Pode parecer estranho num primeiro momento, mas a verdade é que para percebermos aonde
estamos indo é muito importante saber de onde estamos vindo. Sim, porque temos uma
estranha mania de repetir os erros do passado e, consequentemente, acabamos encontrando
sempre os resultados anteriores - ou a mesma falta deles.
Nosso passado é a fonte de referências sobre quem somos e como nos comportamos. Se
analisarmos nosso presente e compararmos os resultados desse momento com o nosso passado,
podemos perceber aquilo que precisamos mudar em nós mesmos para conseguir dar um rumo
certo para a nossa vida. Um rumo que pode nos levar aonde quisermos ir, para realizarmos os
sonhos que quisermos realizar. Essa análise precisa nos direcionar para novas atitudes,
diferentes daquelas que não nos levaram aonde queríamos ter ido.
É bom que fique claro que a mudança acontece na vida de quem recusa o óbvio, de quem se
questiona e procura ser e fazer diferente do que sempre fez. Se o seu passado não o levou ao
sucesso, você tem que mudar o que vem fazendo.
Minha primeira experiência empreendedora foi em 1998. Eu tinha 12 anos de idade, quando
meu pai começou a me dar mesada. Ele me alertou: “Você precisa aprender a administrar o seu
dinheiro. Vou dar a você cem reais por mês para que possa comprar comida na escola, fazer
suas coisas e comprar o que você deseja. Se faltar, você vai ter que se virar. Se sobrar, não
precisa me devolver”.
Não sei muito bem a origem deste sentimento foi despertado em mim, mas eu costumo chamá-
lo de insatisfação positiva progressiva permanente. Sou um eterno insatisfeito e vejo que a
insatisfação é 0 que me move. Sempre me questiono, recuso o óbvio, não aceito padrões e
nunca fui conformado. Para mim, ser conformado significa ter a forma que alguém diz que
você deve ter.
Então, naquela época de escola, eu ficava pensando em como poderia tornar aqueles cem reais
em duzentos ou mil. Porque meu pai não me daria mais mesada, e eu queria ter mais retomo
desse dinheiro.
Naquela época, eu era um estudante medíocre. Meus pais, Clovis e Mary, chamavam-me de
“seis e meio”, porque a média para passar de ano era seis, e eu sempre tirava seis e meio em
tudo. Era sempre assim. Eu sempre fazia o mínimo possível para poder passar de ano. Não
entendia por que era preciso estudar tudo aquilo que a escola ensinava. E quando a gente não
tem um motivo muito forte para fazer alguma coisa, a gente nunca se entrega com intensidade.
Eu sempre me perguntava qual a razão para aquilo, mas ninguém me dizia. Por isso eu não me
entregava.
Hoje, sei que medíocre é aquela pessoa que, tendo condições de fazer o melhor de si, contentase em fazer o possível - o mínimo aceitável, o mínimo necessário. E eu era essa pessoa e fazia
o possível só para passar de ano. Nunca passei direto, porque sempre usei tudo o que podia
para postergar ao máximo meus esforços na escola. Não via sentido em tirar notas mais altas
do que o necessário para passar.
Por isso sempre digo que é muito importante adquirir conhecimento. Que você saiba para que,
por que e o que você vai fazer com esse conhecimento. Senão, você vai gerar uma paralisia
mental e não vai se dedicar a aprender direito.
Voltando à minha história do tempo da escola, analisei como eu poderia fazer os cem reais
tornarem-se duzentos. Então, percebi que havia um grande problema a ser resolvido na escola.
Todo mundo que ia à escola tinha um importante motivo para estar lá: viver a hora mágica do
recreio. Aquele era um período bem curto, mas valia o esforço de passar cinco horas na sala de
aula, acordar cedo e voltar no dia seguinte, apenas para viver aqueles vinte minutos mágicos
chamados de recreio.
Mas havia um grande desafio: quando tocava o sinal para sairmos, formava-se uma fila
quilométrica na cantina para que todos pudessem comprar fichas e garantir os seus lanches.
Então eu vi que as pessoas perdiam preciosos minutos daquele momento para ficar na fila.
