Revirei-me na cama tentando achar uma posição mais confortável virando de bruços com o rosto virado para o lado da cômoda. Abrindo uma fresta dos meus olhos pude ver a luz do sol que transparecia nas cortinas listradas em branco casca de ovo e azul maya das janelas altas do meu quarto que davam para uma pequena varanda. Talvez já se passasse das dez da manhã, mas eu não sabia bem.
Meu quarto era todo em tons diferentes de branco, menos a cabeceira da cama de casal macia de molas, onde eu me encontrava que era de madeira revestida em um tom claro de um tecido cinza. E a Janela ficava do meu lado da cama, onde do decimo terceiro andar do prédio onde moro eu podia ver parte do calçadão da praia por ela, movimentado com todo tipo variado de pessoas e logo a frente da areia amarela clarinha via o mar, que sempre me acalmava com suas ondas que quase nunca se agitavam tanto ao longo dos dias.
Quando de repente escuto a porta se abrindo, obviamente era Ethan, que havia dormido comigo na noite anterior, não só dormido, mas aproveitado boa parte da noite em claro dando e recebendo prazer. Não me virei para velo, continuei acordando lentamente tentando voltar a mim. Sabia que com apenas aquele lençol branco sobre a minha cintura dava a ele uma visão única sobre o meu corpo nu de costas para ele, minha pele macia e clara que tantos desejavam, e meu corpo magro, de cintura fina.
– honey... –falou ele em tom baixo com a sua voz levemente rouca de sono de forma carinhosa, pensando que eu ainda estivesse dormindo, continuei imóvel.
– Abigail, vamos acordar my love? –pela movimentação do colchão ele deveria ter se sentado ao meu lado, e da forma mais delicada possível puxou o lençol tapando partes do meu quadril descoberto. Virei-me no mesmo instante dando um leve sorriso. Ele estava apenas de box, olhei fixamente para o seu rosto perfeito, de olhos azuis, nariz afinado e um sorriso de dentes perfeitamente alinhados, vindo em minha direção para selarmos os lábios em um gesto de bom dia. Visto aquilo, me fez afasta-lo um pouco, botando a palma da mão em seu peito e empurrando com certa delicadeza: – eu acabei de acordar, estou com um hálito horrível. –falei me apoiando em meu ombro ajeitando os meus cabelos loiros levemente ondulados para o lado.
Mesmo com os olhos fechados, ainda alinhando os fios de cabelos longos dourados, conseguia sentir seu olhar frustrado sobre mim: – a gente já namora a seis messes, não vai ser um hálito ruim que vai me deixar menos apaixonado por você. – acredito que ele não tinha consciência do que estava falando. Eu já havia terminado um namoro por causa do mal hálito, felizmente o odor não era meu, acho que o homem da vez não colocasse pasta de dentes e fio dental na lista de compras a bastante tempo, mas consigo recordar que a companhia dele não me era ruim, mas aquele cheiro não podia ser tolerado durante um mero selar de lábios, então resolvi terminar: – você não sabe o que diz. –disse colocando o lençol sobre os meus seios que até então estavam descobertos. Ele me olha insatisfeito, mas nada disse, se vira pegando a caneca de chá e me entregando em mãos, eu continuei na mesma posição que estava, mas dessa vez segurando a caneca pela asa enrolando todos os dedos nela, visto que tinha uma grande quantidade de liquido deixando-a levemente pesada, verifiquei o que tinha dentro da mesma: – camomila –falou ele indicando o que tinha nela, e continuou: – não tem açúcar, só adoçante, chá natural da marca que te patrocina e a quantidade certa de gotas de limão. –continuei admirando a caneca em minha mão olhando o liquido esverdeado, sentindo o aroma doce da erva, sem me impressionar com as informações que tinha sobre o meu gosto, pois já tinha lhe-falado mil vezes em varias outras ocasiões por acabar fazendo do jeito errado, sempre me deixando enjoada: – você vai ficar comigo hoje? –perguntei em tom melancólico, rezando a deus que a resposta fosse positiva mesmo que eu já esperasse um não.
– não vai dar... –falou ele aflito: – hoje é a inauguração da minha construtora, tem muita coisa pra fazer ainda. Como a minha assistente não conseguiu fazer um agendamento com um organizador de eventos, estou tendo de fazer quase todo o trabalho sozinho. – de novo aquela assistentezinha fez merda e ele não a puniu por isso: -você deveria demiti-la por ser uma incompetente. –falei me sentindo alterada: – Eu sei que você não gosta da ideia de eu ter uma assistente mulher, mas ela só está a uma semana trabalhando comigo, e está terminando os estudos agora, ela já me ajudou bastante, tente entender isso. –fiz uma cara que mais parecia uma careta, e virei o rosto para o lado em reprovação soltando uma lufada de ar: – good... –disse ele sugestivo no seu sotaque mais americano possível: – você pode ir a inauguração e mostrar pra ela e pra todos que eu sou só seu e você é só minha. –me alterei ainda mais: – de novo isso? Você sabe como homens de camisa xadrez com cara de lenhador me deixam desconfortáveis e o como eu fico com dor de cabeça com de cheiro de madeira crua. –ele franziu a testa em uma careta com se eu estivesse falando algo de outro mundo. Fazia dias que ele tentava me convencer: – você sabe que isso é um estereotipo, e nós dois sabemos que se eu usasse uma camisa xadrez você me acharia gostoso. –falou ele convicto.
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The Revenge - pela visão de Abigail Ford
Mistério / SuspenseAos olhos de Abigail Watson Ford a vida passava de modo diferente. Apesar da sua personalidade mesquinha e, para muitos egocêntrica, ela havia subido muito na escala social. Sua carreira como modelo havia decolado após terminar o ensino médio, que...