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Malia

Eu estava destruída por dentro,só de respirar minha cabeça doía com medo de que dessa vez Olívia não aguentasse,mas Noah estava pior,dava para ver como ele estava cansado de tentar ser alguém perfeito para a mídia.

Ele me puxa para ficar abraçado comigo ainda encostado na parede,minha mãe e meu pai estavam sentados conversando em uma das cadeiras da sala de espera com Wendy e Marco.

Linsey viria mais tarde quando saísse da faculdade,junto com Alice e Henry.

Minha cabeça estava apoiada no ombro do Noah,já haviam se passado quarto horas e a gente continuava sem notícias de Olívia,eu já estava começando a entrar em desespero novamente.

-vem,vamos tomar um café- Noah se levanta da cadeira e me estende a mão.

-não,eles podem vim aqui dar notícias dela- olho para ele.

-nossos pais estão aqui,vamos tomar só um café na cantina aqui do hospital mesmo- ele se abaixa na minha frente e segura minhas mãos -eles estão aqui vai ficar tudo bem- fica me olhando na expectativa de que eu aceitasse.

Me levanto e vejo um mínimo sorriso no seu rosto,sorrio pequeno de volta e ele segura na minha mão para me levar até a cantina.

Quando pequena eu amava hospitais,mas desde que Olívia começou a parar direto neles comecei a odiar.

Noah me guia até o elevador e quando entramos ele aperta no terceiro andar,aquele andar era como um lugar de descanso para todos ali que estavam esperando seus parentes,tinham alguns livros para ler,sem contar alguns puffs espalhados pelo local e tinha uma parte com Alguns brinquedos para crianças,aonde havia crianças com câncer brincando.Meu coração se apertou novamente em pensar que aquelas crianças poderiam ser Olívia.

Noah ao perceber o que eu estava olhando,apertou mais minha mão em forma de consolo.

-fica aqui que eu vou buscar algo- ele diz calmo e me deixa em uma mesa seguindo para a cantina.

A mesa aonde eu estava era ao lado de uma janela de vidro aonde dava para ver tudo lá embaixo,os carros,as pessoas,cada um preocupado e com seus próprios problemas.

Dava para ver a praia também,o que tecnicamente era perfeito para Olívia se ela não estivesse internada,ela amava a praia porque lá ela sentia que podia respirar.Se sentia livre.

-no que está pensando?- Noah aparece com uma caixa de donuts,um copo de suco e um de café -seu suco porque creio que você ainda não gosta de café- ele me entrega o suco de laranja e se senta.

-não gosto- sorrio.

-no que estava pensando?- ele toma um gole do seu café.

-em como Olívia ia amar essa vista- tomo um pouco do suco e pego um donuts.

-por que?- ele olha para fora não notando nada demais.

-porque ela ama a praia e aqui ela conseguiria ver- explico com os olhos brilhando por conta das lágrimas que estavam se acumulando ali por causa da preocupação que eu estava com a minha bebê.

-ela vai melhorar e vai voltar,e agora que você falou que ela ama praia,eu vou levar ela na nossa praia- solto um sorriso por lembrar de lá,foi um lugar muito especial pra mim e para o Noah.

-Eu sinto falta de lá,era lindo ver o sol se pôr- ponho as mãos embaixo do meu queixo como apoio.

-eu vou lá todo dia,por cinco anos- ele olha para baixo e fico olhando para ele sem reação -não tem um dia,que eu não me arrependa de ter te deixado- ele segura minha mão por cima da mesa e não tento afasta-lo. -esses cinco anos foram insuportáveis,eu sei que foi muito pior pra você,mas não saber sobre você,como você estava,foi me matando cada dia mais,Malia- ele agora me olha e o verde dos seus olhos estão mais claros do que nunca. -espero que uma hora você perceba que eu mudei mesmo e estou disposto a fazer de tudo por você e pela Olívia,não tenho pressa,leve o tempo que você precisar,mas me der uma chance de ficarmos juntos outra vez,é só o que eu te peço,por favor- eu estava em choque demais para dizer algo,saber que ele ainda queria ficar comigo me deixava assustada e ansiosa os mesmo tempo.

Antes que eu pudesse dizer algo,um garoto estava gritando o nome de Noah e correndo na sua direção.

O menino abraçou Noah com força e Noah só sorria e o apertava com a mesma força e o mesmo amor que abraçava Olívia.O garoto parecia ter uns cinco anos.

-Thomas- uma mulher muito bonita veio na nossa direção,e parou em frente a nossa mesa,por mais que fosse bonita suas roupas eram simples.

-Denise- Noah se levantou com dificuldade da mesa ainda abraçando o menino que estava grudado em seu pescoço e foi cumprimentar a mulher.

-oi Noah- ela sorri para ele.

-não sabia que viria hoje- Noah volta a se sentar e agora põe Thomas sentado em seu colo.

Eu senti meu coração parar completamente,o garoto tinha os olhos verdes iguais ao de Noah,só que mais claros,sua pele também era clara como a de Noah,mas sua cabeça estava raspada e ele tinha um cateter como o que Olívia em tempos de muito tratamento usa no nariz.

-prazer Denise- a mulher se senta na minha frente e deposita um beijo em minha bochecha.sorrio apenas para não parecer mal educada.

-desculpa- Noah diz balançando a cabeça como se tivesse lembrado de algo -Denise,essa é a malia,mãe da minha filha- Noah diz e Denise sorrir ainda mais.

-que prazer te conhecer,Noah me contou nos últimos dias sobre a filha- ela sorri -sinto muito pela doença dela,entendo- ela olha para Thomas que brincava com os brincos de Noah.

-seu filho e dele?- ela me olha meio incrédula como se eu estivesse acabado de falar o maior insulto do mundo.

-não,eu e o Noah somos amigos,o Thomas estava fazendo químio e aí conheceu a Wendy que apresentou o Noah pra ele- ela sorri em admiração olhando os dois -foi amor à primeira vista esses dois,e aí o Noah vem ajudando ele a superar as dores da químio- ela sorri triste e entendi aquele sorriso melhor do que ninguém.

-ele não merece isso,é só uma criança- digo distraída e ela me olha.

-sua filha também não,mas só nos resta aceitar e apoiar uma a outra- ela segura em minhas mãos e sorri.Ela era dócil e muito gentil,aquilo qualquer um percebia de longe.

-E a Wendy Noah?- ela se vira para Noah que ajudava Thomas a endireitar o cateter.

-fazendo o tratamento bem- ele responde simples.

-então porque está aqui?- sua feição agora está confusa.

-porque minha filha deve uma crise respiratória de madrugada- Noah agora tem a voz baixa como se falar aquilo o machuca-se e realmente machucava.

-sinto muito,ela vai passar por isso- ela sorri novamente e o sorriso dela trazia paz e me fazia realmente acreditar que ia ficar tudo bem.

Eu ia responder mas a mensagem no meu celular fez meu coração errar as batidas.

-Noah,precisamos ir- com o olhar em meu rosto ele entendeu tudo.

-olha aqui,eu prometo que te acompanho na próxima sessão- ele deixa um beijo na cabeça dele e se despede de Denise.

Eu não fiz nada,só corri em direção ao elevador rapidamente para conseguir chegar até o primeiro andar o mais rápido possível.

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Gente então!!!

2,4 mil leituras no primeiro,aí eu estou chorando de verdade,não tenho palavras pra agradecer❤️💞

Não sei o que falar desse capítulo.

DDC: @mendes_dudaa

Feliz aniversário atrasado❤️🍩

Votem!❤️✨

Olivia🦋 / Noah urreaOnde histórias criam vida. Descubra agora