Ela baixou os olhos antes de entrar na cabine do barco e tudo nele se contorceu. Emir fechou os olhos e levantou o rosto, numa prece silenciosa de agradecimento para Allah, antes de descer atrás dela.
Fechou a porta com cuidado e quando se virou, Reyhan estava de costas para ele, amassando a barra do vestido entre as mãos. O cabelo, preto igual piche, caía pelas costas, as ondas brilhando na luz da lua que entrava pela escotilha. Emir se aproximou dela, as mãos pousando nos ombros que tremiam.
Reyhan suspirou quando ele afastou o cabelo dela para o lado para encarar a fileira de minúsculos botões nas costas do vestido cor de marfim. Ele tirou um por um da casa e sentiu a boca encher de água conforme a pele das costas, branca e macia aparecia pela abertura.
Chegou na base e baixou a cabeça para beijar o pescoço. Reyhan arfou quando ele a provou com a ponta da língua. As mãos subiram pelos braços, e empurraram o vestido para baixo. Ele caiu aos pés dela e Emir deu um passo para trás para admirá-la.
Ela tinha perdido muito peso desde a primeira e única noite deles juntos. As bochechas tinham diminuído e os ossos agora eram mais aparentes. O coração pulou uma batida quando ela virou, apenas com a calcinha, o sutiã e os sapatos brancos. Ele correu os olhos por cada centímetro de pele alva, sorriu quando ela se arrepiou.
"Emir..."
As bochechas de Reyhan estavam coradas, o colo avermelhado, metade vergonha, metade excitação. A voz saiu em um sussurro, fazendo os olhos deles escurecerem ainda mais, pupilas enormes. Emir deu dois passos largos para frente, impulsionando ela, aos tropeços para trás até cair sentada na cama com um gritinho.
Reyhan arregalou os olhos de corça para ele, surpresa, observando ele jogar a gravata e o paletó longe e desabotoar a camisa até o meio. O ventre latejava tanto que Emir simplesmente a arrancou pela cabeça e jogou para o lado. O olhar de Reyhan desceu para o peito nu, coberto de pêlos, a barriga, tensa e desceu para a frente da calça, que exibia uma protuberância razoável.
Ele gemeu como se o olhar dela fosse uma carícia e baixou a cabeça para beijar sua boca. Ela relaxou os lábios e arfou quando ele lambeu seu palato. O pescoço dobrou para trás. Emir a pegou pela cintura e empurrou para cima. Os cachos negros se espalharam pelo travesseiro. As costas dele eram quentes sob a palma das mãos de Reyhan quando ele deitou sobre ela e quando ela correu as unhas curtas pela extensão, ele soltou um gemido em sua boca e pressionou a ereção dolorida entre as pernas dela.
"Emir..."
Ela miou e ele afundou o rosto na curva do seu pescoço. Os dedos embrenharam no cabelo macio e o raspar da barba na pele sensível trouxe uma onda de umidade quando o ventre se contraiu dolorosamente.
Reyhan embrenhou os dedos no cabelo farto e quando ele mordeu seu queixo ela puxou, perdendo o controle das mãos. Ele rosnou e colou a boca nela de novo. A excitação de Emir subia aos borbotões e ele descolou a boca da dela para afundar o rosto em seu pescoço enquanto respirava fundo e tentava controlar o corpo que tremia de vontade de se afundar dentro dela e não sair nunca mais.
A primeira noite deles, ele a tinha amado com frieza e calculismo. Tudo planejado para que ela se sentisse tão humilhada que saísse da vida dela. Tinha sido carinhoso na medida certa e a maneira como ela tinha absorvido aquilo, como se ele tivesse dando o mundo a ela ao invés de poucas migalhas ainda queimava em sua alma.
Ele poderia viver mil vidas e não conseguiria eliminar sua culpa.
Sua esposa correu as mãos por suas costas, ainda meio acanhada e ele saiu do seu devaneio.
