Prólogo

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Um ano antes

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Um ano antes

Respirei lenta e profundamente para acalmar o batimento cardíaco errático e as palmas das minhas mãos suando, enquanto eu as esfregava na barra da minha camisola — a minha fina e quase transparente camisola, ressalte-se. Eu estava nervosa. Muito nervosa.

Pela centésima vez naquele dia, me questionei se teria realmente coragem de ir adiante e fazer o que tinha planejado naquela noite, mas cedo. Era loucura, claro, eu sabia disso assim que a ideia se formou na minha cabeça, mas ainda assim não consegui me impedir de ir adiante com ela.

Eu amava Ricardo Hoffman. Muito. E naquela noite, ele iria saber disso.

Acredito que o amava desde que aprendi o significado dessa palavra, desde que admiração e fascínio adolescente foi se transformando no atração, na paixão e no amor que eu hoje eu sabia que sentia por ele. Mesmo que Ricardo não notasse, eu era uma adulta e não podia mais lutar com os sentimentos, com as sensações que ele me provocava...

À medida que fui ficando mais madura, percebi que praticamente ter o coração saindo pela boca sempre que eu ouvia a sua voz pela minha casa; ou quando ficava quase muda quando ele estava perto de mim, ou então praticamente desmaiar quando ele sorria na minha direção, era isso: eu o amava... Na verdade, eu nem lembrava mais quando exatamente me apaixonei por Ricardo. Parecia que era desde sempre.

Passei boa parte da adolescência encantada com o amigo dos meus irmãos, ainda que fosse completamente ignorada por ele. Mantive esse sentimento no mais absoluto segredo, até das amigas mais chegadas.

Como não se apaixonar por ele, afinal?

Eu vivi as minhas experiências juvenis, garotos, beijos e festinhas com amigos e amigas, mas no fundo, lá naquele lugarzinho secreto do meu coração, havia um espaço reservado para Ricardo. Meus pensamentos estavam sempre me levando para a diferença entre os garotos ao meu redor, e toda a força da masculinidade bruta e evidente que ele ostentava. Todos os garotos empalideciam em comparação a ele.

Ricardo, por outro lado, me tratava como a irmãzinha que ele não tinha. Era frustrante, irritante, me deixava louca de raiva e frustração. Eu era a "Belinha", a pequena Iza, invisível, na maioria das vezes. Sim, ele era sempre educado, divertido, atencioso, mas mesmo enquanto eu crescia, ia ficando mais velha, ele nunca se dignou a me ver de um jeito diferente de algo fraternal.

RICARDO - Série Avassaladores 4Onde histórias criam vida. Descubra agora