único.

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O casebre que tinham escolhido para se esconder era repleto de teias de aranhas e poeira, causando espirros no detetive. De lá, ele poderia observar com clareza a mansão do doutor Grimesby e poderiam ver o momento que sua enteada fosse se recolher e dormir.

A jovem tinha ido buscar ajuda há alguns dias e tinha um caso bastante misterioso, atraindo total atenção de Holmes e de seu colega. Ambos foram ao campo para investigar, no entanto, precisaria ser às escondidas. Assim, estavam no total escuro em um local abandonado.

— Você acha que irá demorar, Holmes? — o doutor Watson perguntou enquanto limpava seu bigode.

Sherlock estava indo sentar no chão, mas ainda não tirava os olhos da janela de vidro que dava a visão para a mansão. Tirou seus sapatos e, depois, as meias. Suspirando de alívio.

— Não, meu caro. Logo poderá ter seu jantar. — e deu um sorriso de lado.

John estava irritado pois tinha pulado diversas refeições naquele dia, além de não ter dormido até tarde, como era de costume. A cliente tinha chegado cedo e o detetive o tirou da cama no mesmo momento.

— Foi um pouco imprudente da minha parte lhe trazer aqui. — examinou a expressão de seu companheiro e deixou um sorriso leve pintar seu rosto.

O médico não parecia preocupado mais, e sim empenhado em garantir a segurança dos dois.

— Qualquer coisa por você. — e piscou para o moreno.

Sherlock riu baixinho, tentando se controlar. Tinha sido um dia difícil para ele, sua cabeça doía e seus ossos tremiam com o frio cortante. No entanto, o loiro ainda conseguia aquecer seus sentimentos.

— Muito gentil da sua parte, Watson.

Os dois ficaram silenciosos por alguns minutos, apenas sustentando os sorrisos nos rostos. John apreciava quando o outro relembrava que ele era importante nos casos, e Sherlock vinha fazendo isso com mais frequência que o normal.

Sabia que teria que ouvir reclamações quando chegassem em Londres e também teria que limpar os ferimentos dele, mas, ainda assim, tava feliz por estar ali.

Pegou a almofada suja que estava se apoiando e levou até Holmes. Desejando ficar mais perto do colega. Ele quase dormia e apreciava a brisa fresca que batia em seu rosto. Era uma cena agradável de se ver. Seus cabelos negros brilhavam como luar, e Watson desejava bagunçar os fios e deixá-los cair sobre a testa de Holmes, como quando acontecia enquanto ele corria livremente.

Sherlock era um homem elétrico. Corria, pulava, gargalhava e falava alto. Às vezes, no entanto, esquecia de mostrar essa parte espontânea de si e fechava-se dentro de sua própria mente. Como acontecia agora. Não parecia o mesmo homem que tinha corrido por todo o campo em busca de pegadas de um leopardo, como mais cedo.

O loiro levou os dedos até a bochecha suada de seu companheiro, fazendo círculos imaginários no local. Sherlock pareceu acordar de um sonho longo, assustado e confuso. Porém não repeliu o toque.

— Sei que observou muitas coisas além das que eu observei, caro Holmes. Mas, diga-me, já tem algo em sua mente? Já sabe o causa os barulhos à noite e o que matou a irmã da nossa cliente? — o médico ainda tinha muitas dúvidas e não conseguia formular uma teoria para a conclusão do caso, no entanto, sabia que era muito diferente de seu amigo.

— Eu não observei muitas coisas, eu deduzi, meu caro amigo. Porém, sim, já tem algo. Quando tivermos acesso aos quartos da casa, saberá da minha suposição. Espero que já esteja pronto para usar da força. — para a surpresa de Watson, o detive se aproximou mais de si e seu corpo pedia por mais contato.

Tirou as mãos do rosto frio de Holmes e passou para os cabelos. Era de uma textura que John nunca tinha sentido, tão macio e brilhoso. Correu os dedos até a nuca do outro, sentindo a pele do pescoço de Sherlock.

O vendo uivou lá fora e alguns poucos animais faziam barulho, no entanto, os dois pareciam estar alheios a tudo envolta. O detetive tomou a liberdade de se aproximar ainda mais de Watson, assim, seus corpos estavam quase colados.

As mãos de John iam descendo cada vez mais. Explorando lugares cobertos ou não por camadas de tecidos. Sentindo as ondulações e texturas do corpo de seu companheiro. Parou abruptamente quando ouviu a respiração do detetive ficar ainda mais pesada.

— Você está bem, Holmes? — olhou para cima apenas para encontrar os olhos verdes de Sherlock brilhando, e um sorriso malicioso em seu rosto. Ele fez um gesto com a mão para Watson. Indicando que ele continuasse o que estava fazendo.

John abriu, com muita cautela, o primeiro botão da calça de seu companheiro. Percebia agora que suas mãos estavam trêmulas e sua boca estava seca. Poderia sentir o quão excitado Holmes estava, e estimular ainda mais. Quando ia descer ainda mais, o local que estavam se iluminou. Era o sinal que tanto esperavam.

Os olhos de Sherlock se arregalaram um pouco, e sua testa estava franzida. Resmungou na hora que teve que separar de seu companheiro, no entanto, tinham um trabalho para fazer. Ainda mais importante do que aquele que faziam.

Passou as mãos pelo corpo, ajustando as roupas e o cabelo. Ainda com uma expressão de poucos amigos.

— Espere, Holmes. — antes de sair pela porta em direção ao perigo, Watson quis dar uma razão para o Holmes ficar ansioso para chegar em Londres.

Pegou-o pela nuca e colou seus lábios. Foi apenas um singelo beijo que, no entanto, causou o efeito desejado por John. Ele viu seu amigo caminhar ainda mais rápido em direção à mansão, e deduzir todo o caso em apenas meia hora. Estariam em casa antes das dez da noite, e enfim poderiam descansar.

notas:

baseado no episódio 6 da primeira temporada de sherlock. minha base foi a série e alguns diálogos tirei do episódio.

hidden with you - johnlock.Onde histórias criam vida. Descubra agora