A dama do deserto

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A cada passo
Em cada espaço
Sinto meu coração pulsar
E em cada momento
Por fora, e por dentro
Anseio contigo estar

Corria até ti, incansavelmente
Enquanto te via, inalcançável mente
Mente pra mim, com palavras suaves
Para que na minha mente, entre como a mestra-chave

A dama do deserto, da qual eu lhe nomeio
Me sinto desolado e perdido em vosso meio
Um sentimento que em mim semeio
Mas nesse solo, não há plantio

Corri no deserto, o teu olhar me atiça
Era uma armadilha, a areia movediça
Me afundava
Não percebi onde estava
Ainda andei, não me importei com tal
Até que me encontrei, no meu final
A areia, me consumia
Melancolia, Constante melancolia
Te buscava, noite e dia
Porém agora, você partiu

A areia? Me consumiu.
Fui soterrado em melancolia
O braço deixei por fora, como esperança que surgiu
A falsa sensação de calmaria
Menti para minha mente, dizia estar bem
Com a areia me sufocando, e me puxando além

Fui puxado pelo braço da esperança
Por alguém com muita semelhança
Os olhos, a boca, o nariz,
Era inegável, era eu, o Eu-feliz
E agora, o poço de melancolia jamais será habitado,
Apenas por mim, será lembrado
E, a notável dama do deserto
Não quero nem lembrar que te tive por perto.

Me laçou e me fez indagar a mais simples questão
Me fez expor o meu coração
E penetrou, com lança e com espada
Para que nele, não sinta mais nada.

(POEMA) A Dama do desertoOnde histórias criam vida. Descubra agora