Noite estava fria e densa, como uma tempestade em um copo de água pequeno, não sabia o que poderia acontecer até aquele dia, o mundo iria mudar para sempre, como ninguém tivesse imaginado como seria o futuro naquele dia, uma pequena cidade ao norte da maior cidade do país, cidade sem nome, não existia um nome para ela, ninguém deu, pois era uma cidade abandonada, abandonada por todas as pessoas que existiam, era privados de coisas simples, uma pequena cidade esquecida, mas ela tinha algo que as outras não tinham, pessoas confiáveis. Como Neus, pequeno garoto que cresceu na cidade, criado até seus quatro anos de idade pois após essa época, "seus" pais sumiram sem qualquer explicação para os fatos.
Mas para seu bem, ele não precisou de mais pessoas para atrapalhar sua vida, vivendo na pior cidade e em uma cabana de madeira caindo aos pedaços, remendada e com uma lona como entrada, Neus estava em seu quarto (sala, cozinha e etc...) sentado olhando para uma lâmpada que brilhava e desligava, esse era seu entretenimento, o mundo já existia tecnologias avançadas, como carros automáticos e vida artificial, mas mesmo assim, Neus brincava com uma lâmpada que lhe foi presente de um comerciante azul. Mas ele não esperava para o que aconteceria com ele naquele dia... Na rua acima, rua cheia de casas iguais como a de Neus, soldados da Brigada batiam em suas portas ou invadiam as casas com uma raiva avassaladora, Neus escuta e para tudo que fazia para ver o que estava acontecendo com seu bairro, os soldados estavam com um caminhão da brigada e cheio de crianças, os pais gritavam e choravam pedindo seus filhos mas, a brigada não se importava, ignorantes e com ódio puxava eles pelos os seus braços, as crianças caíam e choravam de medo.
Até que os soldados se irritam.
- Cala a boca seus lixos!! - Grita o soldado com ódio e apontando sua arma Claus para o rosto de uma mãe.
- Você não pode fazer isso! É meu filho! Deixem-no ir! Soltem ele! – grita a mãe chorando, com uma dor no peito de ver seu filho sendo pego assim.
Neus não entende, até que um soldado aparece detrás dele, e o pega pela sua roupa, puxando-o pelo chão, arrastando como se fosse um animal, um animal que não vale nada.
- Me solta! – grita ele.
- Cala a boca seu imundo... – fala o soldado com tom seco.
Colocando todos no caminhão e saindo daquele local, Neus e mais outras crianças, estavam sendo presas por algum motivo, mas motivo ainda não explicito, naquele momento, Neus morrendo de medo, chorava sem saber o poderia fazer.
Os soldados ficavam em silêncio enquanto estavam sentados ao lado das crianças, sem qualquer emoção, esses eram os soldados da brigada, criados para não terem emoções, qualquer tipo de emoção que exista, eles não sabiam como é sentir isso, além de uma... O ódio ou raiva, para serem sanguinários em guerras, usando um uniforma preto com capacetes negros, com uma marca no peito direito e no braço esquerdo uma faixa de cor azul, a cor do estado dominante do país, azul, essa é a cor do mundo dos superiores.
As crianças usando roupas velhas, chegam no lugar silencioso, um laboratório secreto da brigada, laboratório 78, usado para testes de DNA e outros tipos de projetos do mesmo estilo, usando o corpo de humanos para testes e nesse dia, Neus seria testado, os soldados chutam as crianças para fora do veículo e vão embora, ficando somente cinco soldados da brigada e o resto, seguranças do laboratório, que ali, já ficavam como garantia para qualquer coisa. Fazendo uma fila, as crianças vão entrando em uma passagem e apenas vendo luzes piscando, a cada dez metros, uma lâmpada, corredor escuro e assustador, como um corredor da morte, até que chega a uma sala grande ou gigante, com grandes mesas de cirurgia e um médico no meio de dez enfermeiros.
- Bem-vindos, pequenos... – ele fala dando um sorriso macabro.
Seguranças que ali estavam, pegam roupas verdes, mantos verdes e vão colocando nas pequenas crianças, que estão com suas mãos atadas, chorando de medo, Neus não chora, mas seu medo ainda é inevitável. Depois de estarem vestidas de verde e estarem já no laboratório, o "medico" fala.