Comecei, desde muito cedo, a perceber que empreender nada mais é que ajudar alguém a
resolver um problema da vida. É ajudar alguém a resolver um problema e ser remunerado por
isso. Assim, todos ficam felizes.
Quando meu pai me deu a mesada do mês seguinte, fui à minha escola, fora do período de
aula, e investi toda a minha mesada comprando fichas da cantina - comprei cinquenta reais em
fichas vermelhas, que valiam um salgado; e cinquenta reais em fichas amarelas, que valiam um
refrigerante.
No dia seguinte, coloquei uma pochete na cintura e as fichas dentro dela. E, quando tocou o
sinal do recreio, foi aquela correria para a cantina. Então, falei para todos: “Não precisam
correr. Eu tenho as fichas aqui. Custam três reais cada”. Na cantina, elas custavam dois reais.
E, ainda, dizia com ênfase: “Se quiserem comprar na cantina é mais barato, mas vão perder os
momentos preciosos do recreio na fila.”
De alguma forma, eu havia percebido que esse sentimento de perda era muito forte. Forte a
ponto de a pessoa pagar pela ficha mais cara apenas para não perder o tempo do recreio. Só
depois, percebi que uma pessoa não trabalharia 24 horas por dia para comprar uma casa nova,
mas trabalharia 24 horas por dia para não perder sua casa. As pessoas trabalham muito mais
para não perder alguma coisa.
A verdade é que aquele um real que eu cobrava a mais não era nada comparado aos preciosos
minutos do recreio. E, então, comecei a vender muito. Passado certo tempo, na classe, os
colegas começaram a jogar bolinhas de papel na minha cabeça antes do recreio. Eram pedidos!
Eu comecei a tirar pedidos já na sala de aula!
0 negócio cresceu tanto pelo boca a boca que, mesmo antes de tocar o sinal, as pessoas,
inclusive de outras classes, tentavam uma maneira de comprar fichas comigo. E eu já não dava
mais conta de atender a todo mundo.
Convidei alguns amigos para uma reunião na escola. Mos trei a el es o negócio que havia
criado, o investimento necessário e o retomo que ele proporcionava. Propus então uma
parceria com eles. Alguns não queriam usar uma poche t e feia na cintura porque não se
sentiam ainda prontos para começar um negócio do zero e de modo tão precário. Foi aí que
percebi que nem todo mundo estava disposto a comprar a minha ideia.
Outros, porém,tomaram a decisão de trabalhar comigo. Ensinei tudo a eles e, então. passei a
ter uma porcentagem dessas vendas também.
Acabei abrindo uma rede paralela de venda de salgados e refrigerantes da cantina da escola,
eliminei a fila e multipliquei minha mesada. Mas meu pai foi chamado pela coordenação da
escola para ser notificado de que eu tinha de parar com o negócio. porque não era bom para o
meu aproveitamento escolar. Porém, meu pai ficou muito feliz por eu ter colocado minha
cabeça para pensar.
Essa foi a minha primeira experiência em negócios. Como tudo começou? Pela minha recusa
em aceitar o óbvio, por ser diferente e questionador.
Então, meu conselho aqui é: pergunte a si mesmo o que você quer. Você está bem? Está
satisfeito? Está feliz? O que realmente preenche a sua vida e qual é o sentido da felicidade para
você? O que você quer mudar na sua vida?
Lembre-se: toda mudança acontece a partir do reconhecimento de uma necessidade de
mudança e da coragem de recusar o óbvio.
Outro ponto importante para chegarmos aonde queremos é saber exatamente onde
estamos. Em toda viagem, você só pode traçar um caminho se tiver um mapa (atualmente
um GPS ), souber aonde quer chegar e onde está atualmente. Somente com esses três
elementos você pode desenhar por onde passará a sua jornada.
Por exemplo, se você pegar um GPS , ele vai verificar o ponto em que você está e só depois vai
lhe perguntar aonde você quer chegar. Quando tiver essas duas informações confirmadas, só
então ele traçará a sua rota. Caso, por alguma razão técnica, o aparelho não consiga localizar
onde você está, ele será incapaz de determinar a sua rota de viagem.
