Histórias sinceras enchendo o ônibus escolar

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   Agora que olho para trás, vejo o quanto mudamos, não foi fácil no início para nenhum de nós, éramos garotos, jovens completamente diferentes e consequentemente incompatíveis. Eu sempre fui mais pé no chão, enquanto você vivia em seu próprio mundo inabitável; As vezes me pego imaginando de que lugar, em meio a tantas estrelas e planetas, você veio. Quando foi que nós dois nos tornamos dono de um único mundo? Quando passamos a compartilhar dos mesmos propósitos, sentimentos e momentos?

   — Nunca fomos populares, mas agíamos, na frente um do outro, como se fossemos. Lembro de levantar a cabeça e ajeitar a postura e de falar de forma insolente com você; Mas foi você, o único a me estender a mão quando precisei. Lembro como se fosse ontem

   Eu era um garoto de dezessete anos, inseguro demais com seus próprios sentimentos, foi uma época de escuridão, de profundezas dolorosas... o alvo perfeito para ser assunto de piadas cortantes.


(...)


Primavera; Colégio Estelar

2002

   Era primavera e como todos os anos, o colégio Estelar estava prestes a iniciar mais um festival de teatro da turma infantil, a peça contava a historia de como a Lua e o Sol havia se tornado grandes amigos e em como eles haviam prometido que sempre que possível, ao menos uma vez ao ano, deveriam se encontrar para que nunca viessem a se esquecer um do outro. 

   Jimin, a Lua, estava sentado sobre a mesa, chorando enquanto o vestiam com o figurino. 

   — Não chore, isso logo vai acabar, okey? Só precisa ir lá e abraçar o seu amiguinho. Sussurrou a professora, que sorria para o garotinho.

   Ele limpou suas lagrimas, com suas pequenas mãos gordinhas. 

   — Eu não quero! — Exclamou ele, com a voz falha, pelas lagrimas que ainda transbordavam. — Eu não quero...

    — Por quê? Taehyung está te esperando, ele não é seu amigo? Ele disse que você é o melhor amigo dele, lembra?

   — Eu não sou amigo de Taehyung! Não quero falar com ele! 

   — Lembra de como ensaiamos? Não precisa dizer muito, apenas vá lá e diga "Eu prometo" e o abrace, não vai demorar muito, meu amor. 

   A professora falava calmamente com uma voz doce que o trazia conforto e segurança, o que fazia com que Jimin se sentisse calmo rapidamente. Ele maneou a cabeça, concordando, com seus olhinhos inchados pelas lagrimas que inevitavelmente transbordavam. Sua professora o pegou no colo, para que pudesse leva-lo até o palco, onde Taehyung, todo sorridente, se vestia de sol por trás das grossas e vermelhas cortinas.

   — Espere! — Exclamou a mãe de Taehyung, antes que as cortinas se abrissem. — Preciso tirar uma foto deles. Garotos, sorriam! — Falou, alegremente, a mulher de cabelos curtos e escuros diante deles. Taehyung puxou Jimin, o abraçando pelo ombro. 


(...)


Hello, My AlienWhere stories live. Discover now