1. Cartas

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Querido diário,

Desde a catástrofe de Kitty ter enviado as minhas secretas cartas de amor, a minha vida não é mais a mesma.

Margot mal olha na minha cara, evita todo contato de inicio de conversa que eu venha tentar com ela, na tentativa de me explicar sobre tudo em relação ao Josh.

Ao Josh... bem sentir algo por você está me distanciando da minha própria família, amar você vem me custando mais do que quando era uma paixão anônima, eu sempre soube que as reações não seria a das melhores,mas gostaria de acreditar que essa situação ao mesmo tempo que me traz um alívio de finalmente você saber a verdade sobre o que sinto, também me traz dor.

Peter, bom... me ofertar uma proposta de te namorar falsamente depois de você ter descoberto à respeito das cartas e sim eu ter te beijado na tentativa de fazer com que Josh sentisse ciúmes foi golpe baixo, na tentativa de causar ciúmes na Gen para vocês reatarem o namoro, foi algo inesperado, mas eu recusei a ideia. Minha reputação já está manchada o suficiente.

Como um verdadeiro enredo de dorama coreano: "Estou apaixonada pelo namorado da minha irmã"  eu não poderia ser mais odiada que agora.

Com desespero,

Lara Jean.

Fecho meu diário, que agora não me importo em esconde-lo à sete chaves dentro de meu closet como era com as cartas, deixo ele em cima da mesa, sem cadeados, sem chave, é um caderno de anotações simples, para que tantos segredos, se o escândalo já foi feito.

Me chamo Lara Jean Covey e no final do inverno do ano passado esse foi o momento decisivo na minha vida.

Inverno

"Hey, senhorita Covey! Vamos fazer mais uma sessão dos seus filmes melosos na sua casa hoje?" – Chris me questiona, enquanto devora seu subway e eu me encontro revirando com os dedos as mini cenouras que trouxe em um pote, com meu olhar fixo e distante em Josh no outro lado da cantina, almoçando sozinho tendo seus fones de ouvido como sua companhia, provavelmente ouvindo alguma música do "The 1975" desde que ele e Margot discutiram ontem à noite.

"Terra chamando Lara Jean...não vai me dizer que você ainda anda com o Senhor Sanderson vagando fortemente em sua mente romanticista clichê?" – diz Chris pegando uma cenoura do meu pote e jogando na minha cara, me fazendo despertar do meu transe.

"N-não! Que isso? Só estava reparando como está nevando forte lá fora... e eu não vim de carro pra cá, neve e direção não combina pra mim ."

"Lara Jean apaixonada profundamente pelo namorado da irmã também não combina, mas olha só! Aqui estamos nós!"

"Sério Chris? Você não está ajudando..."

"Ok! Vou te ajudar agora, pega seu almoço e vamos para a biblioteca, lá os livros te distanciam de uma maneira menos auto destrutiva que Josh Sanderson faz com você, vai vamos!

Feito o que Chris propôs, fomos direto para a biblioteca, estudamos um pouco, Chris foi para a aula de teatro e eu permaneci na biblioteca procurando por mais livros para levar para casa.

"Você é tão o oposto da sua irmã..." – Josh para de braços cruzados, encostado na pratilheira onde eu estava, fazendo eu duvidar da minha própria sanidade, tenho uma imaginação muito fértil, jurei pensar que era mais um de meus devaneios com ele acontecendo mas dessa vez, era real.

"Ah! Oi, Josh! Vindo muito aqui agora? Tem sugestões de livros para me indicar?" - Droga, Lara Jean! Você poderia saber iniciar uma conversa de verdade pelo menos uma vez na sua vida e não ser essa coisa patética e louca por livros românticos o tempo todo.

"Tentando entender o que eu fiz de errado, para Margot ter se irritado tanto comigo, ela está agindo de uma forma tão estranha..."

Analisando bem, Margot estava estranha mesmo hoje de manhã, depois que ela voltou da casa dele ontem á noite e por telefone ter discutido de forma enigmática como se tentasse fazer Josh confessar algo, realmente ela não estava agindo como de costume.

"Gostaria de saber a resposta certa sobre tudo isso, Josh. Mas, infelizmente não tenho... me desculpe." Saio do corredor de livros em direção à mesa da bibliotecária para fazer a ficha de aluguel dos exemplares que peguei, mãos cheias de livros, cabeça cheia de dúvidas e coração cheio de um Josh atualmente triste e confuso.

"Tá nevando muito hoje..." ele murmura olhando para a janela e depois olha para mim.

"A verdade é que... não vim aqui pra te usar de porta voz entre eu e Margot, Lara...preciso dar mais valor pra quem se importa de verdade comigo, sei que você tem medo de dirigir na neve...por isso vim aqui e vou te levar pra casa, porque realmente você é a única pessoa que se interessa pelo o que eu tenho a dizer."

Meu coração errou o compasso por alguns segundos, estaria eu louca de vez em achar que Josh poderia também com o tempo gostar de mim da mesma forma, que eu gosto dele? É... enlouqueci de vez e agora não tem volta.

Fomos o caminho todo ouvindo o álbum do The 1975 e cantando nossas favoritas, me recordo de quantas vezes que Margot ia para a cada de suas amigas e ficava por lá para estudar para os exames finais, eu e Josh fazíamos vídeo chamadas até tarde da noite cantando essas canções e rindo de situações corriqueiras que todo mundo leva muito á sério.

"Você mal sabe o quanto você me faz bem, Josh." – penso comigo olhando ele dirigir com um leve sorriso no rosto.

"Está entregue em plena segurança, Senhorita Covey."

"Obrigada Josh! Você realmente compreende a minha alta insegurança com a direção." Digo arrumando meu cabelo em um rabo de cavalo novamente.

"Espera aqui um pouco, vou pegar um livro que eu quero você leia...Droga! Esqueci as chaves de novo no meu quarto, a sorte é que minha mãe deixa uma reserva debaixo do tapete da porta, fica bem aí que eu já volto!"

Se passaram uns 5 minutos, a casa de Josh não era nem um pouco distante da minha, ainda em minha porta esperando por ele e estranhando a demora, ando um pouco à frente do jardim da minha casa e encontro um Josh vindo em minha direção, com uma expressão que no momento não consigo reconhecer, mas consigo perfeitamente reconhecer o envelope que ele tem nas mãos.  

O Diário de Lara JeanWhere stories live. Discover now