first act.

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❝PARTE I ━━ o sol que era péssimo com datas (aparentemente.)❞

❪...❫

DONGHYUCK SABIA que seu plano tinha tudo para dar certo, isto é, se ele não tivesse tudo para dar errado.

Havia se planejado durante semanas, pensando na forma correta de dizer todas as palavras decoradas — agradecia mentalmente por ser bom na arte de decorar, imagine se tivesse que anotar na palma da mão todo o seu texto? Seria um horror!

Decerto que já colara muito ao longo de sua vida como estudante — relembrava de suas recuperações em conjunto a outras salas e em como sua turma vizinha roteou internet, tentou pesquisar as respostas e acabou por passar nas provas do demônio, digo, professor. Entretanto, dessa vez, ele não poderia se dar ao luxo de levar uma folha de papel amassada e as recitar diante do galã de dorama, vulgo, Lee Minhyung.

Não era de agora que Donghyuck nutria um verdadeiro penhasco por aquele canadense estilo jogador de basquete de colégio americano que, possivelmente, cantaria em cima de uma mesa de refeitório — ou talvez estivesse vendo high school musical demais. Deveria ser isso mesmo, no final de contas.

Só que havia um pequeno porém nesse conto todo: Donghyuck nunca se confessou, nem mesmo cogitou tal ideia louca. Guardava a sete chaves em seu diário cor de rosa que gosta — não, melhor dizendo, ama Mark — e somente seu melhor amigo, Na Jaemin, sabe desse detalhe. E ele jura de mindinho que nunca contou pra ninguém, nem mesmo para seus dois namorados estranhos.

Um parecia a imitação de um ator pornô — e dos melhores — e o outro lembrava uma obra renascentista de tão bela que era.

— Hyuck, o Nana chegou. — diz sua irmã pequena para si. Chaerin arrumou sua armação de gatinho sobre a própria faceta, e sorriu toda doce para o irmão mais velho. — Eu posso ficar aqui com vocês?

Donghyuck se abaixou com o intuito de ficar de um tamanho semelhante ao de sua irmã de oito anos, bagunçou um pouco o cabelo castanho da mais nova, sorriu para esta e disse:

— Iremos falar sobre assuntos de meninos. Na próxima eu te deixo ficar aqui, ok? — ela assentiu levemente, logo se retirando do quarto. Em alguns instantes, lá estava Na Jaemin e seu típico sorriso galanteador — o qual, por várias vezes, era apenas um sorriso estranho e tão falsificado quanto nota de três reais.

— O amor da sua vida chegou. — diz o rapaz animado, se aproximou de Donghyuck e ameaçou-lhe roubar um selinho. Eram dois viados de marca maior, possuíam uma grande intimidade, entretanto, não faziam nada que ia contra seus princípios morais. Ainda mais sabendo que Jaemin tinha dois machos bonitos como namorados.

— Não sabia que agora se chamava Mark. — rebateu minutos depois da fala de Jaemin. Viu este revirar os olhos, porém nada disse. Ele se sentou ao lado do outro, usando o mesmo como escora por um tempinho. — O que veio fazer aqui, criatura?

— Não posso lhe visitar? — questiona ainda mantendo a posição citada anteriormente. Donghyuck acabou por rir; geralmente, Jaemin surgia com algum motivo: seja para usufruir de sua preciosa comida, seus preciosos doces, ou até mesmo de seus álbuns comprados a meses atrás.

— Poder, você pode. Mas sempre tem algo por detrás de suas ações. — respondeu, finalmente. — Lembra da última vez? Você me levou para uma balada lgbtqi+ e só faltava eu ter transado com você e seus namorados.

— Ah, aquela noite foi tudo. Uma pena não ter aceitado, eu ia amar ser o ativo com você. — e rindo amplamente, Jaemin teve seu corpo afastado de Donghyuck pois o mesmo lhe empurrou brevemente e este acabou por cair de bunda no chão do quarto. Embora estivesse com uma certa dor em tal região, Jaemin apenas manteve sua risada por longos instantes. Recordou-se do que tinha vindo fazer na casa do amigo, logo voltando a se sentar na cama deste e estando com certa animação, ele diz: — Você quer tomar sorvete comigo?

Primeiro de Abril.Onde histórias criam vida. Descubra agora