Capítulo 2

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Lucas Narrando:

Entro no escritório do meu pai sem me importar com o que ele falaria do meu comportamento.

— Fala o que você quer!- Sento na cadeira a sua frente.

O mesmo me olha sério.

— Vai ficar me olhando ou vai dizer o que quer?

— Meu Deus o que eu fiz de errado com esse moleque?- Passa às mãos em seu rosto.

Reviro os olhos e bufo.

— Você também não é o melhor pai do mundo sabia?- Continuo olhando para ele com seriedade.

— Hoje você vai para a faculdade querendo ou não.

— Vai me forçar Robert?- Provoco.

— Ou você vai ou eu corto sua mesada e tomo a sua moto.

— Ainda nisso de querer tirar as minhas coisas?

— Lucas obedece pelo menos uma vez na vida, por favor, eu estou cansado.

— Dorme que passa.

— Olha eu sei que não paciente igual a sua mãe, e sei que nunca serei igual a ela...

— Vou para o meu quarto.- O interrompo antes que essa conversa me faça ficar com raiva por minha mãe ter morrido.

Sinto raiva por ela ter morrido e ter me deixado só, sei que ainda tenho o meu pai mas eu não consigo amá-lo da mesma maneira que eu amava a minha mãe.

Ele sempre viveu no trabalho e acabou virando um estranho para mim, gosto dele mas não o amo. A única pessoa que eu amava com todas as minhas forças e a única pessoa que conseguia me controlar era a minha mãe.

Antes dela morrer eu já era um demônio mas depois da sua morte eu virei o capeta. Não deixo ninguém se aproximar e faço o que eu quero sem me preocupar com as consequências.

Meu pai tentou refazer a vida depois que a minha mãe morreu mas eu não permiti, não quero ele com ninguém, pode ser maldade da minha parte mas eu não importo, minha mãe vai ser a única mulher que ja foi casada com ele.

Assim que entro em meu quarto vejo as empregadas limpando as coisas.

— Se mandem!- Ordeno.

As mesmas me olham.

— Estão surdas caramba? Somem!

Elas saem e eu me jogo em minha cama. Pego o quadro que contém uma foto minha abraçado com a minha mãe.

Fico olhando o retrato e começo a me sentir péssimo, eu tinha prometido para ela antes da sua morte que eu iria para faculdade, que me esforçaria para amar o meu pai e que encontraria o amor da minha vida.

— Duas promessas eu terei que quebrar mas eu vou para a faculdade, sei que isso te deixaria feliz.- Coloco o quadro novamente em cima do criado mudo.

[...]

Depois de uma aula incrivelmente chata vou para cantina comprar café, no caminho para o refeitório os corredores estavam vazios apenas tinha uma garota loira sentada no chão lendo um livro, idiota.

Passei por ela atraindo o seu olhar mas logo ela volta a atenção para o seu livro. Eu deveria ter prestado atenção em seu rosto.

Depois que compro o meu café sento em uma mesa sozinho e começo a mexer em meu celular.

Eu estava tão centrado no celular mas logo paro de mexer quando vejo a menina que estava sentada no chão lendo um livro.

A mesma caminha até a cantina e começa a olhar.

— Oi boa noite.- Sorri com gentileza.- Quanto custa aquele salgadinho?

— Oi, custa três e cinquenta.- A senhora retribui o sorriso.

— Me da um por favor.- Entrega o dinheiro para senhora.

— Aqui está.- Entrega o salgadinho para a garota.— Boa aula.

— Obrigado, bom trabalho.

A mesma me olha meio sem jeito pelo fato de eu estar a encarando. Ela caminha em minha direção e quando está perto pergunta.

— Oi boa noite, você pode me dizer onde fica a biblioteca?

Fiquei em silêncio e ela continuou esperando por uma resposta.

A voz dela é doce e suave, bom de se ouvir.

— Desculpe atrapalhar.-Diz constrangida e me dando as costas.

— Mesmo se eu soubesse não te diria.- Digo sério.

Ela olha novamente para mim e diz:

— Ter educação é necessário, recomendo que você aprenda, se me der licença preciso procurar a biblioteca.- Se retira.

Garota abusada, ela só pode se achar alguém muito importante para falar comigo desse jeito.

Odiei o jeito que ela me tratou e isso não vai ficar assim.

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⏰ Última atualização: Apr 13, 2020 ⏰

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