Just One More Chance

Apenas Mais Uma Chance

“Eu posso te prometer o amanhã.  

Mas não posso comprar de volta o ontem. ” 

Bom Jovi – I’ll Be There For You 

O dia estava lindo nessa manhã, era verão. O sol brilhava forte. Seus raios solares parecia um abraço quentinho. As nuvens pomposas ajudavam enfeitar o céu azulado, juntamente com as gaivotas e pássaros que voavam livres por finalmente o verão ter chegado. Mas para Regina nada daquilo importava, seu coração estava nublado demais para pensar no sol amarelo e nas nuvens brancas. Outro dia que amanhecera sozinha em sua cama, estava virando rotina. A morena desde pequena sonhava em ter um casamento tão lindo e romântico como o de seus pais, Cora e Henry, onde seu marido fosse atencioso com ela, a amasse e juntos montariam uma família. Isso aconteceu, de fato. Seu marido era encantador, muito amoroso, amava lhe fazer surpresas e leva-la para sair. O primeiro filho veio, mas nada disso ainda tinha mudado. Na verdade, o zelo e amor de seu marido tinham aumentado. Roland fora muito desejado e amado. Agora o menino tinha seus setes anos e já estava no third grade. 

 A mulher não sabia dizer exatamente quando começou o vício de trabalho do seu marido, mas estava começando se acostumar com sua ausência. Embora ainda o amasse demasiado, não sabia mais se era recíproco. Começara criar desconfianças em sua cabeça e isso feria ainda mais seu coração machucado. Sentia falta de seu marido, amigo, companheiro e sabia que seu menino também sentia falta de seu pai, como o pequeno dizia: “Meu Super Pai, o meu herói favorito! ” De tudo, as lágrimas de Roland eram o que mais te desestabilizava. Não era justo com seu filho. Seu marido saía antes do menino acordar e chegava quando o pequeno já estava adormecido, mesmo que seus olhinhos lutassem tanto para se manterem abertos à espera de seu pai chegar. 

Regina estava debruçada na bancada da cozinha com seu celular em mãos. A morena não sabia quanto tempo estava naquela mesma posição vendo a foto de sua família. Sentiu seus olhos marejarem e um bolo se formar em sua garganta. Não podia acreditar como Robin, seu marido, pôde esquecer-se daquele dia em especial. Especial para ambos. O aniversário de Casamento. Suas lágrimas e dor foram colocadas de lado ao ouvir uma voz infantil, animada, vindo ao seu encontro. Passou o dorso da mão nas bochechas e abriu um grande e sincero sorriso. Regina amava seu pequeno e era nele que encontrava o seu amparo.  

— Mamãe! — O pequeno garotinho de cabelos negros e encaracolados, que carregava profundas, e fofas, covinhas em suas bochechas, correu em direção sua matriarca e lhe abraçou as pernas. — Bom dia! 

— Bom dia, meu anjinho! — Regina se abaixou e olhou nos profundos olhos amendoados, como os seus, buscando a força que precisaria para ter um ótimo dia ao lado do seu menino. — O que iremos fazer hoje? Temos que aproveitar muito essas suas férias de verão, não é mesmo?  — O pequeno acenou com a cabeça e levou o dedinho até o queixo e franziu o cenho. 

— Que tal irmos ao parque? — perguntou, começando se empolgar. — E podemos tomar sorvete, o que acha mamãe? — A morena engoliu seco e sorriu concordando. O parque era em frente a grande empresa da família de seu marido. — Será que poderíamos ir no trabalho do papai e levar sorvete para ele? — Foi então que a mãe entendeu o porquê seu garotinho queria ir ao parque. Pela segunda vez naquela manhã seus olhos se encheram e um bolo se formou em sua garganta, mas o engoliu. Regina não soube o que responder para seu menino, talvez fosse uma boa ideia, mas talvez não fosse. Regina tinha medo de descobrir algo que se esforçava para não pensar.  

— Vamos tomar café para ficar fortinho? — Mudou de assunto. Roland acenou e foi se sentar. Regina pegou a tigela do Spiderman que Roland tanto gostava e despejou sucrilhos nela e, em seguida, leite. Pegou a colher e entregou ao pequeno. Para ela, preparou um suco de laranja com torradas.