We're not lovers

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Oi!

Não resisti e resolvi postar a parte 1.
Eu que lute.

Enfim, dois avisos:
Primeiro, é angst... leia por sua conta e risco.
Segundo, a narração em primeira pessoa da Byul é totalmente influenciada por uma certa instabilidade emocional... então....

Boa leitura!

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Eu era rápida ao capturar imagens dela.

Aqueles olhos cor de chocolate olhavam diretamente para mim. Ela sempre olhava para a minha câmera e praticamente ignorava os outros fotógrafos ávidos por sua atenção. Ela sempre focava em mim, sempre com aquele olhar intenso como se quisesse roubar minha alma.

Talvez essa fosse a real intenção dela: roubar minha sanidade e minha alma.

Eu não deveria estar pensando nisso, não me fazia bem. Porém, uma sensação nostálgica me acompanhava no evento de hoje. Desde que cheguei para fotografar as celebridades e executivos que prestigiavam essa festa, era como se eu estivesse fazendo isso pela primeira vez.

E nesse exato momento, ao tê-la de frente para mim posando para fotos, olhando diretamente para minha câmera, eu me sentia como na primeira vez que a vi. Foi em uma situação como essa, ela estava posando e eu estava fotografando.

Cinco anos atrás.

Naquela noite, nós ainda éramos estranhas uma para outra, completamente desconhecidas. Quer dizer, eu sabia quem era ela. Já havia visto seu rosto em capas de revista, em reportagens sobre como ela era um sucesso no mundo da moda. Mas não a conhecia pessoalmente.

Naquela noite, meu trabalho era entrevistá-la e fotografá-la: a nova editora-chefe da revista de moda mais influente do país. Foi a noite em que ela tomou posse oficialmente do cargo e, para celebrar, os executivos da revista fizeram uma festa enorme. Na época eu era colunista free-lancer do Daily Seul e escrevia textos semanais para o jornal sobre qualquer tema que me fosse encomendado. Naquela semana, meu tema era ela.

Solar Kim.

Ou Yongsun, para os íntimos.

Claro que naquela época eu não tinha permissão para chamá-la de Yongsun, não éramos íntimas.

Éramos estranhas.

A maioria das lembranças que tenho daquela noite está ligada aos seus olhos castanhos e à forma com que eles me olhavam. Havia um magnetismo que me atraía, que me fazia querer perde-me na profundeza daquela cor chocolate.

Desde a primeira vez que eles olharam diretamente para minha câmera.

Para mim.

Do mesmo jeito que me olhariam nos anos que se seguiram.

Naquela noite eu não consegui entrevistá-la, lembro-me que ela respondeu algumas perguntas da imprensa rapidamente, mas não deu entrevistas individuais. Isso me frustrou, eu queria mais material para escrever minha coluna sobre ela. No entanto, eu não podia fazer nada, então me contentei em tirar fotos. Muitas fotos. De todos os ângulos, de todas as formas que me eram permitidas.

Lembro-me que foi naquela noite que reencontrei Wheein. Uma antiga colega da faculdade de jornalismo. Não éramos amigas próximas, mas tínhamos uma relação de coleguismo. Ela escrevia para a Persona, a revista que agora era comandada por Solar Kim. Nós conversamos um pouco, eu a atualizei sobre o que estava fazendo e ela me falou sobre seu trabalho, até me apresentou a algumas pessoas. Trocamos nossos números por imaginar que seria bom manter contato.

Strangers (MoonSun)Onde histórias criam vida. Descubra agora