Secura

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Sou quem ganha e perde
A batalha do dia a dia
E a quem o ontem não serve
Eu estou um pouco mais tardia...

Sou eu quem sangra rios inteiros
E a quem a secura não impede
De ter um milhão de medos
Que nenhuma medida mede...

Sou eu que vivo, ou sobrevivo
A cada dia menos capaz
De ser criativo
E sem nenhuma paz...

Nada tenho nas mãos
Que estão secas e intactas
De toda e qualquer ilusão
Que outrora me mata

Eu tenho a voz emudecida
E nenhuma vontade de expor
A minha dor e minha vida
O meu pesar e amor...

Que não se concretizou
E que ficou adormecido,
Nesse momento a última gota secou
E nada, nenhum resquício

Sobrou de mim e minha dor
Apenas as palavras escritas ficarão
Nem mesmo o morto amor
Nem a minha vida, e ilusão...

MCG

POESIA EM QUARENTENA Onde histórias criam vida. Descubra agora