Somewhere in my mind

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10:47-AM

Celular Vibrando

Notificação de Mensagem

Mãe: Oi querido, fui encaminhada pro plantão desse final de semana, você sabe se virar então coloquei tudo que precisa para "sobreviver" na geladeira, cuide-se, quero reconhecer minha casa quando chegar. Beijos, te amo.

Finn Wolfhard: Tá bem, vou só dar uma festa para 150 pessoas, coisa básica. Até, te amo.

Coloquei o celular na cabeceira e afundei minha cabeça no travesseiro esboçando um leve sorriso por conta da ironia da mensagem, que cessou totalmente quando lembro o ocorrido ontem, sinto um leve arrepio. No festival Millie estava tranquila, parecia que em cima daquele palco nada podia lhe derrubar, mas algo possuiu esse poder.

Levanto, retiro a camisa de pijama e desço para a cozinha. Me sirvo um copo generoso daquele líquido quente. Sento no sofá e olho para fora, a rua está deserta, sem nenhum sinal de vida, apenas alguns passarinhos voando de volta para o ninho na certeza de que chegando lá, teria alguém os esperando. Após terminar de beber, volto para a cozinha, sentei no mármore gelado e algo que continua me consumindo vem a tona. Eu preciso conversar com ela, eu preciso saber o por que ela estava daquele jeito, eu preciso... Eu precis... de novo, o mesmo sentimento, o mesmo desespero por alguém ressurge. É algo que sempre esteve ali, esperando a hora certa, na maior intensidade, esperando a vítima ficar indefesa para atacar.

 Sempre fui carente de atenção e carinho, nunca gostei de ficar sozinho sem ser por vontade própria, sempre necessitei de contato, sempre quis ter alguém em que pudesse confiar o suficiente para chamar de namorada, e isso já me rendeu vários momentos e casos onde não gosto nem um pouco de lembrar, é simplesmente, doloroso. Ainda mergulhado nos meus pensamentos, meu telefone toca. É Caleb.

- Bom dia lobão, como que tá indo seu sábado, muito emocionante ? - o tom de sarcasmo era tão presente quanto a minha falta de planos para hoje.

 - Como que foi sua noite ? Durou mais de 10 minutos dessa vez ? - respondo no mesmo volume.

 - Senhoras e senhores, lhes apresento Finn Wolfhard, o comediante do século, engraçadão tu em - suspiro uma risada e Caleb continua - Como a resposta pelo visto é não, tem uma festa na casa dos Sartorius - apoio minha testa na parede ao ouvir isso, aquele cara de novo? Caleb não cansa disso ? - e ai ? tá afim de ir ? 

 Só esse mês recusei três festas na casa de Jacob, eu entendo a preocupação de ver seu amigo trancado em casa, mas, não precisa insistir tanto né? Eu tô bem.

 - Mary saiu esse final de semana, acho que vou ficar em casa, dormir cedo. - falei a primeira desculpa que veio em minha mente. 

- Não, não vem com essa, vou te buscar às 9:00, esteja pronto me esperando, já cansei, faz quanto tempo que você não sai com a gente? 3 meses ? Nada disso, você vai e não tem escolha. - McLaughlin estava furioso pela sua fala, realmente, acho que hoje não havia escapatória.

 - Tudo bem então - suspiro retirando minha testa da parede - não se acostume.- falei em tom majoritário.

 - Vai ser divertido, hoje nosso lobinho vai sair com a alcateia, auuu - abro um sorriso com esse uivo totalmente desafinado e desconfortável de Caleb.

 - Idiota, até de noite - Antes de desligar, consigo ouvir uma risada irônica de McLaughlin.


9:08-PM

 Sento em frente a porta da minha casa, com o celular ao meu lado tocando "party favor" e a cabeça apoiada na porta, espero Caleb. Está frio, esse suéter de gola alta não vai aguentar. Estranho como Minneapolis consegue ser tão frio nessa época, nem começou o inverno, faltam poucos dias. Ainda flutuando em meus pensamentos, vejo o carro de Caleb chegando com a ruiva ao seu lado.

Call out my name - FillieWhere stories live. Discover now