Único.

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Existiam certos tipos de problemas em se trabalhar com a pessoa que não deixava sua mente e Wang Yibo estava se dando conta disso, enquanto assistia o velho amigo arrumar os cabelos no espelho ao seu lado. Tentou manter seus olhos para si mesmo, assim como se esforçou em prestar atenção no que Xiao Zhan falava, mas parecia difícil demais se concentrar.
Não era a primeira vez que a situação parecia incômoda demais, antes de sair do controle; não era a primeira vez que ele parecia ser o primeiro a querer que ela o fizesse. Mas manteve sua boca fechada, assim como guardou seus dedos para si mesmo.

— Por que está tão quieto? — o mais velho perguntou, numa voz baixa e curiosa. — Está nervoso com o vôo de hoje?

Yibo era jovem, mas tinha um currículo longo, não que aquilo o livrasse de ficar ansioso à cada viagem. Mas daquela vez, ele não estava nervoso apenas por conta da viagem.

— Estou bem.

XiaoZhan se virou, tocando um de seus ombros com a mão firme.

— Sabe que pode falar comigo, não é?

— Sei que posso falar com você. — repetiu sorrindo. — Não precisa se preocupar.

— Sabe que me preocupo. — o mais velho respondeu, dando um sorriso ao prosseguir. — Inclusive, — pausou, tirando algo do bolso interno de seu blazers. — trouxe algo para você.

Yibo apertou os olhos, tentando compreender o que era o pequeno objeto entre os dedos do amigo.

— Um broche?

— É para dar sorte. — XiaoZhan sorriu, antes de bufar. — Não me olhe assim. — avisou, chamando-o. — Vem cá.

E ele foi, mesmo que achasse tudo aquilo besteira. Esperou que o amigo prendesse o adereço dentro de seu blazers, e depois observou-o em silêncio.

Yibo o assistiu de perto, umedecendo os lábios quando Xiao Zhan moveu seus olhos naquela direção. Ele sabia que aconteceria mais cedo ou mais tarde, mas não imaginava que seria no meio do aeroporto, minutos antes de sua viagem. Entretanto, não tentou parar o que começava a se desenrolar, porque sabia que, se o fizesse, se arrependeria durante todo o vôo e honestamente, não existia uma única parte dele que queria se afastar do amigo. Por isso, correspondeu ao beijo e o aprofundou quando teve chance. Por isso, permitiu que Xiao Zhan o empurrasse suavemente até uma das cabines e por isso, não deixou de beija-lo por um segundo sequer.

Xiao Zhan soltou um murmúrio sôfrego entre seus lábios, um pedido manhoso, como todos que ele proferia em momentos como aquele. Momentos em que Yibo o tinha entre seus braços e podia deslizar seus dedos pelas curvas cobertas por tanto tecido; momentos em que ele podia se soltar o bastante para pedir que fosse fodido; momentos em que Yibo não podia negar nada à ele.

Seo sorriu, o riso morrendo entre eles, no momento em que Xiao Zhan afundou os dedos compridos em seus cabelos e os puxou, impaciente como sempre era. Ele não pode evitar o pequeno gemido, como se cada toque do outro despertasse algo dentro dele, e talvez o fizesse. Talvez o fizesse há mais tempo que Yibo pudesse imaginar e de formas mais complexas do que ele jamais sonhara. Suspirou, levando as mãos até a bunda do mais velho, erguendo-o um pouco apenas para trazê-lo para mais perto. Os corpos se chocando no percursos, as mãos e os lábios se tornando mais ousados, à um simples ponto onde Xiao Zhan não pode conter sua mão direita de deslizar pelo braço de Yibo, seguindo um caminho silencioso até seu abdômen, antes de desviar-se para o centro e se infiltrar entre eles. Os dedos esbarrando no botão solitário, antes de finalmente se tornarem ainda mais confiantes e tocarem-lhe no lugar que mais necessitava deles. Yibo afastou seus lábios quando a mão do mais velho se fechou sobre o volume em suas calças, dando tempo o bastante para que Xiao Zhan mordesse seu lábio inferior, mantendo os olhos fixos nos dele, a testa colada na sua. Ele não disse nada, nem mesmo quando deu mais firmeza à carícia, muito menos quando sorriu ao ver Yibo apertar seus olhos com força.

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