Se ele soubesse ...

Entrei no carro de um santo

Não era como se eu tivesse no mais maravilhoso sono mas eu não queria o sol me acordando por estar entrando pela janela sem nenhuma autorização, por mais que estive puta tive que levantar mesmo quando tudo que queria era ficar deitada, até fazer raízes, sendo impossível essa situação, corri para o banheiro  antes que meu irmão me visse ou viesse falar qualquer coisa comigo, andava evitando ele desde que tinha virado um profeta, o que normal aqui em Freeridge, ou se é um santo ou se é profeta e eu nasci do lado Verde da grama. Depois de demorar um tempo no banheiro, voltei ao quarto para pegar minhas coisas, último ano na escola e se tudo desse certo último ano nesse buraco quente de LA, desci mas sem antes me ligar que meu irmãos, Lionel, estava na sala com aqueles babacas da gangue discutindo alguma coisa inútil, desci rápido pra não ser notada mas quando se é irmã de um profeta isso é impossivel, ao pisar no último degrau escuto a primeira baboseira:
-- Wow, Não sabia que sua irmazinha não era mas não pequena assim! --
Disse o escroto do Lammar

-- Fala dela assim de novo e você vai ficar tão na merda que vai parecer um santo quando entra no nosso caminho!

--Desculpa...

Lionel não dava nenhuma libertadade para falarem de mim, talvez fosse a forma dele de me proteger mas eu odiava do mesmo jeito.

-- Tá indo pra onde ? Não tomar café não? Minha mãe fez café, anda logo senta aqui!
Disse Lionel com voz bem firme

-- Não tô afim!
Rebati

-- Isso não é uma pergunta!!

-- Não sei se você reparou mas eu não sou um dos seus cachorros dos profetas!!

Antes da conversa progredir eu sai batendo a porta e mais deles estavam no jardim, como eu odiava toda aquela porra, principalmente depois que eu perdi o George, o mais velho dos irmãos, éramos 3, sempre fomos muitos unidos até chegar a idade de ser cobrado pelas ruas, toda família era ou vai ser profeta, até minha mãe, e pronto, George era o mais altos dos profetas, mandava e desmandava, sempre o mais temido de todos, Big como era conhecido podia parecer o pior pra todos mas só eu sei como ele era doce nas coisas, talvez esse lado dele só aparecesse pra mim, já nem Lionel nem ,a mamãe via isso nele. Já tava quase chegando na escola quando vejo aquele grupo estranho passando na minha frente, Jammal, Cesar, Moose,Ruby e agora até a Jasmine andava com eles, engraçado que eles si quer sabiam quem eu era,  deve ser pelo fato de eu  ser repetente e ter sido transferida logo no último ano pra cá após uma escola de ricos me "convidar" a sair, já que George insistiu em pagar pra mim com dinheiro da gangue e eles descobriram.O estranho ver eles sempre discutindo pelos corredores ou almoçando aos berros no patio mas mesmo assim eu admirava a amizade deles, era como se puder contar sempre um com outro e eu bom, não tinha nada, nenhum amigo, outro fato sobre se ser uma descente dente de profeta e que amizades só a que gangue te dá . Depois uma longa e chata aula de Cálculo com o senhor  Ted, eu fui para pátio almoçar e mais uma vez eles estavam lá, conversando sobre algo no último tom e por incrível que pareça eu era a única a prestar atenção:

-- Com toda essa história da prisão dos profetas eu achei que já tinha passado e agora vem essa tal de cochilos, eu vou pirar-- Jamall desesperado

-- E só a gente não fazer o que ela tá pedindo e pronto, não viu ficar me enviando nessas merdas dela-- Moonse sempre marrenta, impressionante

Eles levantam e saem, o sinal toca eu não tô nem um pouco afim de ir pra próxima aula, pego minhas coisas e vou andando para o fundo da escola pensando em tudo que eles, a prisão dos profetas tinham sido um marco pra gangue, muitos dos grandes foram presos, o insuportável do Latrell e todos os outros, os que sobraram agora não tinham tanto poder porém um profeta não desiste tão fácil. Pulando o muro da escola e achando que tava passando batida, escuta uma voz falando comigo:

-- Wow, a Chica é perigosa, quer ajuda mamacita?

Me viro e era uma cara careca, cheio de tatuagem, forte, com uma regata branca, bermuda bege e meias até em cima encostado do lado de fora do carro, e pelas tatuagens e o crucifixo tava na cara que era um santo, mas não um santo qualquer, era o Oscar, Spooky, e sem muita paciência eu olhei pra ele com cada de quem não estava nem aí pra merda de um chefe de gangue mas ele foi atrás de mim :

-- A escola deve ser um saco mesmo pra voce tá saindo assim, não sei pra onde tá indo mas se quiser carona, de deixo aonde quiser ! --- disse ele não aquela cara que eu sei bem como caras como ele usam e um sorriso leve

-- Pelo que você viu eu não sou muito das que precisam de ajuda pra alguma coisa né, então pode ficar com sua carona, oferece, sei lá, pra alguma menina que esteja interessada.

Ele ri e volta para o carro, eu fico rindo sozinha por que mesmo eu sabendo quem ele era, o cara não faz noção de quem sou irmã, mas por ouvir tanto o nome dele, acompanhado com muitos palavrões por sinal e gritos, lá em casa , ele não me reconhecia como a herdeira de profetas, talvez porque eu não andava de verde pra cima e pra baixo, na verdade era uma cor que eu odiava, principalmente pela história dela. Achando que tava sozinha aumento o som dos meus fones pra escutar Changes- Dej Loaf e cantando bem alto já achava que só tinha eu na rua mas aí eu viro e Spooky tá lá de novo, com a cara mas debochada vou até o carro dele, abro a porta, sento deixando a porta aberta e digo :

-- Se era isso que vc queria, pronto, sentei na imundice que tá esse carro, pronto, tá contente hermano?

-- Mais feliz eu estaria se você fechasse a porta do meu carro, isso vale ouro, não que você entenda de carros.

-- Se eu não entendesse de carro, certamente não saberia que pelo barulho do seu motor tá faltando óleo, e não vai durar muito pra ele parar, mas assim o que vou saber de um  sobre um Impala 60, clássico dos clássico, agora me dá licença que tô cansada de olhar pra sua cara.

Ele me fita sério sem dizer mas nada, bato a porta do carro com tanta força que só escuto ele possesso de raiva me xingando atrás e gritando todos os porras possíveis. Seguindo meu caminho fico rindo em pensar que eu,  entrei no carro de um santo, de um santo da alta linhagem, Oscar Diaz, mas por um momento lembrei que se Big ou Lion vissem essa cena a merda seria enorme, temi um pouco, talvez tenham sido bem maluca por isso mas sinto um friozinho de lembrar da cara do Spooky, e mesmo que por míseros momentos eu consegui me ver refletir no retrovisor, e pensar que uma menina alta, negra, de cabelo cacheado estava sendo olhada pelo maior Santo, que merda, só podia estar fora de mim. A tarde, depois de já te almoçado e não ter ninguém em casa, nem mesmo minha mãe, aproveito pra tirar um cochilo no sofá  que sei que vai ser interrompido assim que o Lion chegar em casa, ele provavelmente devia estar puto ainda que desobedeci ele na frente de todos, mas e daí, eu não sou a porra de uma cadela dos profetas.