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(Segunda-feira)

O som do despertador soa pelo quarto, já sinto o peso do cansaço no meu corpo. Olho no relógio e está marcando 6h, me apresso para me arrumar para ir a faculdade. Coloco uma blusa básica cinza e um jeans nada moderno, calço meus tênis e vou pentear meus cabelos. Olho no espelho e me vejo, comum como sempre, toco em meus cabelos lisos com algumas pontas duplas e faço uma careta.

—Me sinto uma vassoura de tênis.—Falo para mim mesmo no espelho encarando minhas pernas magras, faço uma leve dancinha pra descontrair a frustação por não me aceitar.

Saio do meu quarto em direção a cozinha.

—Mãe, o café está pronto?.— falo ironicamente.

Moro sozinha desde que me mudei, bom, não tão sozinha. Tenho o teddy, meu gato e ele é uma boa companhia, mesmo que eu sinto se eu deixar de dar ração pra ele, vou acordar com um gato me encarando e com uma faquinha na pata.

—Miau.—Teddy aparece na cozinha e interrompe meus pensamentos, dou uma risada pensando na cena dele com a faquinha na pata.

Me sinto um tanto louca, mas talvez seja o comum, ficar em casa e não ter com quem se comunicar faz com que eu fale com as paredes ou com meu gato de vez enquanto. Preparo meu café e tomo rapidamente para não me atrasar. Saio do meu apartamento vulgo cubículo e desço as escadas, coloco meus fones de ouvido e vou em direção ao ponto de ônibus. Espero meu ônibus chegar e sinto a leve brisa do vento em meu rosto, escutando uma música faz com que eu me sinta em um clipe, viajo por um instante e imagino alguém me observando por fora "olha aquela louca invocando o espírito good vibes do além". Dou uma risada em meus pensamentos e observo meu ônibus chegando, retiro meu passe da bolsa toda desajeitada e aproximo do leitor de cartão e o vejo vermelho, passo novamente e nada. Olho pro cobrador e ele está me encarando com cara de que passa por isso todo dia, faço um sorrisinho desajeitado e tento de novo, o leitor fica verde e eu fico aliviada, passo pela catraca e minha bolsa prende, droga, droga, sinto os olhares todo sobre mim, puxo minha bolsa com força e sigo andando olhando para o além, para evitar o constrangimento. Sento ao banco vago no fundo do ônibus.

—Gostei da cena, divertiu meu dia.—Me assusto e olho para o lado, um rapaz me encarando com uma risada abafada. Fico vermelha ao ver que estava rindo de mim, e mais vermelha ao ver que o cara era um gato.— Sei que sou bonito, só limpa o cantinho da boca.— ele fala convencido e aponta pra minha boca insinuando uma baba. Perco todo meu encanto e recomponho minha pose, que abusado.

—Auto estima tá elevada, não é mesmo?.—Falo com um pingo de sarcasmo—Até ficaria aqui contemplando sua beleza, mas é aqui que eu desço. Até mais.–Falo firmemente e coloco minha bolsa no ombro, pelo fato de eu saber que ele está me observando, tento agir o mais normal possível e falho miseravelmente, aperto o botão para descer do ônibus toda desengonçada sem olhar para ele desço do ônibus e fico aliviada por sair daquele desconforto.
Vou andando em direção ao campus e sinto uma presença estranha, olho para trás e pulo com o susto ao ver o cara do ônibus.

—Você por acaso é um maníaco? Por que tipo, se for, eu tenho um gato para alimentar e se alguém me matar ele vai morrer de fome. Você poderia pelo menos ter empatia e adotar meu gato. Dizem que gente com problemas psicológicos gostam de gatos, talvez vocês se entendam.—Falo rapidamente e sem pensar em exatamente em nada do que eu acabei de falar, me soco mentalmente, parece que eu acabei de me descrever.

Ele me encara nos olhos por um instante e posso sentir na alma o olhar daquele homem penetrando em mim, deus, que homem lindo, e logo noto que estou babando de novo. Me desfaço dos meus pensamentos e vejo ele se aproximar de mim fico parada só esperando qual ia ser seu próximo passo, ele passa reto muito próximo de mim, consigo sentir seu cheiro de perfume masculino com um uma pitada de nicotina, observo ele sair sem falar nada pra mim apenas me joga uma risadinha abafada, balança a cabeça e segue em frente. Droga!

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