Único

33 8 9
                                    


N/A: agradeço ao @angelsbyun por essa capa maravilhosa e minha professora de física que me lecionou em 2016 e 2017 (será que a velha ainda é viva? kkkkkkkkkkkkk) que me fez gostar dessa parte da física.

ATENÇÃO: Algumas partes dessa história podem ser um pouco perturbadoras para alguns leitores na menção do "coliseu feminino", mas foi usado como forma de mostrar o quanto mulheres eram maltratadas naquela época, sem interferir em NADA no desenvolvimento da história, caso não goste, pule para os parágrafos seguintes. Toda a cronologia e insinuação de que cientistas famosos escravizavam gênios é fictícia, a óptica não foi descoberta no ano mencionado e não foi daquela forma partindo de tal princípio que se verá a seguir, apenas alguns detalhes são verídicos. Caso tenha curiosidade de saber mais sobre óptica, recomendo buscar sobre nas plataformas de internet, ou em livros de física do ensino médio. Pode conter angst.

BOA LEITURA




Eu vejo arco-íris

Por: marvexo


Aquele dia, definitivamente, não estava sendo tão divertido como deveria. Baekhyun batucava a mesa com os dedos enquanto Chanyeol fazia cálculos frenéticos no quadro, copiando do caderno de anotações. O pó do giz fazia uma fumaça nítida até de longe naquele ambiente pouco iluminado, pois seu colega escrevia com certa fúria. Ele estava muito irritado com seus superiores por terem lhe dado um olho roxo.

A cada dia que passava estavam sendo tratados pior com a pressão, dessa vez com agressões físicas constantes. Não que fosse algo completamente diferente do habitual, mas os europeus estavam cada vez mais violentos e nervosos, e seus pesquisadores escravos sentiam cada vez mais medo, pois tinham começado a matar os "inúteis" que não conseguiam fazer descobertas novas.

Chanyeol e Baekhyun eram os únicos coreanos do grupo de pesquisadores anônimos, o restante eram, em grande maioria, europeus ou de países colonizados pelos tais. Ambos dividiam um quarto com mais alguns asiáticos que mal usavam o francês para se comunicar. Eles mantinham a língua nativa sempre viva nas conversas secretas que tinham a respeito do passado, ou qualquer coisa que não envolvesse o projeto da Física.

A história deles até ali era bem trágica, por mais que tentassem viver a vida com otimismo. Todos os pesquisadores do laboratório eram escravos roubados da família, do país nativo, para estudarem no lugar dos homens que eram os grandes nomes da Física. O que tinha chamado atenção desses famosos foi o intelecto elevado das crianças dos países desconhecidos que viajavam.

Baekhyun se lembra de ter sido tomado dos braços de sua mãe aos doze anos. Apavorado e com raiva de amar estudar. Um homem negro, bem vestido, completamente coberto, apenas com a cabeça para fora da roupa, tocou em sua casa. A memória era fresca de quando estava sentado na sala estudando matemática quando o moço apareceu, oferecendo uma quantia alta em dinheiro pelo garoto. Sua mãe era sempre firme e não queria aceitar nada em troca do filho, tentou lutar com o homem, mas mais alguns apareceram em sua casa e imobilizaram ela para conduzi-lo à força para um carro.

Até os dezessete anos ele se iludia falando que sua mãe estava viva, mas sabe-se lá o que aqueles homens fizeram com uma mulher que os desafiou.

Chanyeol não tinha uma história muito diferente da sua, mas foi aos sete anos que foi tomado da Coréia, apesar de ele e Baekhyun terem a mesma idade, ele estava a muito mais tempo naquela prisão. Sua professora, filha de um escocês e uma coreana, foi obrigada a levar seus alunos bons em ciências para a França ilegalmente e, por mais que ela não quisesse, os amigos de seu pai a ameaçava.

Eu vejo arco-írisWhere stories live. Discover now