Melissa

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"Anda logo Melissa, a gente vai chegar lá e a festa já vai ter acabado" Grita Camille do carro, ela já tá me esperando há uns 10 minutos.
"Já to aqui" falo descendo a escada "E você tem que parar de ser tão dramática. Falaram que a festa começava hás nove e são só nove e meia, então tecnicamente a festa nem começou de verdade"
Me olho no espelho perto da porta só para ver se tava tudo certo, não que eu tenha me arrumado toda, passei um pouco de rímel e gloss e estava vestindo uma saia preta, um top cropped preto também e o tênis de sempre.Saio pela porta e vou correndo até seu carro parado do outro lado da rua "Desculpa amiga".
"Que não se repita" ela diz ríspida, mas depois começa a rir "Relaxa, já to acostumada".
Eu e Camille dividimos o aluguel de uma casa de 2 quartos. Nos conhecemos no primeiro ano da faculdade, minha primeira impressão não foi muito boa, porque sinceramente ela é deslumbrante, parece uma modelo de verdade, então achei que ela fosse meio metida, mas depois que a conheci vi como é incrível. Nós somos verdadeiros opostos, ela é do tipo super organizada, certinha e pontual, enquanto eu não tenho nenhuma dessas qualidades, mas temos uma coisa em comum amamos uma festa.
O problema é arranjar tempo, porque  o segundo ano foi tão corrido para nós duas. Eu curso enfermagem e ela arquitetura e ano passado provavelmente foi um dos mais corridos para os dois cursos. Fora que Camille começou a namorar há uns dois meses, então as vezes ela prefere passar um tempo com o namorado, mas hoje é sexta à noite, última sexta das férias e resolvemos que vamos sair para dançar ,só  a gente.
A festa de hoje é fora do campus, na república de uns jogadores de basquete, eu não tenho nem ideia de quem são, mas Dara, uma colega de sala garantiu que são muito gatinhos (ela é obcecada por eles).
Eu e Camille passamos o caminho cantando músicas sertanejas. Chegando na casa, descubro que eu estava errada, a festa já está bombando, com um som que faz o chão tremer e posso escutar Camille falando "eu avisei", e é exatamente o que ela faz e retruco revirando os  olhos.
Ficamos na pista dançando durante uma meia hora, até que ela vira para mim e grita "Vou pegar alguma coisa pra beber, você quer alguma coisa?", eu nego balançando a cabeça , hoje não posso beber, pq eu vou ser a motorista na volta. Ela sai exprimida pela multidão até eu a perder de vista e ficar sozinha.
Acho um pouco estranho ficar dançando sozinha no meio da pista, mas é exatamente o que eu faço.
De repente alguém me abraça por trás e fala no meu ouvido "E aí gata, vamos?"
"Não, me solta por favor" começo a tentar me soltar
"A gata para de se fazer de difícil, eu sei que você quer" ele me aperta ainda mais.
"Não, eu não quero nada" começo a fazer mais força, mas meu esforço para me livrar dele é inútil, só faz ele me apertar ainda mais "eu to pedindo pra vc me soltar"
"E eu to falando que não vou te soltar"
"Solta ela" olho e vejo que a voz vem de um homem alto de mais de um metro e noventa, provavelmente. Ele tem olhos azuis cheios de raiva. Ele encara o cara atrás de mim que não se mexeu nenhum centímetro "Agora cara!" Ele exclama.
Ele acaba me soltando e o segundo cara acaba segurando ele pela gola da camiseta e fala alguma coisa para ele, que acabo não ouvindo por conta da música alta, instantes depois o cara que me agarrou some na multidão.
"Você tá bem?" O cara que me ajudou pergunta gritando.
Eu assinto em confirmação, mas acho que meu rosto diz outra coisa.
"Tem certeza?"
"Tenho". Vejo Camille se aproximando e me viro para ela.
"Tá tudo bem amiga?"ela pergunta, com uma latinha Heineken na mão.
"Agora ta, um cara me atacou e ele me salvou" olho para ele "tá tudo bem agora, pode ir, obrigada" abro um meio sorriso, ele assente e se perde na multidão.
"Tá tudo bem mesmo amiga?" Camille fala num tom preocupado.
"Tá eu juro" agora o meio sorriso foi para ela.
"Quer ir embora?"
"Não! Não vou deixar um babaca aleatório estragar a nossa noite" digo decidida.
Ficamos dançando até umas três da manhã, quando eu declaro que não aguento mais. "Amiga to morta, não sinto meus pés, vamo embora, por favor ?"
"Aí pode ser, to cansada também", ela diz pegando minha mão e desviando das pessoas, saímos pela porta e fomos até o carro do outro lado da rua. Dessa vez eu sento no lado do motorista. Quando nos acomodamos ela diz. "Então quer dizer que o Passos foi seu herói da noite ?"
"Quem?" Pergunto confusa
"O cara que te salvou, ele chama Leonardo Passos, ele joga no time de basquete".
"Eu não sabia" não tinha muito como saber, porque como disse não sou tão fan de esportes. Dou partida no carro. "Ele é bonito". digo simplesmente.
"Ele é bonito" ela aponta para um cara aleatório na porta da casa, "Passos é um arraso completo"
"Você não tem namorado não ?" Digo num tom de piada.
"Tenho, mas isso não me impede de avaliar a aparência alheia"
"Entendi" sorrio e mudo de assunto "tá pronta pra esse ano ?"
"Não sei, tão falando que o terceiro ano é meio complicado, então to com um pouco de medo"
"Você é a pessoa mais inteligente que eu conheço, então acho que não precisa se preocupar" ficamos conversando sobre o próximo ano durante o trajeto, chegando na garagem nós duas saltamos do carro e cada uma vai pro seu quarto. Eu estou realmente exausta.

O beijo - amores universitários (livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora