5. Paris

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Sair de casa ao final de dois dias,  fez me recordar o frio que se fazia sentir em Paris, mas naquele dia nao me chateava,  por outro lado era reconfortante.

Nao tinha passeado muito por Paris desde que chegara,  os únicos sítios que tinha visitado foi a minha casa,  a escola e a casa de banho publica do jardim em frente a escola.

Senti-me naquele momento tao ingrata por tudo o que os meus pais tinham feito por mim, deixaram me vir estudar um ano para Paris,  pagaram me a casa e eu retribuo sem sair de casa,  nao lhe ligando a mais de um mes.

"isto tem de mudar, estas te a tornar numa pessoa de merda kate, acorda para a vida reage". A minha reacao foi instantânea,  peguei no telemovel marquei o numero da mia e passado um toque ouve se do outro lado "AO FINAL DE 2 MESES 1 DIA E 2 HORAS LEMBRASTE QUE TENS UMA MELHOR AMIGA, PARABENS FOSTE RAPIDA" Ouvir aquilo fez me desatar a chorar, meu deus o quanto sentia a falta daquela histérica. "kate, que se passa? Apanhaste uma gastroenterite com os croissants?  Eu sabia que tinham rasteira, nada pode ser assim tao bom!" E pela primeira vez desde que ali estava Ri, genuinamente, "mia, preciso de ti comigo, preciso de ti para comecar esta nova fase" Nesse momento soube que tinha estado a bater no fundo estes últimos meses "tenho uma frequência amanhã, terça estou ai, prepara as pipocas que a Mia vai a caminho" e desligou,  conhecendo a mia como a conheco esperava aquela chamada desde o dia em que partira para Paris, ja devia ter a mala feita e o bilhete sem datas de ida e volta comprado,  sei disso porque assim que nos despedimos ela disse me "estou pronta para ir assim que precisares que eu va".

Agora Paris parecia me triste, as luzes estavam acesas e a noite comecava a pôr se, lembrei me das tardes de verão passadas na praia a ver o por do sol, as noites longas a ler, as chamadas no skype a ver filmes deprimentes e a chorar com a mia,  lembrei me de quem era, parei e olhei para o meu reflexo no vidro da loja de velharias e vi,  no que me tinha tornado.

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