✷*☆゚.*✧・。゚✯

59 5 34
                                    

✯ Brenda ✯

Era apenas um dia normal, como a maioria dos meus sábados, estava sentada em um banco da praça, muito movimentada por sinal, apenas observando as pessoas transitando para lá e pra cá, era aquela hora em que o sol já havia se posto mas ainda tinha rastros das suas luzes pintando uma pequena parte do céu em um lilás parecido com uma flor do Ypê que estava ali perto. Tava bem plena tomando meu suquinho de alguma coisa que eu não fazia muita ideia do que era mas tinha uma cor legal, esperando minhas amigas, aquelas vadias putas, chegarem enquanto pensava que era melhor ter ficado em casa jogando Overwatch do que ter saido do meu aconchego para ficar plantada em uma praça cheia de pessoas em um calor de 30°C, pelo menos o suquinho tava bom.

Nesse momento, eu era apenas uma camponesa imaculada, uma doce criança de verão que ainda não tinha visto o inverno chegar. Senti a minha inocência deslizar das minhas mãos junto com o meu copo de suco quando alguém encostou o cano da arma nas minhas costas e sussurrou nos meus ouvidos "Se gritar eu te mato aqui mesmo sua filha da puta, agora me segue em silêncio, caralho". Eu senti as minhas costas arquearem, minhas mãos suar frio e meu cú trancar com tanta força que tenho certeza de que não passava nem WiFi, tudo que eu pensei foi "Fudeu" e em todas aquelass estatísticas sobre feminicídio na TV, era a minha vez de entrar para todos aqueles números que eram notícias.

Apenas fiz o que ele mandou, óbvio, eu não queria levar um tiro e tava desesperada sentindo minha respiração falhar e meu coração bater muito rápido no meu peito, inclusive foi naquele momento que eu descobri que tinha um coração, entrei naquela van preta junto com ele e aí tudo que eu lembro foi que depois de algum tempo, que pareceu ser tempo suficiente para reagir e fugir de algum modo, sinto um lenço envolvendo minha boca e nariz e um aperto no meu tórax me fazendo tragar aquela substância e me debater até adormecer.

✷ Tássio ✷

Não era a primeira vez que eu fazia aquilo, longe disso, eu já tinha feito isso tantas vezes antes que já tinha perdido a graça e só fazia isso de uma forma automática. Primeiro pesquisei sobre a vítima, 1,75 de altura, tipo físico fora do padrão de beleza, muito bonita, cabelo enrolado curto, olhos castanhos essas coisas, não foi difícil de achar ela nas redes sociais e menos ainda de saber algumas coisas sobre ela , ela gostava de jogos, filmes cults, séries da moda, saia com os amigos de vez em quando, sempre aos sábados, sabia os lugares que costumava frequentar, quem era seus amigos, seus hobbies, enfim eu conhecia aquela puta o suficiente para reconhecer. Foi muito fácil se passar por alguma amiga dela e dizer que ia ter um rolê com geral e que era pra ela ir.

Cheguei lá e fiz o serviço e ela foi uma boa garota, o medo fez ela se mover conforme o planejado, fiz ela dormir e a levei pro meu esconderijo. Chegando lá carreguei ela pro quarto de cima e amarrei ela na cadeira com fitas, porque sou um otário que esqueceu as cordas, e esperei ela acordar para colocar o plano de verdade em ação.

Disco o número no meu celular quando percebo que ela estava acordando e encosto a porta.

–Alô, seu Iran?

–Quem tá falando? - O cara responde grosseiro do outro lado da linha.

–Você sabe muito bem quem é seu arrombado do caralho, qual é a desculpa da vez para não pagar o que me deve, porra?

O homem suspira: –Cara, eu ainda não tenho todo o dinheiro, mas se você aceitar a quantia que eu...

Nem fodendo, nunca foi assim que meus negócios funcionaram.

–Sabia que não ia ter quantia toda seu filho da puta, mas eu estou aqui com um ótimo incentivo.- Entro no quarto e me aproximo de Brenda que se remexe na cadeira tentando se soltar. Puxo seus cabelos da nuca para fazer ela me olhar.

O Sequestro de SaturnoOnde histórias criam vida. Descubra agora