Capítulo Único

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São duas horas da madrugada e ele não consegue se parar e liga para Louis, só para ouvir sua voz.  Ele estava muito bêbado, sentado no meio de uma rua vazia. O garoto atendeu com uma voz rouca, provavelmente acabou de acordar e Harry começou a imaginar se era uma boa idéia depois de tudo.

" Harry? É você? " Ele disse, a voz um pouco baixa. Harry teve que pensar um pouco antes de responder, ele não tinha certeza de como seu colega de banda reagiria.

" É... Oi Lou. " Ele disse, simplesmente. Um longo silêncio se estabeleceu, por um tempo, e Harry imaginou que o garoto tinha desligado.

" Bem, por que você está ligando, tá tudo bem?" Ele disse finalmente, e Harry soltou o ar que nem sabia estar prendendo,  e não conseguiu não sorrir pelo quão doce o outro era. Ele sempre cuidou tanto dos outros,  é por isso que todo mundo ama ele tanto e é era visível pra todo mundo, os fãs pareciam saber também.  Nenhum deles amaria ele como Harry ama. Ninguém amaria, nunca. Harry mordeu seu lábio inferior, agora lembrando que o garoto da voz rouca e segurando o tom não está perto dele, e como eles chegaram a isso.

"Não... nada aconteceu. Me desculpe. " Ele disse, finalmente, notando que demorou um pouco para responder e Louis não deixaria isso passar.

" O que você quer? Onde você tá, tá tudo bem mesmo? Vamos lá, fale pra mim." Ele pareceu preocupado, de verdade, e isso quebrou o coração de Harry.

"Eu... eu estou na rua."

"Na rua?! O que você quer, Harold? São duas da madrugada e tá chovendo. Quer morrer ou o que?" Ele pareceu nervoso, mas no final ele se acalmou um pouco, não querendo que Harry achasse que ele estava bravo com ele.

"Eu não quero morrer, não, mas não quero viver sem te amar também, Lou. "

Silêncio, de novo. Harry só consegui ouvir poucos carros passando e a respiração pesada de Louis no final da outra linha.

"Você está bêbado?" Ele disse, abaixando sua voz de novo. E Harry não respondeu porque sim, ele pode ter bebido algumas cervejas, mas isso não muda nada e Louis sabe disso.

"Eu não estou bêbado, Louis.  E mesmo se tivesse, isso não mudaria o fato que eu te amo pra caralho. Tanto... tanto, que eu só te liguei na verdade pra escutar sua voz. Eu não sei o que tá acontecendo e porque eu comecei a falar isso tudo pra você,  mas aqui estou eu agora, então por favor não aja como se não fosse nada demais, porque bêbado ou não, eu não sou capaz de esquecer como você me faz sentir mesmo se eu bebesse todo álcool do mundo." Ele disse enquanto levantava e caminhava rua abaixo, não se importando com a chuva tanto quanto Louis pensava que ele deveria.

"Então você está bêbado. Vá pra casa Harry, nós falamos sobre isso amanhã." Falou com sua voz mudando um pouco e depois desligou.

Mas Harry estava determinado, então continuou andando, seu coração batendo rápido vê rápido. Ele sente falta de Louis em todos os pequenos detalhes estúpidos. Ele sente falta de como costumava dormir bravo com ele, tão distante de Harry quanto era possível na cama eles, e no outro dia ele acordava abraçado com ele é o rosto de Louis enterrado em seu pescoço. Ele sente falta de como Louis sentia ciúmes de tudo,  até do travesseiro de Harry,  e de uma noite quando Louis o usou todo para que Harry dormisse com a cabeça no seu peito. Ele sente falta, também, como gostava de seu chá de manhã cedo, e do dia que ele escreveu as palavras "para sempre" num cupcake e o deu, uma semana depois deles se beijarem pela primeira vez. Ele sente falta das promessas que ele sussurrava em seu ouvido, no escuro, dizendo que sempre o amaria, sempre seria dele. Nunca o deixaria ir.

Ele sente falta da boca de Louis. A mão de Louis nele. Tudo dele. Pra caralho.

Ele chegou em seu destino com um pequeno sorriso no rosto, batendo na porta. Depois de um tempo,  um garoto de olhos inchados atendeu, e Harry pôde ver lágrimas se firmando nos olhos do outro.

After My Blood Turns Into Alcohol [l.s. one shot-portuguese version]Onde histórias criam vida. Descubra agora