Pois bem. Você tem agora este livro em mãos. Ele vai ser o seu GPS , o seu mapa. Você já sabe
que quer chegar ao sucesso. Então, resta saber em que ponto você está agora. Por isso é hora
de você fazer algumas perguntas para si que ajudarão você a descobrir quais atividades serão
necessárias na sua jornada, de modo que o seu caminhar o leve diretamente para o sucesso.
Neste momento, você precisa definir o seu ponto de partida.
Então, pense com calma nas seguintes colocações e perceba com quais delas você se identifica
mais, ou em que pontos você sente necessidade de mudar algo na sua vida:
! Algumas pessoas não utilizam todos os recursos que têm disponíveis para trabalhar pelo seu
sucesso.
! Muitos empreendedores falham porque fazem apenas o que lhes é possível e não se
empenham em dar o seu melhor para obter o sucesso.
! Muita gente se dedica a fazer várias coisas boas, mas deixam de lado detalhes importantes
que as levariam ao sucesso.
! Certas pessoas são completamente sem atitude. Elas não saem do lugar e desperdiçam o
potencial delas.
! Muitos empreendedores não têm equilíbrio emocional para lidar com as dificuldades naturais
de uma carreira ou negócio de sucesso.
! Existem pessoas que se frustram muito rápido e desistem muito cedo de seus objetivos.
! Algumas pessoas não sabem nem onde estão nem para onde estão indo. Giram em círculos e
não vão a lugar algum.
! Algumas pessoas não têm positividade e otimismo. Só veem problemas onde muitas vezes
existem grandes oportunidades.
! Muitos empreendedores não conseguem permanecer num estado de ânimo firme e
determinado, para continuar lutando até o dia da colheita. '
! Existem pessoas que sofrem da “crença no demérito”. Elas não se sentem merecedoras do
sucesso.
Existem outras questões também importantes, mas essas por hora já são suficientes para você
pensar e avaliar quais são os pontos em que precisa trabalhar para conquistar o sucesso. Ao
longo deste livro, buscaremos juntos outras necessidades de mudanças que você precisa operar
na sua vida para tomar-se FOD A e construir um sucesso consistente e duradouro.
Por enquanto, é importante compreender que mesmo que você tenha se identificado com
diversas dessas situações mencionadas anteriormente, isso faz parte da jornada para o sucesso.
Isso faz parte da vida e é o que dá sabor ao seu viver.
Para conquistar os seus sonhos, será necessário lidar com medos e desafios. É muito
importante ter esse discernimento. Nossas maiores realizações estão ali no meio, entre osnossos maiores desejos e os nossos maiores temores.
Se você tem uma meta, um objetivo, que não lhe causa um desconforto, um frio na barriga de
pensar no que você vai ter de enfrentar para alcançá-lo, é porque ele não é transformador o
suficiente.
Por isso é muito interessante quando você tem um grande medo, um grande bloqueio, uma
grande indecisão. É nessa direção que você tem que correr, vencendo-a. Lembre-se de que é
preciso avançar, apesar dos medos e das dificuldades. Essa é a luta que realmente vale a pena.
É muito importante ter essa consciência, porque, muitas vezes, diante de um desafio, se pegará
dizendo a si frases como “este obstáculo é muito grande”, “isto eu não consigo vencer”, “isto
não dá”, “isto é muito para mim”...
Entenda que, quando você encontra um grande desafio, é como se encontrasse um baú. E ao
abri-lo, você encontrasse uma recompensa. Isso porque todo desafio tem uma recompensa por
trás dele.
Eu gosto muito desse modo de encará-los. As pessoas consideram desafios como problemas,
mas, pelo contrário, digo que problema é quando não há desafio. Quem não tem desafio não
cresce, não evolui, não ganha, não conquista, não está sobre. Aquele que sabe que é necessário
passar pelo medo, romper uma barreira e transpor um limite para seguir crescendo, comemora
sempre que vê um desafio.
Por mais que seja difícil e desafiadora a circunstância que você esteja vivendo, comemore a
sua luta e siga em frente. Porque, quando a tempestade passar, o céu azul aparecerá.
Tenha essa visão especial quanto aos desafios e isso vai favorecer muito a sua postura diante
de todos os que surgirem em sua jornada até onde você quer chegar. Prepare-se para os
desafios e viva intensamente a sua luta, as suas conquistas, as suas vitórias.