Então tira...

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Addison Montgomery Pov

Aprendemos que na vida há sete pecados capitais. Todos sabemos os maiores: gula, orgulho, luxúria... Mas um que você mal ouve falar é a ira. Talvez porque achemos que a ira não é tão perigosa, que você pode controlá-la. O lance é que talvez não levemos a ira tão a sério quanto deveríamos. Talvez ela seja mais perigosa do que pensemos. Afinal de contas, ao pensarmos em comportamentos destrutivos, ela chegou no top sete.

O caminho para casa ontem a noite havia sido feito em silêncio, mas minha mente estava um tanto barulhenta. Não tocamos mais no assunto de horas atrás e depois de banhar e colocar as crianças para dormir, foi a nossa vez de tomarmos banho e descansarmos.

Chegamos ao hospital às 7h, pontualmente. Meu dia estava lotado de cirurgias, assim como o de Meredith, já que era seu primeiro dia como chefe de cirurgia geral. Eu estava rezando para não enxergar Andrew Deluca na minha frente. E olha que eu nem sei rezar...

- Dra. Montgomery-Grey, a paciente do 2436 já está pronta para ser levada à sala. - A enfermeira me diz assim que pego o prontuário em mãos.

- Ótimo, agora me garanta um interno que não seja Andrew Deluca. - Ela me encara e cerra as sobrancelhas. - Sem perguntas. - Anoto algumas coisas e fecho o prontuário, entregando-a.

Sigo até o refeitório em busca de um café sem açúcar, já que passaria horas a fio em uma sala de cirurgia. No caminho de volta, vejo Meredith de longe, anotando algo no quadro de cirurgias. Me dirijo até ela e paro ao seu lado.

- Ei, tudo certo? - Ela pergunta olhando para mim.

- Tirando que meu dia mal começou e eu já estou exausta e com dor de cabeça... Acho que está. - Digo tomando o restante de meu café e jogando-o em uma lixeira ao nosso lado.

- Sabe, se você me esperar na sala dos atendentes, no final do plantão posso te levar para casa, te fazer um carinho, uma massagem e um chá que dizem que é muito eficaz para dor de cabeça. - Ela se aproxima e fala baixinho, dando ênfase no "muito".

- Tentador! - Mordo meu lábio inferior enquanto a encaro. - É, eu acho que vou te esperar... É uma proposta bem irrecusável. - Digo tentando amarrar minha touca cirúrgica.

- Vem cá, me deixa te ajudar. - Ela me vira de costas e amarra a touca. Me viro para ela e enlaço sua cintura enquanto ela descansa suas mãos em meus ombros.

- Obrigada! - Sussurro encostando nossos narizes e deixo um beijo rápido em seus lábios. - Eu já vou indo. Te espero mais tarde. - Lanço uma piscadela para ela, que sorri. Dali eu vou direto para a sala de cirurgia. Levo alguns minutos para me preparar, e então, dou início a cirurgia.

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Depois de um dia agitado, três cirurgias e mais um trauma que resultou em uma cesariana, finalmente eu estava atirada no sofá da sala dos atendentes, aguardando por minha mulher.

De olhos fechados, ouço a porta abrir e penso ser Meredith. Assim que abro os olhos, dou de cara com Deluca. O que ele queria na sala dos atendentes?

- A sala dos internos é do outro lado do andar. - Aponto para o outro lado, digo a ele e vejo que ele ainda se aproxima. Ele para na metade da sala, atrás de outro sofá que ficava de frente ao que eu estava sentada.

A Garota Do Bar 2Onde histórias criam vida. Descubra agora