Capítulo 2

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Boa tarde, amores da minha vida! 

Só queria dizer que os dias de postagem são às terças e quintas-feiras, maaaaas, o Ramon pediu para trazer mais um capítulo e aqui estou! Ou seja, agradeçam a ele. O caubói gosta de manter seus leitores satisfeitos. 

Obrigada pelos comentários e estrelinhas! Chama todo mundo para ler esse livrinho e invadir a Fazenda Baldez!

Um beijão <3 


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Santo Elias tinha apenas dois hospitais, o Centro Médico e Emergência de Santo Elias, que era da rede pública de saúde, e o Hospital Alfred Mancini, particular e luxuoso, que a família de Abraão e de outros fazendeiros ricos haviam ajudado a construir em nossa cidade, há pouco mais de vinte anos. Era claro que Abraão estaria no hospital particular.

Seria hipócrita se dissesse que nunca havia sido consultado ali. A saúde pública em Santo Elias, apesar de ter melhorado muito nos últimos anos — principalmente por conta da pressão que eu e alguns outros fazendeiros fazíamos em cima do prefeito —, ainda não era a ideal e em momento de emergências, quando eu sabia que não poderia ficar esperando quase duas horas para ser atendido, acabava indo parar no hospital opulento, que dava a impressão de que estávamos entrando em um mundo à parte, a milhões de quilômetros de uma cidade interiorana como aquela.

Deixando de fora a decoração luxuosa do lugar, o atendimento era de primeira qualidade e quando fomos levados a sala de espera particular destinada à família Rodrigues, comecei a pensar que, talvez, o estado de saúde de Abraão não fosse tão grave assim. Provavelmente, seu advogado só estava fazendo tempestade em copo d'água, pois sabia como seu cliente andava mal das pernas e estava com medo de que ele morresse antes de consertar tudo o que havia destruído no meio do caminho. Uma dose de drama para chamar a atenção. Era a isso que estava me agarrando, até entrar na bendita sala e tomar o maior baque da minha vida.

Por um momento, pensei que a recepcionista tivesse nos levado para a sala errada. O lugar era confortável e espaçoso, com sofás e poltronas de couro, uma TV enorme, que estava ligada em volume baixo, máquina de café e biscoitos à disposição. Mas não foi nada disso que me fez parar no meio do caminho. Foi ela. Primeiro, só vi sua silhueta sentada em uma das poltronas e, então, como que em câmera lenta, ela se virou e me olhou. Pensei que estivesse vendo um fantasma, uma sombra do meu passado, mas logo percebi que não. Apesar de parecida, não era ela. Aquela garota... Como era possível alguém ser tão parecida e tão diferente ao mesmo tempo com uma outra pessoa?

— Hum... Ramon, você está no meio do caminho, cara. Vai ficar ou vai sair?

A voz de Caio me fez acordar do transe e pisquei para tirar minha atenção da garota, que me olhava com uma expressão que misturava a tristeza e o susto. Seus olhos de cores diferentes estavam arregalados e eu andei em direção ao sofá ainda olhando para eles. Incríveis. O direito era castanho e o esquerdo era azul com pequenos raios verdes. Mesmo sob a luz apática da sala de espera, eles pareciam brilhar. Limpando a garganta, decidi desviar o olhar da menina, antes que ficasse claro demais que sua beleza havia me chocado.

À Sua Espera - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora