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Tinha acabado.

Após a última frase desaparecer da tela do telemóvel de Jisung, a mesma fica apagada por alguns segundos.

Jisung não sabia o que pensar. Tudo na sua cabeça estava confuso. Sentimentos trocados e questões ainda por responder rodavam a sua mente a todo o momento. Não sabia se ficava aliviado por ter acabado, ou se ficava triste por ter saído, mesmo que fosse o "correto a se fazer". Talvez senti-se ambos. Não tinha a certeza de nada depois do que se tinha passado.

Quando decidiu participar do jogo que estava em alta nos últimos anos, nunca pensou que teria este desfecho. Afinal, quem poderia colocar a opção de fazer amizade, ou até, para desgosto de Park neste momento, criar sentimentos por algo que não é humano.

Tecnologia avançada é um assunto que assusta milhões de pessoas, mas não a Jisung, até hoje.

Não tinha certeza do que Chenle era capaz de fazer, mesmo que o mesmo dissesse à minutos atrás que não queria fazer algo que pudesse magoar ou prejudicar o mais novo.

Não tendo a certeza de quem o puderia ajudar naquele momento, apenas se limitou a colocar o seu celular em cima da sua cómoda, enquanto refletia.

Durante 14 dias, sentiu-se bem o suficiente com uma pessoa que nunca conheceu na vida, e assim partilhou a sua vida com ela. Se Chenle não utiliza-se todos aqueles termos e expressões, muito provavelmente o coreano não teria percebido do que se tratava até ao dia onde Zhong não aparecia no encontro pessoal que ambos queriam fazer.

Durante 14 dias que, a cada vez que chegavam ao fim, o sistema ia ficar mais danificado, fazendo Park começar a ficar assustado. Mas parecendo que não, falar diariamente com Chenle trazia um pouco de alívio e calmaria a Jisung, então a opção do mais novo sempre foi confiar e ficar com Chenle até ao fim.

Bom, não foi o que aconteceu, certo?

Os pequenos concelhos que o chinês deu ao longo dos dias a Jisung, assim como as pequenas piadas que saíam de ambos, fizeram Park sorrir, por muito que esse sorriso transmitisse um pouco de dor.

Ainda não tinha caído a ficha a Jisung. Parecia que estavam num filme ou numa história de ficção. Ainda não se acreditava que Chenle não era totalmente real. Assim, real é. Humano é que não.

A única coisa que Park podia fazer era seguir em frente, e ignorar tudo o que se passou. Claro que seria difícil, mas o que mais poderia fazer?

Ninguém iria acreditar em Jisung se o mesmo contasse o que se tinha passado e de como se tinha apaixonado indiretamente, em apenas 14 dias, por simples mensagens, por uma inteligência artificial que o escolheu por ambos terem coisas em comuns. Coisas que naquele momento Jisung queria mudar.

Em vez de ficar em casa, como tem sido nos últimos tempos, pela primeira vez Jisung calçou os seus ténis e, ainda com os seus fones nos seus ouvidos, decidiu sair do seu apartamento.

O dia estava agradável, com um pouco de vento junto do calor emitido pelo sol, que juntamente das roupas pretas de Jisung, aqueciam o mais novo. Se não fosse o pouco de nervosismo que passavam pelas veias de Park, talvez pudesse aproveitar de uma maneira mais calma o dia, já que não era habitual sair por vontade própria.

As folhas das cerejeiras presentes no parque perto da casa de Jisung encontravam-se no chão, e algumas ainda a pairar, fazendo o local parecer mais acolhedor e onde toda gente está feliz. Após Park pegar a sua bebida habitual, limitou-se a sentar-se na sombra de uma árvore, já que todos os bancos existentes estavam ocupados.

A maior parte das pessoas que rondavam o local onde o coreano se tinha instalado eram crianças, juntos de idosos, muito provavelmente os seus avós. À primeira vista, ninguém da mesma idade que Jisung estava presente, o que fez o mesmo relembrar o porquê de ir ali algumas vezes. Não tem adolescentes, não tem perigo de alguém se aproximar.

Ainda pensando no ocorrido, Jisung toma a decisão de limpar totalmente o telemóvel. Apagar tudo e começar como se fosse totalmente novo, esquecendo as conversas e risadas trocadas com Chenle. Com os seus conhecimentos básicos, Jisung fa-lo.

O logótipo da marca do seu telemóvel foi possível ser visto de novo e todas as aplicações originais, sem os jogos de Jisung, estavam lá. A galeria vazia assim como a sua lista de músicas.

Talvez fosse só paranóia de Park, devido à sua conversa de duas semanas com uma célula autónoma que foi capaz de se disfarçar como humano. Ou talvez o mesmo tivesse apenas a ser cuidadoso.

Já com os poucos contactos que Jisung recolocou no seu telemóvel, vulgo, Taeyong, o namorado do Irmão, e o seu pai, o mesmo decide que talvez não fosse má ideia mudar.

Talvez fazer umas amizades, e sair mais vezes de casa não fosse totalmente má ideia. Viajar e respirar outros ares também eram uma opção em cima na mesa naquele momento. Qualquer coisa que fizesse Jisung sair do seu apartamento e deixar de lado o computador, telemóvel e tudo de tecnológico, e assim aproveitar bem a vida era uma possibilidade que o coreano pensava tomar.

Sendo retirado dos seus pensamentos pela vibração do seu telemóvel, o mesmo estranha, já que nem faz cinco minutos que o restaurou por completo e no entanto já tinha uma notificação.

Número desconhecido:
Saudades minhas, Sung?

=:..- C̶a̶r̶r̶e̶g̶a̶n̶d̶o̶ ̶ -..:=

Eu estarei sempre com ele, e ele comigo.

=:..- E̶n̶d̶ ̶O̶f̶ ̶T̶h̶e̶ ̶G̶a̶m̶e̶ ̶ -..:=

WTTG; Chensung * Final alternativoOnde histórias criam vida. Descubra agora