Capítulo 17

1.3K 133 28
                                    

                    MAIARA POV

Como previsto Mara e Miguel vão faltar o resto da semana, uma hora dessa ela deve está almoçando com o Pedro e o tal Wendell dele que ela não parou de falar um segundo se quer.

Agora é 17hrs da tarde fiquei para um trabalho de história que vou apresentar semana que vem, sinal bate, todos vão embora e eu vou ficar motivo? Fernando Zor, começa hoje as aulas extras, não o vi na escola hoje pensei até que tinha faltado mas vi sua moto estacionada em frente à escola.

Já faz duas horas que estou esperando, 19 hrs em ponto horário que nossa aula extra acaba, não aguento mais vou embora, será que ele não consegue levar isso a sério? É prejuízo pra ele se não comparecer, já devia imaginar que isso iria ser difícil.

E agora pra me ajudar meu celular descarregou, e lá se vai minha esperança de ligar pro meu pai vir me buscar.

Depois de andar muito achei um ponto de ônibus que me deixasse perto de casa, o outros pontos que passei não chegavam nem perto de onde eu moro.

Me sentei e respirei fundo, ah Fernando como eu já te odeio.

Acabo com a água da minha garrafa quando um garoto que parece ser um pouco mais velho que eu se aproxima, ele tem uma cara nada boa, tem um andar esquisito.

- eai gatinha- ele diz parado na minha frente já senti seu bafo de bebida

Merda, olho para os dois lados e não tem ninguém, está escuro e eu sozinha com esse garoto estranho.

- não fique com medo não, o papai aqui não vai te machucar- ele passa os dedos em minha bochecha

- não te conheço, por favor vai embora- me levanto e dou uns passos para trás

- mas pode conhecer- a medida que ele vai andando e vou dando passos para trás

- vem vou te levar pra minha casa e cuidar bem de você- ele me encara

Já sinto minhas lágrimas descer, tento sair correndo mais ele me segura, como ele é meu dobro não consigo me mexer.

Ele começa a beijar meu pescoço fecho os olhos e choro se intensifica.

Ele já havia rasgado minhas roupas de cima, estou só de calça e sutiã viro o rosto e espero aquilo acabar.

Até que ele me larga, só consigo ver duas pessoas rolando no chão brigando estou em choque não consigo me mexer está tudo escuro não vejo nada.

Depois de um tempo um deles levanta e vem em minha direção, já começo a chorar e pedir.

- por favor não faça nada comigo, te imploro me deixe ir embora- estou soluçando de tanto chorar me encolho no chão.

Até que a pessoa se aproxima e eu consigo ver.

- Maiara tá tudo bem ? Ele chegou a fazer algo ? Me responde Maiara - Fernando segura em meus dois ombros me sacudindo de leve

Eu o agarrei e continuei chorando, ele retribui o abraço e fica mexendo em meu cabelo, ficamos por um tempo assim sentados e eu chorando, ainda estou em choque.

- tá mais calma ? - ele se me afasta pra me olhar, balanço a cabeça positivamente

- vamos então? - me levando mais volto pro chão novamente não estou raciocinando bem
minhas pernas não me obedecem só consigo chorar.

Fernando com cuidado me levanta me deixando em pé, ele se abaixa e agarra minhas pernas e coloca em volta de sua cintura.

- se segura aí ruivinha meu carro tá um pouco longe - ele diz já andando

Passo meus braços em volta de seu pescoço e deito minha cabeça em seu ombro, ele andou um pouco e me colocou no chão.

- toma, está muito frio - ele tira sua jaqueta de couro preta ficando com uma camiseta por baixo.

Eu coloco e me aqueço, ele entra no carro e eu faço o mesmo.

Ele da partida e eu encosto a cabeça no vidro e ainda chorando adormeço.

- Maiara ? Ei ruivinha acorda- escuto uma voz e um carinho no rosto.

Me desperto de vez e olho para ele depois olho para os lados, não faço a mínima ideia de onde estou.

- antes que me pergunte a gasolina acabou e estou longe de qualquer posto, a minha casa está longe e a sua nem se fala- ele diz calmo

Olho direito e percebi que essa estrada leva até minha casa, mas ainda está a uma eternidade daqui.

- e agora? O que vamos fazer ? - pergunto já querendo chorar

- bom se andarmos um pouco chegamos a uma casa - ele diz olhando em uma direção

- eu era escoteiro quando criança e tem uma casa que eu sempre ficava no exercício de sobrevivência na mata- ele se vira pra mim - e então vamos ? -

Aceno positivamente ele me entrega o celular e o encaro confusa.

- tenho recarga e bateria pra uma mensagem de voz seja rápida - ele vai para trás do carro

Pensei em ligar pros meus pais mas isso só pioraria a situação eles vão ficar preocupados ( e com razão) vou contar pra eles amanhã.

Vou gravar a mensagem pra minha metade

▪︎ Oie Maraisa, é a Mai, olha vou ser rápida não tenho tempo, aconteceu uma coisa aliás não aconteceu quase, só quero que você fala que estou dormindo na sua casa hoje, amanhã te explico melhor só diga pra minha mãe que estou aí bjs metade▪︎ assim que a mensagem vai o celular desliga.

- vamos ? Consegue andar? - Fernando aparece com uma mochila

Olho pra minhas pernas e elas ainda estão tremendo, penso em levantar e tentar andar, mas Fernando é mais rápido e me pega no colo de novo do mesmo jeito, só me encolho em seus braços.

Depois de uns 10 minutos andando já estava quase dormindo Fernando fala.

- chegamos dorminhoca - ele me coloca no chão e me guia até a porta

O lugar não é muito grande mas da pra passar um noite aqui tranquilo.

Tomo um banho reforçado para tirar aquele cheiro ruim de mim, saio do banho e me deparo com uma camiseta na cama, por sorte hoje foi minha educação física então tenho roupas íntimas e as de mergulho na bolsa ( só levei a roupa mesmi já que não podia entra na água)  estou de sutiã e calsinha quando Fernando entra.

- fiz sopa pra gente e ....

Ele paralisa ao me ver, me encara descaradamente.

- FERNANDOOO- taco a toalha na cara dele, ele sai do quarto

Visto a camiseta que ele deixou, ficou parecendo um vestido alcança até metade de minha coxa e amarro meu cabelo num coque bagunçado.

Comemos em silêncio até que ele quebra.

- desculpa fui te avisar da comida, pensei que já estaria vestida - ele parece envergonhado

- tudo bem - me levanto lavo meu prato e me sento em uma cadeira na área da casa

- ruivinha tá tudo bem? - ele pergunta

- é quer dizer Maiara - ele fica vermelhinho que fofo

- sim, estou melhor - respiro fundo

O silêncio voltou a reinar, decidi ir dormir só quero que esse dia acabe.

Me deito e quando estou quase pegando no sono Fernando se deita ao meu lado na cama ( porque era a única da casa ) fingi está dormindo e o escuto falar.

" porque você me deixa assim hein ruivinha marrenta"

Sorrio não sei porque e sinto um carinho em meus cabelos e assim durmo me sentindo protegida.

_________________________________________

Comentem muito porque esse foi difícil viu, mafe já chegou chegando, deixa a estrelinha para saber se estão gostando e até a próxima. Bjs ☆♡

《 Metades 》Onde histórias criam vida. Descubra agora