Hoje tu me despresas, deixas que o meu povo seja massacrado, até retratas quando suas cabeças rolam no chão até apresentas com um acto de cinematográfia quando mutilam as minhas crianças quando queimam as minhas cabanas feitas de palhas de minhas abençoadas palmeiras e com o cheiro perfeito das minhas argilas, quando aquele maldito metal atravessa o corpo de um descendente da minha terra, quando desliga as suas células, o seu pensamento não mais nele, ahh sim te aproveitas.
Hoje me despresas porque não sou terra de agrado, sou terra de odio e tremor.Pensando bem sempre me despresaste, despresas as minhas linguas, despresas o meu povo, chamas me de terra dos chingondos, logo eu?
Eu que dei a entrada para ver este país livre, eu que alimentei os combatentes, eu que suportei napalms, eu que acolhe os vossos grandes heróis eu.. Eu.. Eu... Que palavras me faltam meus olhos se enchem de pangor, eu que com os meus ouvidos ouve o grito, o som das costelas de uma mulher sofrer para dar a luz, eu que ouve o primeiro choro do menino então hoje homem que com o mesmo objecto que hoje trucidam o meu povo, disparar, para que vós ohh outras províncias tenham liberdade, liberdade de respirar, liberdade de se expressar eu vos livrei das palmatórias, e da opressão.°°°°Mas hoje me despresais°°°°
Eu sou Cabo delgado
Ivandro voltwin
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Cabo Delgado eu não sou Moçambique_
RandomE a história do clamar de uma terra assolada. e desamparada.