A arca dos feiticeiros

A profecia

   Diante de todos os feiticeiros da academia, eu sou somente um elemental que falta as aulas práticas, moro com minha tia numa vila escondida no sul, Kane e Zítos, são meus melhores amigos, elementais assim como eu, Kane é uma garota inteligente, metida a esperta e Zítos, se acha o melhor mago das aulas práticas.

   Algumas famílias de feiticeiros vivem até 200 anos, a família de Taven em especial, alcançou 670, com o próprio. Sua irmã Tara, tem 432 anos, os dois viram sua família ser queimada pelos humanos.

   Era só mais um dia normal na academia "Luxor", ( esse nome é uma homenagem ao pai de Taven), eu não estava prestando atenção na aula de história, o professor Hoxen já ia me expulsando da sala, quando Hélion, o diretor da escola (que influencia também no poder da ilha, mas fica abaixo de Taven), mandou me chamar.

   - Garoto, você ficou na academia até mais tarde ontem?

   - Sim senhor, mas porque eu fui chamado aqui?

   - Bem, sumiu algo muito importante da sala de artefatos ontem, um dos garotos de sua classe afirma o ter visto lá, com algo nas mãos, o que me diz?

   - Eu achei uma pedra, um tanto diferente, achei bonita e a levei para casa, mas não parecia ser algo de útil, muito menos de importância.

   - Você me trará essa pedra aqui amanhã, não esqueça e nunca mais leve nada da sala de artefatos para casa, fui claro?

    - Sim senhor, desculpa, eu não sabia que era importante assim.

   Eu não sabia o que poderia ter de tão especial naquela pedra, aquilo foi um tanto estranho, a sala de artefatos, até onde os alunos sabiam, era só um lugar que guardava peças antigas, mas sem nenhum valor. Mais tarde fomos liberados, Kane e Zítos estavam curiosos para saber o motivo por qual o diretor havia me chamado.

   - E aí, como foi?, disse Kane, curiosa.

   - Sabe aquela pedra que eu te mostrei?

   - Aquela pedra brilhante da sala de artefatos?, perguntou Zítos, se metendo na conversa.

   - Kane assentiu.

   - Hélion disse que eu não podia ter pego, disse que era um artigo importante, mas não falou porquê.

   - Deve ter algum valor sentimental, sugeriu Zítos.

   - Um valor sentimental não requer tanta urgência, retruquei.

   - Não importa, deixem isso pra lá, deve ser um artigo importante para aulas futuras, disse Kane.

   Eu não queria acreditar que aquela pedra serviria para as aulas,e se serviria, eu queria saber como. Quando cheguei em casa, minha tia estava fora, eu peguei a pedra que estava no armário e balancei, fiquei olhando, joguei no chão...Nada, sem resposta, resolvi usar magia, aí então eu me surpreendi, a pedra sussurrava, parecia dizer algo como:"Ela virá, e o que os protege, será quebrado". Por mais que eu tivesse curioso, estava com medo, fingi ser impressão minha e não via a hora de entregar a pedra ao diretor.

   No outro dia, eu fui diretamente a sala do diretor, ele não estava lá, nós sabiamos da existência de tecnologia humana de comunicação, mas poucos abusavam desse recurso, então me informei com os funcionários da escola, ele havia se reunído com Taven e Tara, no templo de Tênos, na parte sul. Um informante da academia veio me dizer que eu teria de faltar aula e ir ao templo deichar a pedra.

   Fui com os cavalos místicos, não sabia muito bem andar, mas faria tudo para faltar aula e me livrar daquela pedra. Quando cheguei no templo, Taven e Tara estavam discutindo, parei atrás da parede de mármore e fiquei ouvindo.

   - Taven, não há o que temer, se alguém for capaz de invadir a ilha, não fará mal algum, isso se pelo menos saber da existência desse lugar, os humanos são mais fra... Tara é interrompida por Taven.

   - Você já esqueceu o que fizeram com nossa família?, Os humanos podem ser fracos, mas o meu medo, é sua quantidade, não sua força, a profecia era bem clara, disse que ela viria, se isso acontecer ela pode trazer mais deles.

   - Senhor, me chamo Kataro, vim entregar a pedra, falei como quem acaba de chegar.

   - Muito obrigado, retorne para casa.

   Aquilo foi muito estranho, o mestre sabia o que estava acontecendo, havia ouvido o mesmo que eu, vivido a mesma experiência, estava com medo do que iria acontecer.