Era meu primeiro dia como soldado das forças militares japonesas e eu já queria sumir daquele lugar. Eu nunca quis fazer parte do exército, mas meus pais sonhavam em me ver em uma farda, em alguma patente alta. Infelizmente, tive que seguir a vontade deles, pois não queria desonrar toda a minha família, que, por tradição, tinha muitos homens servindo o Japão.
Meu nome é Kojima Kazuo e eu havia acabado de completar a idade exata para ser recrutado quando tudo aconteceu. Passei em todos os tipos de testes e, então, ali eu estava: torrando debaixo do sol quente naquela porra de base militar. A minha vontade interna e mais profunda naquele momento, era morrer. Mas, como era inviável, optei pela opção mais aceitável, que era fingir que estava tudo bem.
Já havia conhecido alguns colegas meus, dentre eles Watanabe Hiro e Mayumi Harumi, sendo que estes eram os que eu mais havia conversado, até então. Nos encontrávamos em formação, lado a lado, quando o general se aproximou, bradando suas palavras agressivamente inspiradoras e zero por cento amigáveis. Eu permanecia firme e forte, esperando para que o show de horrores - vulgo treinamentos - começasse. Após algum tempo na ladainha que parecia não acabar mais, finalmente vi o oficial parar de falar, chamando outro deles para começar mais um falatório imenso.
Eu fiz um enorme esforço para não revirar os olhos, mas qualquer vontade de fazer isso passou quando vi o capitão - como o outro havia lhe apresentado - caminhar lenta e firmemente até nós. Ele era simplesmente deslumbrante. Na verdade, talvez não exista qualquer palavra que possa definir o que aquele homem era, de fato. Meus olhos se encheram ao ver seu rosto impecável, cada traço uma pincelada feita por autoria divina. Sim, parece exagero, mas foi exatamente o que me ocorreu no instante em que meus olhos se direcionaram a ele. Seus ombros largos e seus braços definidos e fortes pareceram me tirar o ar.
Não pude evitar imaginar por um momento como seria me perder naquele corpo ou me infiltrar por dentro daquela farda, que definia tão bem seu peito. Oh, céus, eu provavelmente estava encarando demais, de uma forma inadequada, mas não pude evitar. Meu coração se derreteu o suficiente para que eu me esquecesse da noção. Ele era sério, lindo e, definitivamente, gostoso para caralho, o que despertou em mim o desejo mais intenso que poderia existir. Também era o desejo mais impossível e sujo. Era platônico.
Há algo sobre mim que eu não disse, mas é tão claro quanto a água à essa altura: eu sou gay. E meu tipo de homem é exatamente ele. O capitão Yokoyama Iori se apresentou a nós, aos berros, como era de se esperar. Sua voz grave, ainda que agressiva, soava aos meus ouvidos como uma provocação. Uma injusta provocação, uma vez que eu não podia nem sonhar em ouvi-la mais de perto, sussurrando algumas coisas em meu ouvido. Mal podia ouvir o que seus lábios pronunciaram, pois estava ocupado demais os fitando, fantasiando como seria beijar aquela boca.
No entanto, acabou acontecendo algo que eu não pude deixar de perceber: Yokoyama-sama me olhou também. "Claro, afinal, ele olhava atentamente para todos ali", é possível pensar. Mas, o que justamente me chamou a atenção foi que ele me fitou por tempo demais. Eu era um dos primeiros da formação, então seus olhos escuros se encontraram presos em mim, passeando por meu rosto enquanto ele continuava a falar, o que me fez dar um sorriso ladino quase que imperceptível. Foi, porém, perceptível o suficiente para que ele desviasse o olhar no mesmo instante, pigarreando antes de continuar seu discurso - o que só me fez ter certeza de seu olhar malicioso.
Após algum tempo de "sim, senhor" e "não, senhor", fomos autorizados por ele a irmos para nossos dormitórios antes de iniciar os treinamentos. Antes de sair, é claro que o olhei uma última vez, me certificando de que receberia sua atenção novamente. Para minha interna alegria e excitação, recebi um último olhar seu. Durou, praticamente, um milésimo de segundo, mas notei que percorreu a visão por meu corpo também. Não contive outro "mini-sorriso", mas, dessa vez, ele pareceu se irritar com minha ação involuntária. Meu coração descompassou quando o vi se aproximar de mim. Watanabe-san e Mayumi-san permaneciam ao meu lado, presenciando a cena que se seguiu.
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yes, sir | mackento oneshot
FanfictionOnde Kojima Kazuo (Yamaken), ingressante no exército japonês, se apaixona por Yokoyama Iori (Mackenyu), seu capitão, que não lhe parece nada contente com isso... Até então. » conteúdo explícito. » linguagem obscena.