Capitulo único

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P.O.V Mariana Gonzalez

Ninguém nunca foi como ela pra mim. Seu sorriso de lado enquanto me observa falar algo com entusiasmo, ou quando ela sem perceber toca a minha mão e faz um leve carinho com as pontas dos dedos. Tudo nela é precioso e especial. Único

Eu não sei exatamente quando ou como eu me apaixonei por Bianca Andrade. Talvez tenha sido pelos seus olhos castanhos, sua boca carnuda e seu cabelo meio enrolado e macio. Ou pela sua aura que emanava leveza por onde passava. Talvez tenha sido pela sua mente e seus pensamentos extremamente belos e singulares.

Não teve um exato motivo, mas quando vi estava completamente caída por ela. Por cada parte da sua beleza. Por cada toque demorado, por cada abraço que me fazia sentir em casa e cada beijo no rosto que eu ansiava que fosse nos lábios.

Então, por todos esses motivos, lá estava eu a obcervando entrar na festa. Ela que com sua beleza fazia todos os olhares automaticamente a seguirem. Ela que fazia meu coração bater mais forte simplesmente por me olhar. Simplesmente ela.

Bianca entrou junto com Flay e logo estava abraçando varias pessoas e rindo com animação. Ela sempre foi extremamente social, então aquela festa inteira deveria conhece-la. E eu, em total contraste, me sentia desconfortável em lugares com pessoas demais. A única razão pra estar aqui era por que minha melhor amiga, Gizelly, tinha me implorando.

Mas claro que ela me deixou pra ficar com a namorada, então aqui estou bebendo minha cerveja e observando as outras pessoas interagirem.

Não é que eu não chamasse atenção ou que ninguém viesse falar comigo, eu já até tinha notado o olhar da garota ruiva do outro lado da sala, mas eu não conseguia me atrair por outras pessoas. Bianca tinha algo que simplesmente me atraia pra ela sempre que eu tentava fugir.

Pedi mais uma cerveja e enquanto esperava, notei a ruiva se aproximar de mim com um sorriso, mas antes que ela pudesse chegar perto de mim eu fui enlaçada por braços delicados que eu sempre reconheceria.

Bianca me deu um leve beijo no pescoço antes de se afastar de mim e sorrir alegremente. Ah garota, você ainda vai me matar.

-Oi Mari -Ela disse animada- O que tá fazendo aqui sozinha?

-Vim pegar uma cerveja -Respondi enquanto dava de ombros- E você?

-Vim buscar uma cerveja também, aí te vi e cá estou eu -Ela nunca deixava o sorriso sair de seus lábios, algo que sempre me deixava desconcertada.

-Entendi -Respondi de forma simples, logo pegando a cerveja e dando um longo gole.

Eu sabia que ela queria dizer algo, mas antes que Bianca pudesse me dizer qualquer coisa Flay chegou nos puxando para um lugar reservado. Um quarto quieto com algumas pessoas conhecidas.

Gizelly estava sentada com Rafa, Gabi com Manu, Vitor Hugo estava em pé perto de mim com Guilherme ao seu lado, Prior e Daniel estavam afastados, Thelma estava quieta num canto e Marcela e Ivy estavam conversando no outro. A maioria das pessoas lá eram casais, então eu não entendi o motivo de estar lá.

A maioria das pessoas já tinham suas marcas no pulso. As marcas que provavam que eles encontraram suas alma gêmeas, de longe eu podia ver o nome de Gabi brilhar no pulso de Manu, o que me fez sorrir levemente. Elas eram fofas juntas.

Antes que eu pudesse questionar ou fazer qualquer coisa, Flay me cortou explicando o que tava acontecendo:

-Vamos brincar de verdade ou consequência -Ela disse- Prior que deu a ideia.

Todos automaticamente ficaram animados, inclusive Bianca, que estava pertinho de mim. Eu não sabia o que pensar, mas me deixei levar e sentei na pequena roda que eles fizeram.

Logo o jogo começou e diversas coisas constrangedoras aconteceram.

Daniel teve que dançar até o chão, Manu teve que tentar seduzir o Prior, Ivy teve que tirar a camisa e sair correndo pela festa. E eu? Eu tive que virar dois shots de tequila sem sal ou limão

Todos da roda já estavam meio cansados do jogo. Não porque os desafios eram chatos ou algo assim, mas porque não estávamos mais nessa fase de fazer tantas merdas.

Mas quando a garrafa parou em Gizelly e em mim, eu temi pela minha própria vida. Ainda mais quando ela sorriu perversa.

-Manda logo o desafio -Disse em um suspiro, fazendo todos rirem.

-Não vai nem me deixar perguntar? -Ela questionou sorrindo.

-Não, só manda logo -Respondi dando de ombros.

-Sua escolha -Ela diz no mesmo tom- Eu te desafio a beijar a bia.

A sala inteira ficou em em silêncio. A maioria das pessoas já sabiam da minha paixão pela Bia, menos... Bom, menos ela.

Olhei em sua direção e ela olhava pros próprios pés, o que me fez engolir em seco.

-Tudo bem por você Bia? -Questionei com calma fazendo ela me olhar nos olhos com um brilho que eu nunca tinha visto.

-Tudo -Ela respondeu simplesmente, me fazendo concordar e suspirar.

Me aproximei dela com calma e toquei seu rosto com as pontas dos dedos. Não sei se todos estavam em silêncio ou nós que estávamos na nossa bolha, mas eu não conseguia escutar nada além do meu próprio coração batendo rapidamente.

Tirei seu cabelo do rosto com delicadeza e sorri pra ela, recebendo o mais lindo sorriso em resposta.

Nossos rostos estavam tão próximos que eu conseguia sentir seu hálito quente no meu rosto. Eu queria tanto beija-la que meu peito chegava a doer, então simplesmente me aproximei e juntei nossos lábios com delicadeza.

Começou com um simples tocar de lábios, mas logo ela estava segurando meu pescoço e aprofundando o beijo. Nossas línguas se tocavam como se já se conhecessem e nossos corpos dançavam um com o outro como se tivessem nascido pra isso.

Eu poderia passar a minha vida inteira a beijando, mas uma forte queimação no meu pulso fez com que eu me afastasse.

Olhei pra Bianca e ela estava sentindo o mesmo. Segurei meu pulso com força e deixei que um grito escapasse dos meus lábios.

Merda! Isso dói como o inferno.

Algumas lágrimas deslizaram pelo meu rosto e meus dentes estavam cerrados. Aquela era sem dúvidas a pior dor que eu já tinha sentido.

Logo a dor passou e deu lugar a dúvida. Soltei meu pulso com calma e deixei que meus olhos procurassem a razão pra tudo aquilo.

Então, com a letra cursiva da mulher dos meus sonhos, estava escrito lindamente no meu pulso:

Bianca Andrade.

Antes que eu pudesse ter alguma reação, um toque familiar me fez levantar o rosto. Ela também tinha lágrimas nos olhos.

Baixei meu olhar rapidamente para o seu pulso, encontrando meu nome escrito lá. Voltei a olhar pra ela, dessa vez com um grande sorriso nos lábios.

-Eu sabia que era você.

Foi a última coisa que ela me disse antes de me beijar de novo.

The kissOnde histórias criam vida. Descubra agora