iv. desonra

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Esse capítulo foi o que mais me desagradou até agora, por ser tão dividido e ter tantas trocas (vocês irão perceber isso ao decorrer dele), mas não tinha outra forma de escrevê-lo, já que ele existe justamente para narrar como várias pessoas diferentes em lugares diferentes reagem ao que aconteceu com Midoriya no capítulo anterior. Mas, em compensação, gostei bastante do final dele, que foi um pouco cansativo escrever, mas teve um bom resultado.

Outra coisa: para que não fique confuso, tenham noção de que tudo isso aconteceu em apenas um dia e cada cena está se desenrolando em um horário diferente. Manhã, tarde e noite.

Vai parecer que as coisas estão fluindo muito rápido, e de fato estão. Não pretendo demorar muito nesse arco do hospital e quero me livrar logo dele.

Nesse capítulo ficará assim:
Praia, telefonema de Nakagame e casa dos Monomas – manhã;
Alto-mar – tarde;
Hospital – início da noite;
Última cena – noite.

Também, infelizmente, não teremos Shouto hoje. :(

Boa leitura.

(...)


Capítulo 04 – Cataclismo.
Desonra.

Narrador Onisciente

Não fazia ideia de que horas eram ou onde estava, mas despertou graças ao canto não muito distante de uma mulher.

Por alguns segundos, se perguntou se a experiência horrenda pela qual tinha passado de madrugada não tinha tudo se resumido a um grande pesadelo, sendo o mais assustador e vívido que uma vez já tivera, mas foi com tristeza e mágoa que convenceu-se do contrário, reconhecendo a praia onde tinha sido deixado para sufocar em sua própria imundice e a dor insuportável que se alastrava por cada membro de seu corpo, destacando-se a que prevalecia no meio de suas pernas.

Naquele momento, mais do que tudo desejou morrer.

Seu choro baixo e dolorido atraiu a atenção de uma mulher de 46 anos, que tinha saído de casa cedo para colher algumas ervas medicinais que seriam úteis na produção de seus remédios naturais.

— O que é isso…? — murmurou confusa, aproximando-se da origem dos soluços frágeis. Arregalou os olhos e soltou o cesto que carregava no chão quando viu o pequeno corpo estirado na areia, maltratado e maltrapilho. — Meu Deus! O que fizeram com você?! — correu e se ajoelhou ao lado do ômega, vendo-o tremer e tentar afastar seu toque, ainda que estivesse fraco demais e em um estado hipnagógico.

Seu rosto contorceu-se em horror e desespero ao visualizar a quantidade absurda de sangue seco no interior das coxas do mais novo, só então apercebendo-se do que de fato tinha acontecido. Ainda que os olhos estivessem inundados de lágrimas, desacreditada, fez o máximo que pôde para não desabar em uma situação daquela, tentando socorrer a pobre criança que tinha encontrado.

— Calma, querido… E-eu vou pedir ajuda. — procurou pelo próprio celular e ligou para a emergência imediatamente. Enquanto isso, apoiava a cabeça do menor em seu colo, acariciando os fios esverdeados sujos de terra e confortando-o com palavras doces.

Cataclismo 「 Tododeku 」Onde histórias criam vida. Descubra agora