Éramos jovens, eu tinha uns 17 anos e a senhorita Cross 15 anos. - respira fundo - formos criados juntos, e sempre fui completamente encantado por ela. Alicia sempre teve o gênio forte do pai e do irmão, e a pureza e a delicadeza da mãe. - ele relata tudo observo seus olhos brilharem - Ela desde cedo gostava de ficar na cozinha, e sempre cozinhava algo sob supervisão, claro, e levava para que eu aprovasse... era algo inocente e genuíno. Crescemos e fui percebendo que o que sentia, não era só um carinho de irmão... eu era perdidamente encantado por Alicia Cross. Então, em um baile anual de Natal que seu pai oferecia, formos até o jardim da mansão Cross original, e nos beijamos. Foi o primeiro beijo dela... naquela noite, eu soube que estava apaixonado. - suspiro com a história de amor - Mas havia um cara na festa, um mauricinho qualquer, que logo depois veio falar comigo, disse que eu deveria me colocar no meu lugar, que eu não passava do filho dos empregados e que ela nunca seria minha. Aquilo entrou em minha cabeça na época, no outro dia viajei sem falar nada a ela para casa dos meus tios e de lá, fui fazer cursos e mais cursos fora, para me tornar um bom profissional na área de segurança, assim como meu pai e meu avó. Soube que por um tempo, ela namorou com aquele cara. Quando retornei, Alicia tinha ido fazer gastronomia em Paris... depois disso nos víamos apenas quando retornava para visitar a família. É isso... - olho para ele estagnada com tudo que acabou de me contar

- Porquê não foi falar com ela? - questiono sem compreender

- Porque o que aquele babaca falou, era verdade. Tanto que ela logo ficou com ele e nunca me ligou ... - seu tom era ressentido

- Já parou para imaginar no quão pode ter magoado ela indo embora sem dar satisfação? - pergunto e ele me olha sem entender - Foi a primeira pessoa que ela deu um beijo, Simon! Ela com certeza era apaixonada na época, e deve ter pensado um monte de besteira, achado que não era recíproco da sua parte.

- Impossível ela ter sentido o mesmo - sorri nervoso

- Não, não é! - digo e paramos em frente à mansão - Cuidado para não perder a chance de amar alguém que possa te amar na mesma intensidade, por que acredite, mesmo que seja por uma única noite, faz a vida valer a pena! - sorrio e o deixo sozinho pensando...