Sussurros do Destino

Capitulo 2 - O aroma do passado

Lá dentro sabia que não era justo consigo mesma viver como um robô, o novo semestre na faculdade seria ótimo, para tentar reviver e não apenas sobreviver, pensava em achar um namorado para continuar com esse plano, mas os últimos garotos ela tinha expulsado de alguma forma de sua vida, se eles não fossem embora por eles mesmos, ela tinha os deixado de qualquer forma, duvidava dos seus próprios sentimentos, se realmente os tinha.

Seu moletom era como um abraço, ela poderia continuar em frente, a faculdade era enorme, a pintura tinha mudado desde a última vez, os professores mudaram, depois de uma compra milionária de todas as sedes e matriz.

Enquanto ela procura a primeira sala da matéria de seu curso de administração, um aroma surge em sua respiração, que a fez lembrar do passado, mas não sabia de onde realmente conhecia aquele perfume, já foi amante de perfumes na adolescência, o único período que foi realmente sonhadora.

O cheiro se vai calmamente, ela se vira, mas só ver milhares de alunos preocupados em achar suas salas.

Sala G1, era a primeira aula, a voz do professor parecia irritante, parecia que já começou a dar aula a força, pensou ela.

"Me sinto uma fracassada ao tentar novamente e mal conseguir prestar atenção no professor ou na aula, detesto me sentir assim"

Sentada fora da sala, lembrou-se do sonho que teve há meses, ainda bate forte em sua mente, os remédios não deixavam ela ter sonhos normais, mas aquela mesma casa voltava, aquele mesmo local voltava as vezes em sua mente.

Ela abre um pacote de pequenas rodinhas de chocolate e o cheiro volta em seu olfato, era perfeito, queria descobrir aquele o nome daquele perfume, parecia algo notável para se preocupar, já que mal notava algo em sua vida ultimamente.

O Cheiro espalhava-se pelo corredor, a chamava, ela tentava fingir que iria apenas andar, todavia o cheiro estava cobrindo por todas as paredes, todos os ares ao redor, mas tinha um fim, uma sala, a diretoria.

Então ela parou em frente, por alguns minutos, como um robô sem ordens a mais, de repente uma música veio em seus ouvidos, já tinha ouvido antes, mas como sempre sem se lembrar de nada.

"os malditos remédios estão me deixando sem memória, droga" - pensou ela

Pensou em pegar a maçaneta, mas não saberia o que falar para quem estivesse lá, se perguntasse pelo perfume que tal pessoa usasse, soaria estranho, como alguém poderia seguir outra pessoa até a diretoria só pra perguntar seu perfume.

"O perfume de um tom amadeirado, forte e suave ao mesmo tempo, me fez delirar, como tomo meus remédios tranquilizantes que me fazem dormir em paz, será que eu comparo tudo com meus remédios?"

Ela sai rapidamente, mas escuta a porta se abrindo, todavia não pensa em olhar para trás, os sons dos passos saindo pararam, ela sentiu em suas costas, olhando-a.