Ilusões

Capítulo 1

Observo as árvores balançando com o vento lá fora pela janela, por instante penso em como seria bom estar sentada em um gramado rindo em um grupo de amigos. Desde que a solidão tomou conta do meu corpo, não consigo me manter socialmente ativa e nem manter amizades, todos se afastaram.

—Algo que queira mostrar pra turma?—Encaro o homem alto careca na minha frente com a mão na minha mesa—Vou repetir a pergunta, qual o significado para o termo?

Todos na sala me olham e já sinto minhas bochechas coroarem e suar frio, olho com um olhar confuso para o professor.

—Qual termo?—Pergunto em um tom baixinho como um gatinho manso, vejo ele revirar os olhos e seguir em diante para perguntar para outro aluno, olho para o quadro e me assusto com a quantidade de materia que ele havia passado enquanto me distraia na aula, volto a atenção para meu caderno dando continuidade a as atividades.

9h

O sinal soou para o intervalo, saio pela porta e a aglomeração de pessoas já ficam visíveis, algumas passam me empurrando como se eu não estivesse ali. Sigo meu caminho até achar um canto onde posso ficar tranquila e aproveitar meu momento de paz. Vou até a árvore no campus que estava observando mais cedo e me sento ali mesmo, encosto minha cabeça no tronco da árvore e inspiro o ar da natureza, como é bom. Vasculho minha mochila até achar meu celular e meu fone que estava mais embaraçado que pisca pisca guardado para natal, tento desfazer alguns nós do fone mas me estresso e coloco todo desajeitado no ouvido e do play nas minhas músicas.
Fecho meus olhos e como eu sempre faço quando escuto música, imagino um clipe de momentos que nunca me acontecerão, fico ali por instantes imaginando com um sorriso bobo de uma ilusão no rosto.
Sinto uma presença estranha ao meu lado e rapidamente abro meus olhos, dou de cara com duas pernas ao meu lado, olho para cima e por deus!

—Você? O que faz aqui?—Pergunto para o homem que encontrei mais cedo no ônibus. Ele me olha e da risada, suas mãos estão apoiadas no tronco da árvore, fazendo disso uma posse sexy olhando daqui de baixo.

—Meu nome é Aron, aliás— Ele diz ignorando totalmente todas minhas perguntas.—A propósito, estava pensando em mim?

—Pensando em você?—Que abusado, mal o conheço.—Meu cérebro tem coisas mais interessantes para imaginar.—Digo com desdém.

—Qual é seu nome?.—Ele pergunta curioso. Olho para ele e penso porquê será que ele está tão curioso.

—Ellen. Porque está me perseguindo, Aron?—Digo olhando para seus olhos, logo me perco naquele olhar, olho para qualquer outro lugar pra evitar qualquer impressão errada que posso passar e de longe avisto uma garota com cabelos pretos e lisos, com um sorriso tão reluzente que cega os olhos de quem olha, ela se aproxima e posso ver seu decote com os seios quase saltando, fico meio constrangida de olhar e logo sinto uma pitada de inveja, palpo meus seios sem pensar e logo paro assim que vejo o que acabei de fazer.

—Aron, o que faz aqui? Estou te procurando faz tempo.—A voz fina e aguda daquela menina diz.—Não sabia que se comunicava com essa gente esquista.

Esquisita? Ela está se referindo a mim? Fico sem graça e sinto minhas bochechas esquentar, rapidamente começo a arrumar minhas coisas para me ver livre dali, Aron me observa a cada passo e em seguida olha para a garota na sua frente.

—Não se preocupa baby, senti pena da garota, a cara dela pálida, achei que talvez precisa-se de ajuda— Olho totalmente sem graça com a forma que ele me tratou, nem parecia o cara de alguns segundos atrás. Aron ajeita a postura e sinto daqui seu ego inflar, o que podia se esperar dele, aparentemente deve ser mais um cara popular que faz de tudo para conseguir fama.