chapter four.

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Eu olhava pra mesa sete, eu tinha uma vontade enorme de falar com meu amigo antigo como antigamente, mas algo não deixava eu fazer isso. Que inferno. Me sentia um pinscher ansioso, tremendo e inquieto. A mesa sete era alegre; Monique, Rayssa, Samuel, Gabrielle e Kelvin. Eu não tinha amigos naquela escola, eu me sentia no emprego da popularidade, e com certeza aqueles empregos que você só trabalha pra sustentar a família, e que você não se sente feliz com ele. No caso, a familia era eu mesma.

- FILHA DA PUTA. 

Vitoria bateu na mesa com tudo, assustando até mesmo Larissa que estava atrás dela. A mesa tremeu e todos do refeitório olharam pra nós duas. Wow, que incrível. Só consegui escutar 'um orgia de gostosas', mas é insignificante.

Fiquei calada, discutir com Vitória é pedir pra ter a cabeça pendurada nos corredores escolares. Quando fiquei quieta, me senti calada perante uma majestade.

- VOCÊ TEVE A AUDÁCIA TE FAZER ISSO COMIGO. EU TE DEI TUDO, FAMA E PODER, TUDO O QUE ESSES FRACASSADOS POBRES E IMBECIS NUNCA VÃO TER

Ela segurou no meu queixo e se aproximou de mim, como se quisesse me assassinar e esconder pedaços do meu corpo por toda a pacata cidade.

- Você tá entendendo? Poder. Poder é o que eu tenho de sobra. Vai se foder sua filha da puta, você tá fodida, você mal espera pra se apaixonar e eu tiver gemendo com seu namoradinho na sua cama pobre e fodida, sua desgraçada.

Ela soltou meu queixo e a sua posição de superioridade voltou ao normal. Aquilo não me interessava, quando Vitória se virou consegui também demonstrar o poder que Vitória tinha me deixado.

Parabéns Vitória, aproveite a sua fama de puta.

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Dois dias se passaram, a horrível fama de Vitória só decaia. 

Nada nessa escola faz sentido pra falar a verdade, eu sei que isso é temporário, não acho que essa fama de puta de Vitória vá ficar por muito tempo e nem que isso vá afetar ela por muito tempo.

Pois bem, a realeza escolar de VitVit tinha caído por um tempo, seu nome seria sujo (mais do que ele já era) e assim, a escola se tornaria o inferno.

Nós criticamos demais Vitória pelas suas ações, dizemos que ela é uma puta, uma vadia desgraçada, e ninguém está errado, ela realmente é. Porém, precisamos mais de Vitória do que imaginamos.

Uma escola não sobrevive sem a realeza escolar, que era; eu, larissa e vitória.

Vitória tinha se tornado o assunto mais falado da escola, ela sempre gostou da fama de vadia que ela tinha e realmente dizia não se importar com isso. Mas a questão tinha ido além, todo adolescente faz merda e todos os pais não sabem realmente o que seus filhos fazem, Vitória não era só mais uma "aquela ali é uma puta" na boca de jovens, ela era o assunto do jornal escolar e provavelmente seria o assunto dos pais na casa dela.
Ninguém queria mais falar com VitVit (pelo menos não agora) pelo bem da sua reputação escolar, não é como se ela se importasse, ela é fria, manipuladora e tóxica. Mas digamos que, ela não aguente ficar só por tanto tempo.

Lá estava a loira, sala 13, se olhando no espelho como se estivesse pensando "o que eu fiz com minha vida durante todo esse tempo." mas eu duvido bastante que ela se arrependa e vá mudar. A sala 13 era um dos banheiros da escola, existiam na verdade quatro pra dois banheiros, os femininos que era um pras 'pessoas normais' e o outro pros excluidos aonde era mais calmo e ok. E os outros dois, os masculinos, que também era a mesma coisa. A sala 13 era o banheiro duff, nerd, excluido e triste, VitVit em toda a sua vida escolar pensou que jamais entraria nele.
Mas enfim, lá estava ela, encarando totalmente seu eu dentro do espelho, a menina pôs a cabeça pra baixo, algo surpreendente já que Vitória permanecia todo o tempo com uma questão de superioridade e cabeça levantada, ruidinhos e leves suspiros foram soltados nos ecos do banheiro, a loira entregava para o mundo o seu leve e sofrido choro. Vitória se olhou novamente no espelho, esfregou a mão nos lábios borrando seu batom vermelho, o choro tinha fodido seu rímel, a garota sentou no chão do banheiro e se pôs a chorar.

what the fuck is thisWhere stories live. Discover now