Rainha Plebeia

Capítulo 1

Aos meus 10 anos, eu era diferente de todas as outras garotas do meu vilareijo, pois meus cabelos eram lisos e longos, e quanto mais a minha mãe cortava mais eles cresciam, por isso ela parou de tentar cortalos, a minha beleza era estonteante e inigualável, apesar da minha pobreza e dos meus 2 vestidos feitos com farrapos. Nesse período as crianças já me excluiam, por me achar diferente e ter uma certa "inveja". Então eu passava a maioria do meu tempo em um bosque perto do meu vilarejo porque era o meu lugar favorito. O lugar onde eu não era excluída por ninguém, afinal não tinha ninguém por lá, ao não ser os animais que se atraíam a mim, e eu por incrível que pareça não sentia medo nenhum dos animais, principalmente pelas cobras, elas eram minhas amigas favoritas. Em um certo dia estava eu naquele mesmo bosque de sempre, com um único animal dessa vez, a minha grande amiga cobra que eu denominei de Verena. De repente apareceu um rapaz com uma espingarda e apontou contra mim e gritou:
Rapaz- Menina solte essa cobra e saía correndo que eu a mato.
Eu- Não pare não atire, por favor! Ela está comigo e é minha amiga
O rapaz assustado e sem entender nada disse:
Rapaz- Menina, você está louca?! Isso é uma cobra, um dos animais mais venenosos e perigosos deste bosque. Além de tudo ela é um animal, não dá pra ser amigo de um animal que não pensa.

Então eu saí correndo com a Verena no pescoço para o mais distante do bosque, pois era o lugar em que os animais se escondiam dos caçadores. Então a soltei disse tchau para ela e para todos os outros, para que ele não nos seguisse até lá. Então ele me seguiu até o vilarejo e percebeu que nós morávamos perto um do outro. Chegou perto de mim e perguntou:
Rapaz- Ei, você está bem menina? Como conseguiu se livrar daquela cobra e sair sem nenhum arranhão?
Eu- Por favor fale baixo, ninguém pode saber que eu vou naquele bosque, e por favor não conte a ninguém oque você viu lá, adeus, já está tarde e eu preciso ajudar a minha mãe com o jantar.

Então eu saí correndo para a minha casa e deixei o rapaz sozinho. Ele ficou me observando de longe, ele era tão lindo que eu senti algo que nunca tinha sentido na minha vida, um sentimento estranho, algo novo. Contei para a minha mãe que tinha visto um rapaz no bosque e ela disse que era para eu tomar cuidado, pois os homens do vilareijo não eram tão bonzinhos igual ao papai. Então eu fui dormir mais cedo do que antes para ir no outro dia mais cedo do que de costume para ver se eu encontrava o rapaz novamente pois era naquele horário que os caçadores saiam.