"Há três demônios que não foram criados pelo inferno. Eles foram criados pelos homens. E um deles é o Devorador."
MALUM, faz parte de uma trilogia de contos de Terror, sobre os 3 demônios criados pelo homem.
O primeiro conto já está disponível:
O...
"A maldade ( MALUM) lhe comerá as entranhas, quando ela perceber que encontrou em você, seu parceiro ideal." Roquete Phobes
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O sol na palestina estava a pino. O calor desgraçado que subia do chão, fazia a imagem do homem que andava com sua corda, pelas escaldantes areias, parecer uma imagem ainda mais medonha.
Seus olhos, mostravam um total desapego com a vida. Porém, aquele olhar ainda trazia resquícios de uma maldade intrínseca, refletida nos seus atos mais recentes.
Ele não a vê... mas ela está ali.
Uma mulher vestida de vermelho, com os corvos sobrevoando acima de si, e que encontra-se parada a poucos metros do maldito moribundo.
— VÁ EMBORA! — Grita o homem magro e de feições perturbada. — SUMA DA MINHA FRENTE! — As pessoas que estão perto dele, não entendem nada, julgam ser mais um bêbado que reclama para o vento.
— Eu quero sumir. Eu quero sumir. — O homem segue falando e remoendo sua torpe condição. — Uma árvore... eu preciso de uma árvore. — Com os pés tropeçando nas poeiras levantadas pelo vento, ele apressa suas passadas.
Olhando para trás, percebe a mulher mover-se... flutuando pelo calor. O sorriso dela, demonstra sua total satisfação por vê-lo naquela condição. Os olhos amarelos da criatura, destoam dos trinta pares dos olhos que estão em volta dela.
Os corvos não param de voar em sua volta. Mas, somente ele quem a vê. Somente ele, vê os olhos amarelos.
O gralhar, cantado por eles é único. O som unitário que sai de dentro deles, parece dizer o nome do ser maldito, que leva uma corda em baixo do braço.
Com um pique destrambelhado, o homem corre na direção do seu escape... a árvore que fica no alto do penhasco.
Infelizmente, ele não percebe os dentes podres, sorrindo por baixo do manto fedido e desgastado. Um manto vermelho... mas tão vermelho, que parece ter sido tecido com fios de sangue.
Sem demora, ele ajeita a corda fazendo um laço. Depois, joga a corda em volta do galho, laçando-o e fazendo força para baixo, verificando se não vai quebrar com seu peso.
O penhasco está diante dele. A mulher, agora encontra-se ao seu lado. Sobre o corpo da mulher, repousam alguns dos corvos... talvez cinco ou seis.
—SAIM DE PERTO DE MIM! — Os corvos voam até o homem e começam a bica-lo, arrancando pedaços dele. O sangue começa a brotar com mais intensidade. Ele, agoniado pela moléstia de está sendo devorado vivo, laça o pescoço e se joga penhasco a baixo.
Um uivo. Uivo? Sim... se o galo cantou três vezes antes do amanhecer, um uivo é escutado em pleno meio dia... um uivo não... três uivos.