| Scarlet
- Aperte mais isso Scarlet!- A grande e admirável rainha Maria Antonieta me pedia intermitentemente após colocar seu vestido caro de seda para o encontro com o rei que acabara de a mandar chamar para assuntos secretos da realeza.
E mais uma vez eu me pergunto qual seria esse assunto, entre muitos dos que em especial não me saiam da cabeça. Seria novamente mais alguma noticia sobre a insatisfação do povo sobre o governo de seu líder, ou novamente a catedral com assuntos cheios de nexos e outras sem qualquer importância falando sobre os problema irrelevantes de dinheiro? Talvez fosse a ideia de que estávamos sendo amaldiçoados por algum feitiço qualquer como o Arcebispo e o Papa da cidade insiste em afirmar, mas sem sucesso. O rei tem total capacidade mental de ignorar as bobeiras e exageros que extrapolaram os limites da razão. É bom que continue assim para que não ocorra novas injustiças, como as que houveram a anos atrás contra pessoas inocentes e boas. A igreja as matou e as julgou sem precedentes, de qualquer forma eu estou certa, a igreja as matou.
Eu ainda escuto os gritos delas em minha mente.
- Sim, senhora! - Respondo sem questionar.
- Odeio esses assuntos reais, não tenho qualquer paciência para tais coisas.- Ela diz se encarando no espelho. - De qualquer forma estou belíssima, não concorda Scarlet?- ela perguntou e eu concordo com a cabeça gentilmente. - O que foi querida? Está calada hoje.
- Não é nada senhora, apenas assuntos internos sem respostas.- Digo de modo rápido. - Acho melhor irmos, o rei odeia esperar não é mesmo? - a rainha apenas revirou os olhos.
- É, eu sei perfeitamente que ele não gosta de esperar, e como sei. - Ela diz com certo desdém - Anda, melhore essa cara ou terei que arranjar outra serva, não suporto gente negativa querida, isso me causa rugas. -Ela diz saindo do quarto e eu tento não expressar nada que possa me prejudicar. Eu me calaria como me calei por todas as vezes que ela me tratou da mesma forma rude. Era isso ou perder a cabeça que tenho sobre os ombros.
Segui a rainha pelos corredores do castelo, estava tudo extremamente tenso depois que as tropas do exercito francês foram apoiar os aliados na noite passada. O alto grau de tensão e de medo estava nos cercando a meses. A vossa magestade estava apressada demais e eu apenas a seguia rapidamente também, não queria que ela tivesse motivos suficientes para que queira se queixar de mim ao rei.
Paramos rapidamente no caminho me fazendo encarar a figura alta que estava a nossa frente sendo segurado por um dos guardas que restavam aqui para a segurança do rei e de sua família.
E a rainha estava novamente pela terceira vez seguida vendo seu herdeiro carregado após beber mais do que realmente conseguiria pelos bares da França. Leon tinha o nome da família a zelar, as noitadas além de sujarem o nome da a família real ainda fazia crescer boatos de que o herdeiro do trono estava completamente despreparado para subir ao poder e destronar o reinado nada agradável do pai.
- Mais uma noite Leon? Onde estava? por onde que precisarei ordenar que te vigiem vinte e quatro horas por dia?- A rainha se aproxima do filho mais velho o apertando sua orelha com força o que arrancou um riso fraco do soldado que me encarou e fechou a expressão.
- Senhora, é melhor deixar que o guarda cuide do príncipe estamos muito atrasadas! - Digo a fim de matar a minha curiosidade sobre o assunto que o rei tanto desejara lhe contar.
- Scarlet sempre tentando roubar a minha mãe para o rei! Vá mamãe, nada aqui importa mais do que o grande rei! - Ele diz com um tom maroto na voz.
- A Scarlet não estava fazendo nada de errado, ao contrário de você, Deus! Eu preciso ir e quando voltar teremos uma conversa muito seria, anda... vá logo antes que contem ao seu pai que você esta nesta situação degradante - Maria Antonieta diz com desgosto enquanto o filho me encara fixamente com algo desconhecido no olhar.
- Talvez a senhora possa me emprestar sua serva mais tarde mãe, para me ajudar com algumas questões - Ele diz maliciosamente.
- Ela é apenas uma serva comum, oras! Agora cale a boca, está me irritando, age como se fosse um bastardo bêbado.
Respiro fundo antes de continuar a seguir a rainha furiosa pelos corredores do castelo. Se a rainha estava irritada, provavelmente meu dia seria torturante.
A porta da sala do trono foi aberta imediatamente para que a rainha entrasse junto a mim. Ao encarar a sala com os membros de autoridade católica, os "malditos maiorais" como minha irmã costuma chamar, meu estômago revira, mau consigo controlar o nervosismo. Pensei que seria algo como um assunto pessoal entre o rei e a rainha.
- Minha rainha! - O Papa diz reverenciando a rainha que apenas caminhou até ele para ele beijar sua mão e ela pedir benção.
A hipocrisia real me da um desconforto no estômago.
- Se não se importa meu excelentíssimo marido, poderia por favor me contar o motivo de tanto estardalhaço?
- Por favor, sentem-se - todos se sentaram, menos os servos que ficaram ao lado de seus respectivos senhores - estamos que estado de crise, infelizmente, precisarei precisarei anteceder a provável perda de nossa maior colônia...
- Como? - perguntou o Papa alarmado - Não podemos deixar isso acontecer, talvez se investirmos um pouco mais...
- Não - disse o Arcebispo - Já estamos atrelados a uma crise interna a alguns anos, a população está insatisfeita, se eles armarem uma rebelião, somos apenas dois Estados, eles vão tirar nosso poder.
- Por favor! - diz o rei - o senhor esta exagerando, acha mesmo que eles terão essa capacidade?
- Talvez com o auxílio dos burgueses? Nunca se sabe Vossa Majestade, não vamos nos precipitar em demasiado.
- O senhor sabe que o respeito muito, mas sinto em lhe dizer que temos questões maiores para nos preocuparmos, como por exemplo, nosso exercito se dissipando.
- Nós mandamos todos nossos homens para guerra, Vossa Majestade.
- Pois procurem mais! Não podem ter já ido todos, olhem em todos os cantos desse reino, precisamos de mais.

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A Ordem
General FictionÉ assim que as coisas são E talvez nunca irão mudar Mas eu decidi mostrar a minha força E eu tenho o direito de falar o que penso E eu vou pagar por isso Eles vão me queimar na estaca Mas eu tenho uma chama nas minhas veias Eu não fui feita para seg...