Hoje é o primeiro dia de aula do semestre e confesso que não estou muito animado . Estou no quarto ano do curso de engenharia, e ainda não decidi se é isso que realmente quero. Minhas aulas hoje são todas a tarde, mas tenho treino logo cedo. Eu e mais três colegas de time moramos em uma república bem perto do campus. "Vamos seus merdas a gente vai se atrasar" Gritou Caio, capitão do time. "Já estamos indo mamãe" grita Marcus, zombando "Não fala assim do capitão cara" falo sério, mas depois começo a rir. Marcus e Éric me acompanham. Quando estamos passando pela porta Caio fala "Vocês acharam?" com os olhos arregalados, lá vem. "O que?" Falamos nós três em uníssono. "A graça dessa piadinhas, porque até agora eu não achei" "Nossa Caio nem teve seu primeiro dia de capitão e o poder já subiu a cabeça?" Fala Marcus Nós rimos. "Vão se foder, os três" ele faz cara de emburrado e entra no seu Jeep. Cada um entra no seu carro. E sim vamos de carro, porque a quadra é do outro lado do campus, e sim vamos cada um em um carro, porque temos horários diferentes e assim um não depende do outro. Entro na minha Mercedes, que ganhei do meu pai quando fiz 18 anos, digamos que vim de uma família de engenheiros muito bem sucedidos (o motivo de fazer engenharia), além disso sou filho único então acabo sendo bem filhinho de papai. Chegando na quadra, deixamos nossas coisas no vestiário e vamos para treino. O treinador deLuca já estava lá, somos os primeiros a chegar, então já começamos a nos aquecer. Sou o pivô titular do time, então sou o responsável pelos rebotes basicamente, nosso capitão é o armador principal, o cérebro do time. Éric e Marcus são ala armador e ala pivô, respectivamente. O 5º titular é um cara do 2º ano, que chama Lucas na posição de Ala. O resto do time são reservas (5)
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Quando o resto do time chega, o treinador nos divide em duas equipes e vai nos estimulando ou desestimulando com gritos e alguns xingamentos. No final do treino o treinador diz ou melhor grita "Vocês podiam ter feito melhor, vi muitos erros de passe e finalização, por isso sábado vai ter treino" todos nós bufamos ou praguejamos baixinho "nem adianta fazerem essas caras, se tivessem seguido minhas recomendações nas férias não estariam a merda que estão" Ele encara o novo capitão, Caio, que foi escolhido antes das férias, e grita "Chuveiro". Todos nós Obedecemos. As instalações de basquete da universidade não são tão modernas, mas temos cabines que vão até nosso pescoço e uns bancos de madeira, então da pro gasto. Enquanto tomamos ducha Caio começa a falar "Sério, esse treino foi uma bosta". "Calma cara, foi só o primeiro e você sabe que o treinador sempre fala daquele jeito" Falo com a vós tranquila "Mas acho que ele tem razão, jogamos mal. Será que não é melhor chegarmos uma hora mais cedo ?" "Não Caio de jeito nenhum", fala Éric, "A gente já acorda seis horas, não vou perder tempo de sono" "Aí tadinha da bela adormecida" Lucas fala e todos riem "Vai todo mundo tomar no cu" falou Éric muito irritado. "Eu acho que não precisa disso, como o Leo falou, foi só o primeiro treino" argumentou Marcus. "Tá bom pessoal, mas de qualquer jeito vai ter treino sábado" Desligo o chuveiro e pego minha toalha "Pois é, isso é uma bosta, significa nada de festa na sexta" "Vocês ouviram né gente, nada de excessos na sexta" repetiu Caio O resto do pessoal começa a reclamar, porque sexta e sábado são os dias da farra. Continuamos falando sobre o assunto por mais um tempo. Saio da quadra cheio de fome, mesmo tomando café em casa, o treino consome todos as minhas energias, então vou tomar tipo um segundo café da manhã. Olho no celular e vejo que ainda são 10 horas, ou seja tenho mais duas horas até minha primeira aula. Entro na minha Mercedes e procuro no Google e procuro lugares para tomar café. Eu costumava ir em uma cafeteria na rua da minha casa, que tinha uma pão na chapa foda, mas acabou fechando ,não sei o motivo. Acho uma lanchonete que chama happy kitchen com uma avaliação boa e que não fica muito longe do campus. Vou ouvindo minha playlist de Rock no caminho ,que leva uns 15 minutos. Chegando lá, quando abro a porta toca um sino, como se fosse uma daquelas lanchonetes americanas. Sentei numa das baquetas no balcão e chamei a garçonete que estava de costas para mim. Quando ela olha para mim reconheço ela. A garota que eu salvei na festa sexta, pela expressão dela acho que também me reconhece. "Oi, Leonardo?". Eu balanço a cabeça em confirmação (não me assusto com fato de ela saber, porque o pessoal do esporte é famoso na universidade) "E você é?" "Melissa" ela responde "nem te agradeci direito naquele dia, então muito obrigada, de verdade" ela diz e abre o sorriso mais doce do mundo. "Ah, magina, vivo salvando donzelas em apuros" ela ri, me deixando hipnotizado, cara, como ela é linda quando ri. Na noite de sexta não tinha reparado em quão bonita ela é. Ela fica vermelha "não me olha assim, por favor" ela pede envergonhada "Assim como?" provoco, porque sei que estava olhando fixamente, involuntariamente, mas estava. "Você sabe sim" ela morde o lábio inferior. "A desculpa, nem percebi"umedeço os lábio e abro um sorriso de canto de boca, que diz que sabia exatamente o que estava fazendo. Ela também sorri e balança a cabeça em negativa. "Bom o que você vai querer?" "Como assim?" me assusto um pouco com a pergunta "O que você vai pedir de comida?", ela franze os lábios tentando conter um riso. Então percebo que esqueci completamente do fato de que estou em uma lanchonete "Vou querer um café puro e um pães na chapa" falo rápido, passando a mão pelo meu cabelo despenteado Ela assente e sai para buscar meus pedidos.
