EARNED IT

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Você faz parecer que é mágica
Porque eu não vejo mais ninguém, ninguém além de você
Nunca fico confuso
E eu estou tão acostumado a ser usado

Então eu amo quando você liga de surpresa
Porque eu odeio quando o momento é previsível
Então vou cuidar de você
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Sabrina

Uma semana.

Fazia uma semana desde a última vez que Nick falara comigo.

Ele esteve ali, naquele mesmo quarto, dizendo que renunciou à competição, que eu não precisava mais me preocupar com o Padre Blackwood ou os garotos da Academia.

Ele esteve ali. Bem ali. Aquilo não foi produto da minha imaginação.

Então por que ele não me procurou outra vez? Nick nunca tinha ficado tanto tempo afastado. Mesmo antes de eu assinar o Livro, ele sempre inventou desculpas para se aproximar. Sempre esteve presente o suficiente para que nunca precisasse sentir sua falta.

Mas não era como se eu estivesse esperando. Não era como se eu estivesse contando com isso. Afinal, o que nós éramos um para o outro? Nada de especial. Conhecidos. Amigos. Amigos que eventualmente arrancam as roupas do outro em bibliotecas. Novamente, nada de especial.

Então não. Eu não estava esperando nenhuma ligação.

Sim, eu eventualmente saltava da cama e corria para atender quando o telefone tocava, mas isso não significava nada. Nada de especial.

Olhei para os livros que ele havia me emprestado. Mais um resquício dele na minha vida.

Não. Não, não, não. Aquilo não significava nada.

Qual é, Sabrina Spellman não perde tempo pensando em um garoto qualquer.
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Nick

- Bom dia, Nicholas! - disse Prudence, com um sorriso.

- O que há de bom nele? Para mim parece perfeitamente comum. - retrucou o feiticeiro, com um péssimo humor.

Ele estivera assim a semana inteira.

Padre Blackwood, maldito seja, havia cancelado a competição e nomeado Ambrose à chefia.

Claro que ele faria isso... Aquele bastardo misógino não deixaria Sabrina ganhar nem se o próprio Lúcifer ordenasse. E ele sabia como era difícil negar algo ao Senhor das Trevas.

Nick vira o olhar de Sabrina quando ela soube que não tinha mais chance. E ele odiou aquilo. Então resolvera manter distância dela por um tempo.

O suficiente para que sua raiva se atenuasse.

Mas aquilo estava levando tempo de mais.

- Nossa, Scratch! - continuou a feiticeira. - Não o via assim desde que ficou com o braço colado na testa na aula de transfiguração.

- O que quer, Prudence? - retrucou impaciente.

- Oush! Não mate mensageira. Venho apenas trazer um recado. Um lembrete, se preferir assim... Dorcas quer que você lembre que agora é a vez dela.

Ele franziu o cenho.

- A vez dela? Do que está falando?

- Lupercalia, Scratch!
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Sabrina

- Luper... o quê?

- Lupercalia! - disse tia Zelda, gesticulando hiporbolicamente numa performance teatral. - É um festival pastoral da luxúria iniciado pelas bruxas romanas sob o reino de Calígula. Uma verdadeira celebração da fertilidade.

Tia Hilda levantou os olhos da sua leitura.

- Humf... Na época poderia significar, mas hoje é muito menos sobre fertilidade e muito mais sobre... - ela ergueu as sobrancelhas.

- Sexo. S.E.X.O. - tia Zelda disse impaciente. - Você pode dizer a palavra, Hilda.

Ela levantou da poltrona e foi até uma prateleira. Voltou com um livro e se aproximou, segurando minhas mãos.

- Agora que assinou seu nome já não é mais uma menina, mas uma jovem mulher feiticeira. Tome. - estendeu o livro e eu o peguei. - Tem mais sobre o Lupercalia aí.

- Obrigada, tia. Mas você deve lembrar que eu ainda não faço S.E.X.O.

- Não seria uma boa hora para começar? - retrucou.

- ZELDA! - repreendeu tia Hilda. - Não a pressione desse jeito.

- Não estou pressionando! Mas Sabrina sabe que as coisas são diferentes agora. Posso apostar que ela se sente diferente em alguns aspectos. Não sente, Sabrina?

Sim.

- Hãmm... - foi tudo o que consegui dizer.

Ela estreitou os olhos.

- O problema, tia Zelda, é que eu sempre pensei que quando acontecesse iria ser com o Harvey. E agora que eu já aceitei que não vai ser. E está tudo bem para mim. - assegurei, quando suas mãos pressionaram as minhas - Eu... Eu só queria fosse com alguém que eu gostasse e confiasse...

Seus olhos se iluminaram.

- Você tem estado muito próxima daquele feiticeiro da Academia, Nicholas Scratch. - ela arqueou as sobrancelhas. - Ele vem de uma boa família, nobre até. Muito influente na cúpula do Antipapa.

- A família dele está morta. - disse, surpresa.

- O nome não. - concluiu. - E ele tem alguns parentes distantes no norte da...

- Zelda! - repreendeu tia Hilda novamente.

- Está bem, está bem... - disse, acenando na defensiva. - Bom, Sabrina, Lupercália não é obrigatório, então, se ainda estiver duvidosa, leia o livro. Ele pode lhe informar melhor do que eu.

Assenti, pedindo permissão para sair e levando o livro para o quarto. Chegando lá, me debrucei sobre a cama, folheando-o em busca de novos detalhes até que uma passagem chamou meu interesse.

O Lupercália tem seu prazer maximizado quando há uma arcana intercedant entre os feiticeiros.

O que seria aquilo?

Bem, eu perguntaria às minhas tias depois.

Olhei para escrivaninha onde estavam os livros que Nick havia me dado e, sem mesmo hesitar, estava com o telefone nas mãos.

Ele atendeu no segundo toque.

- Tem algum lugar para ir essa noite, Scratch?

Songs About Us (NABRINA)Onde histórias criam vida. Descubra agora